domingo, 15 de abril de 2012

Xingu a história do pioneirismo brasileiro...

"Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon teve na sua expedição os irmãos  Leonardo (1918-1961), Cláudio (1916-1998) e Orlando  (1914-2002)  Villas-Bôas ; importantes sertanistas. Eles foram além de protecionistas, para fincar as raízes da  orientação pacifista rondoniana. Os irmãos Villas Boas perceberam a vasta riqueza cultural da população indígena brasileira, e com isto, resolvem expor essa cultura, afim de preservar a figura do "Índio" por inteiro e implantaram uma nova política indigenista."         Ana Marly de Oliveira Jacobino
                                        Orlando, Claudio e Leonardo Villas- Boas.
A primeira expedição realizada na região do alto Rio Xingu ocorreu em 1884, chefiada pelo alemão Karl von den Steinen. Só na década de 1940, no governo do presidente Getúlio Vargas, a região começou a ser sistematicamente visitada e explorada. Foi organizada a Expedição Roncador-Xingu, que percorreu regiões inexploradas do Brasil central com o objetivo de desbravá-las, abrindo estradas e construindo campos de pouso de emergência. Como conseqüência da II Guerra Mundial, nacionalistas temiam que houvesse um deslocamento de colonos europeus para o interior do Brasil e a ação da Expedição visava à defesa da região.
Os irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo Villas Boas foram membros da Expedição. Eles dedicaram-se ao contato amistoso e à proteção dos índios que viviam nas cabeceiras do Rio Xingu. Paulistas, oriundos de uma família de classe média, tinham um irmão mais novo, Álvaro, que, embora não os tenha acompanhado ao Xingu, foi funcionário do órgão indigenista oficial, chegando a ser presidente da Funai, na década de 1980.
Em 1944, a Expedição Roncador-Xingu contatou o povo Xavante, ainda hostil. Dois anos depois, estabeleceu contatos pacíficos com cerca de 14 povos do alto Xingu, de grande diversidade cultural, lingüisticamente representantes das Famílias Tupi, Aruak, Karib e Jê. Estes povos, que continuavam vivendo da mesma forma que Steinen os encontrara no século XIX, tinham sofrido um decréscimo populacional sensível, devido aos ataques violentos de gripe, disenteria e outras doenças infecciosas, que começaram a invadir a região cerca de 30 anos antes. Teriam sido contagiados, aparentemente, porque alguns grupos de índios, deslocando-se pelos rios, haviam encontrado colonos brasileiros ao longo do Rio Paranatinga e em outros lugares. 
Assista ao primeiro contato  da Expedição Irmãos Villas Bôas - 1953

Mantendo contato com Rondon e com outros indigenistas, os irmãos Villas Boas decidiram permanecer no Xingu e desenvolver aí um programa positivo de proteção aos índios, buscando assegurar-lhes uma base territorial onde pudessem manter seus modos tradicionais de organização social e de subsistência econômica, além de fornecer-lhes assistência médica contra doenças exógenas. Os irmãos defendiam a criação de reservas e parques indígenas fechados, que funcionassem como uma espécie de tampão protetor e seguro entre índios e sociedade brasileira. Eles achavam que o processo de integração dos povos indígenas na sociedade nacional deveria ser gradual, de forma a garantir a sobrevivência física, as identidades étnicas e os estilos de vida de cada um daqueles povos. 
                                       Saga dos Irmãos Villa- Boas:

 Os irmãos Villas-Bôas implantaram uma nova política indigenista, que, basicamente, consiste na defesa dos valores físicos e culturais: como único meio de evitar a marginalização e o desaparecimento dos grupos tribais. A partir da máxima segundo a qual “O índio só sobrevive na sua própria cultura”, os irmãos Villas-Bôas conseguiram implantar uma nova forma de relacionamento entre nossa sociedade e as comunidades indígenas brasileiras. Essa política vem sendo esposada por etnólogos e entidades científicas não só nacionais, como estrangeiras.
VILLAS BÔAS FILHO, Orlando. Orlando Villas Bôas: expedições, reflexões e registros. São Paulo: Metalivros, 2006.
Xingu: o filme
Contar uma história é difícil. Mas decidir-se sobre que história contar – dentre todas - é pior. Enfrentamos intensamente essa dúvida/escolha na época do roteiro do Xingu.
Claudio, Orlando e Leonardo Villas Boas são vidas, como se diz, maiores que a vida – vezes três. Com o agravante do tempo dilatado: 40 anos de ação na mata e no cenário político nacional. Considerando a ambição de abarcar tudo o que fizeram: desbravaram um pedaço enorme de Brasil, negociaram com presidentes, ministros e militares, lutaram contra latifundiários e políticos, fizeram o primeiro contato e cuidaram de alguns milhares de índios de mais de uma dezena de etnias. E, por fim, criaram um Parque Nacional do tamanho da Bélgica que é um paradigma na preservação da cultura indígena até hoje. Foram heróis – sem dúvida e acima de tudo.
a versão conta o feito, a aventura, a saga dos irmãos. Algo mais próximo do filme de ação feito por quem gosta de drama e personagem.

Assista um pedaço do filme dos 3 Irmãos e veja a missão XIngu:

Convites:
Lançamento do livro de Contos: A COLECIONADORA DE OVOS _Autora: Luzia Stocco_ Prefácio de Marina Henrique _ Editora: Patuá, São Paulo_ Lançamento: 20 de abril, 20h, Bar Lao_ Rua do Vergueiro, 156, centro_ Contato: Fones 3301 8064 e 8158 3926_ e-mail luziastocco@ig.com.br

Sarau Literário Piracicabano
    Sarau vai acontecer em 17 de Abril (terça-feira) 19h30 na sala 2 do Teatro Municipal Dr. Losso Netto 
                                 Tema: Refrescar a alma na liturgia do Sarau!
    Os homenageados serãoLygia Fagundes Telles e Funcionários do Teatro Municipal Dr. Losso Netto de Piracicaba
    Entrada Franca
    Locação: 100 lugares
google

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário