domingo, 28 de julho de 2013

Arte essa doce mania de nos fazer felizes...

Uma noite em um sarau movimenta a alegria interior...
Foto: Participantes do Sarau Literário Piracicabano felizes ouvindo Estrada do Sol- Dolores Duran / Tom Jobim_ http://www.youtube.com/watch?v=1ku6OnvsABw&feature=youtu.be
Uma noite em um sarau movimenta a alegria interior...Convidados na noite do Sarau de 16 de Julho de 2013
Publicações do Caderno do Sarau Literário Piracicabano de 16 de Julho_ parte 2 
Foto: Decifra-me ou te devoro – Terezinha Sbrissa de Campos
Nasci em Piracicaba, vivi um tempo no Rio. Quando cheguei à São Paulo tudo era tão difícil!!!Lembrei-me da esfinge de Tebas  que cruzava o caminho de todos e formulava um enigma para o viajante.Quem errava o enigma era devorado pelo monstro. Assim sentia, que SP me dizia, como na frase clássica da obra de Homero: Decifra-me ou te devoro.
“ Eu sou o que você vê,mais um pouco e menos um pouco.Talvez o contrário, o parecido; o avesso ou inverso.Depende .... de você”(autor desconhecido). De cara a cara com o meu eu,carregada de medos e inseguranças,fui salva pela minha profissão de agrônoma.Contratada pela prefeitura de São Paulo, fui trabalhar no Viveiro Manequinho Lopes.No meio das plantas eu tentava o equilíbrio necessário para enfrentar o complexo demográfico que agora vivia. Morava na esquina da Rua Groenlândia com a Brigadeiro Luís Antonio .Ia a pé para o trabalho. No caminho ia recolhendo lembranças das amigas e amigos deixados para trás. E eram tantos, tão queridos e estavam tão longe!
Aos poucos fui tendo contato com jardineiros, imigrantes europeus, principalmente italianos e espanhóis. Sr Orestes, Malaguenha,  me ensinaram a arte da jardinagem, transmitida de pais para filhos. A frente da administração do Parque Ibirapuera estava o sr. Artur Etzel, que embora aposentado, trabalhava de graça, por amor ao trabalho. Eu percorria com ele todo o Parque,ávida das sua histórias, seus conhecimentos e sua dedicação.
Fora daquele Parque, a cidade me dava medo. Quanto mais difícil,mais eu mergulhava pra dentro, buscando forças para enfrenta-la.  O psicodrama chegava à SP e iluminou vários caminhos que segui. Rendi-me, mergulhei no que não conhecia, preocupei-me em entender o que não entendia. Fiz novos amigos, encontrei amores e um em especial com quem me casei e tive filhos.Enraizei-me.
Só assim a cidade me mostrou seu outro lado, seus encantos. Embora a realidade tenha se provado muito mais complexa que eu imaginava nos meus 22 anos. Piracicaba me deu raízes. Até hoje quando caminho lá, sinto meus pés grandes. O Rio de Janeiro, muito prazer, cultura. Vivi lá a época da bossa nova, cinema novo, Liberdade, liberdade.São Paulo me deu profundidade e auto conhecimento. É por isso que hoje, já aposentada, tento devolver um pouco de tudo isso que recebi. Pelas praças do bairro e nas aulas de jardinagem, nas terças de manhã vou deixando sementes que outros cuidarão quando eu me for.

##Publicado no Caderno do Sarau de 16 de Julhofoto Ivana Altafin
Decifra-me ou te devoro – Terezinha Sbrissa de Campos
Nasci em Piracicaba, vivi um tempo no Rio. Quando cheguei à São Paulo tudo era tão difícil!!!Lembrei-me da esfinge de Tebas que cruzava o caminho de todos e formulava um enigma para o viajante.Quem errava o enigma era devorado pelo monstro. Assim sentia, que SP me dizia, como na frase clássica da obra de Homero: Decifra-me ou te devoro.
“ Eu sou o que você vê,mais um pouco e menos um pouco.Talvez o contrário, o parecido; o avesso ou inverso.Depende .... de você”(autor desconhecido). De cara a cara com o meu eu,carregada de medos e inseguranças,fui salva pela minha profissão de agrônoma.Contratada pela prefeitura de São Paulo, fui trabalhar no Viveiro Manequinho Lopes.No meio das plantas eu tentava o equilíbrio necessário para enfrentar o complexo demográfico que agora vivia. Morava na esquina da Rua Groenlândia com a Brigadeiro Luís Antonio .Ia a pé para o trabalho. No caminho ia recolhendo lembranças das amigas e amigos deixados para trás. E eram tantos, tão queridos e estavam tão longe!
Aos poucos fui tendo contato com jardineiros, imigrantes europeus, principalmente italianos e espanhóis. Sr Orestes, Malaguenha, me ensinaram a arte da jardinagem, transmitida de pais para filhos. A frente da administração do Parque Ibirapuera estava o sr. Artur Etzel, que embora aposentado, trabalhava de graça, por amor ao trabalho. Eu percorria com ele todo o Parque,ávida das sua histórias, seus conhecimentos e sua dedicação.
Fora daquele Parque, a cidade me dava medo. Quanto mais difícil,mais eu mergulhava pra dentro, buscando forças para enfrenta-la. O psicodrama chegava à SP e iluminou vários caminhos que segui. Rendi-me, mergulhei no que não conhecia, preocupei-me em entender o que não entendia. Fiz novos amigos, encontrei amores e um em especial com quem me casei e tive filhos.Enraizei-me.
Só assim a cidade me mostrou seu outro lado, seus encantos. Embora a realidade tenha se provado muito mais complexa que eu imaginava nos meus 22 anos. Piracicaba me deu raízes. Até hoje quando caminho lá, sinto meus pés grandes. O Rio de Janeiro, muito prazer, cultura. Vivi lá a época da bossa nova, cinema novo, Liberdade, liberdade.São Paulo me deu profundidade e auto conhecimento. É por isso que hoje, já aposentada, tento devolver um pouco de tudo isso que recebi. Pelas praças do bairro e nas aulas de jardinagem, nas terças de manhã vou deixando sementes que outros cuidarão quando eu me for.
 
Foto: O Espelho _ Lídia Sendin

No meu espelho, fiel escudeiro,
Vejo somente o meu real reflexo.
Não há outro amigo assim verdadeiro,
Que mostre tão leal e puro nexo.
 
Cada fio de cabelo em desalinho,
As rugas que emergem em teimosia,
Só refletem, sinceras, meu caminho
E nele cada pedra que havia.
 
Ele só mostra a real história:
Não passei por aqui sem um tormento.
O espelho me olha, sem memória,
Só me diz desta vida o momento.
 
Somos casca que um dia cairá,
Ele diz sem um traço de piedade.
Amanhã outra coisa me dirá
E também saberei que é verdade.
 
Esse monstro que só reflete o certo,
Como já disse o poeta Caieiro,
Não pensa e por isso é esperto,
Só reflete o que vê e é verdadeiro.
#Publicado no Caderno do sarau Literário Piracicabano de 16 de Julho de 2013 
O Espelho _ Lídia Sendin
No meu espelho, fiel escudeiro,
Vejo somente o meu real reflexo.
Não há outro amigo assim verdadeiro,
Que mostre tão leal e puro nexo.
#Cada fio de cabelo em desalinho,
As rugas que emergem em teimosia,
Só refletem, sinceras, meu caminho
E nele cada pedra que havia.
#Ele só mostra a real história:
Não passei por aqui sem um tormento.
O espelho me olha, sem memória,
Só me diz desta vida o momento.
#Somos casca que um dia cairá,
Ele diz sem um traço de piedade.
Amanhã outra coisa me dirá
E também saberei que é verdade.
#Esse monstro que só reflete o certo,
Como já disse o poeta Caieiro,
Não pensa e por isso é esperto,
Só reflete o que vê e é verdadeiro.
 
Foto: O que sou eu?  Edson Antonio Edson Di Piero Di Piero
O que sou eu?
Um humano.
Um cristão.
Um romântico.
Um pobre diabo.
O que sou eu?
Uma simples pessoa.
Uma humilde alma.
Sou pensamentos.
Sou sonhos.
Quero ganhar o mundo.
Quero ser feliz.
Só quero ser alguém.
Qualquer alguém.
Não tenho identidade.
É tão difícil ser alguém.
Será que é tão difícil ser amado.
Será que é tão complicado assim.
A felicidade é rara.
É raro me sentir feliz.
#Publicado no Caderno do sarau Literário Piracicabano de 16 de Julho de 2013 
O que sou eu? Edson Antonio Di Piero
O que sou eu?
Um humano.
Um cristão.
Um romântico.
Um pobre diabo.
O que sou eu?
Uma simples pessoa.
Uma humilde alma.
Sou pensamentos.
Sou sonhos.
Quero ganhar o mundo.
Quero ser feliz.
Só quero ser alguém.
Qualquer alguém.
Não tenho identidade.
É tão difícil ser alguém.
Será que é tão difícil ser amado.
Será que é tão complicado assim.
A felicidade é rara.
É raro me sentir feliz.
 
No mês do aniversário de Piracicaba
 
Terça –  20/08/2013 – 19 horas e 30 minutos
 
SARAU LITERÁRIO PIRACICABANO

no Museu H. P. PRUDENTE DE MORAES (Rua Santo Antonio, 641 - Centro - Piracicaba/SP)
_ Entrada Gratuita_
Tema: “ O “Pacificador” levou o ideal republicano como prioridade na direção do país. Nas mãos de “Tô Mendes”, a nau da história de Prudente de Moraes navega nas águas da cidade de Piracicaba!”.

Homenageados_ Prudente de Moraes  (Primeiro Presidente Civil do Brasil) e Maria Antonieta Sachs Mendes  (Musicista e Diretora do Museu H. P. PRUDENTE DE MORAES)

Homenageados: 

  Prudente de Moraes Barros

foto by _ Isa Silvano
 

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Sarau Literário Piracicabano mostra os trabalhos dos participantes - 16/07/2013



Na outra margem do rio, Opus 4  um encontro inusitado com Rosa,  rio abaixo, rio afora, rio adentro em um Sarau!”
Coordenação: Ana Marly de Oliveira Jacobino
 
homenageado do Sarau Literário Piracicabano é o Quarteto de Cordas OPUS4 é Formado pelos músicos Helgo Ackermann (violino), Paulo Celso Guimarães Souza (violino), Alexandre Bragion (viola) e Paulo Bandel (cello)
http://www.youtube.com/watch?v=wHblfmczY9U&feature=youtu.be
 

O RIO SÃO MIGUEL _Elza Rodrigues(São Paulo- capital)
AS ÁGUAS DO RIO SÃO MIGUEL
LEMBRAM O BOLERO DE RAVEL
OS TRONCOS PELO CIPÓ RETORCIDOS
POR MAIS DE CEM ANOS ESQUECIDOS

AS ÁGUAS REBRILHANTES
SOB O SOL ESCALDANTE
COMPETE COM A LUA ESVAIRADA
QUE SURGE LÁ NO CÉU AMARELADA

ENFEITIÇANDO OS CORAÇÕES APAIXONADOS
ENCHENDO DE SAUDADES OS QUE VIVEM ISOLADOS
QUE LEMBRAM OS AMORES ESQUECIDOS

PAIXÕES FUGAZES, POR VEZES DESCABIDAS
QUE SEMPRE PELO TEMPO SÃO VENCIDAS
NO AFÃ DE VER O AMOR ETERNIZADO 

Foto: Réquiem para una niña - Silvia Tocco(escritora da Argentina) com leitura de Angela Reyes Ramirez no Sarau Literário piracicabano
http://www.youtube.com/watch?v=g3Vi8FU4bd4&feature=youtu.be 
Réquiem para una niña - Silvia Tocco(escritora da Argentina) com leitura de Angela Reyes Ramirez no Sarau Literário piracicabano
http://www.youtube.com/watch?v=g3Vi8FU4bd4&feature=youtu.be
 
O mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, mas que elas vão sempre mudando.” (João Guimarães Rosa)   
 
Uma boneca... várias histórias_ Ana Marly de Oliveira Jacobino


Eu entrava embaixo da cama dos meus pais
Escondia o meu medo na escuridão
Debaixo da cama dos meus pais
Sem saber meus pais conversavam
Sobre a dura vida que levavam
Na escuridão social que viviam
Sem dinheiro para abrir uma caderneta de poupança
Para dar escola para as meninas
Eu, ali, escondida debaixo da cama dos meus pais
Segurava Viviane à boneca de porcelana
Minha avó trouxe para a minha mãe
Agora ela estava segura em minhas mãos
Eu a segurava forte com medo de quebrar
A boneca de porcelana que minha avó trouxe pra minha mãe
Eu podia chorar, mas não queria que minha mãe chorasse
A boneca veio de longe
Minha avó a trouxe segura nas mãos
Sem saber que além da sua terra
Além do mar, além do navio apinhado de imigrantes
Uma menina feia e magricela
Escondida embaixo da cama dos seus pais
Estaria segurando sem saber
A boneca de porcelana da avó, depois da mãe, agora sua
Ela que viria de tão longe... 

Convite
SARAU LITERÁRIO PIRACICABANO no Museu H. P. PRUDENTE DE MORAES (Rua Santo Antonio, 641 - Centro - Piracicaba/SP)
_ Entrada Gratuita_
Tema: “ O “Pacificador” levou o ideal republicano como prioridade na direção do país. Nas mãos de “Tô Mendes”, a nau da história de Prudente de Moraes navega nas águas da cidade de Piracicaba!”.
Homenageados_ Prudente de Moraes (Primeiro Presidente Civil do Brasil) e Maria Antonieta Sachs Mendes (Musicista e Diretora do Museu H. P. PRUDENTE DE MORAES

terça-feira, 16 de julho de 2013

João Guimarães Rosa e Opus 4 em um sarau...

Sarau vai acontecer em 16 de Julho de 2013 na Biblioteca Municipal, as 19h30, com o Tema: “Na outra margem do rio, Opus 4 um encontro inusitado com Rosa, rio abaixo, rio afora, rio adentro em um Sarau !”
                                     Entrada Gratuita
         Homenageados_ João Guimarães Rosa e Quarteto de Cordas OPUS 4
 



Helgo Ackermann, Paulo Celso Guimarães Souza, Alexandre Bragion  e Paulo Bandel formam um  quarteto de cordas numa  formação padrão ( dois violinos, uma viola e um cello), considerado como uma das formas mais importantes de música de câmara; compositores geniais como: Wolfgang Amadeus Mozart , Ludwig van Beethoven, entre outros... compuseram obras primorosas para quarteto de cordas, sem dúvida, para se chegar a uma performance como a que ouvimos hoje, aqui, nesta noite é necessário um nível significativo de domínio técnico por parte de cada músico do quarteto, além de um grande entrosamento entre eles. 
 
Foi um poliglota, conforme um dia disse a uma prima, estudante, que fora entrevistá-lo:

Falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituânio, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do tcheco, do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração.

João Guimarães Rosa, um dos maiores escritores de todos os tempos, produtor de uma obra de alcance universal.

                                                    Um pouco mais de Paraty

Paraty revela surpresas... moldura florida para quem transpor a porta...
 
Na cápsula do tempo encontra-se Paraty , meu coração bate mais forte quando estou por lá...
Foto: E o encanto supera por milésimos de segundos todos os problemas que espalham por suas paredes histórias, afinal, o humano pulsa em suas ruas marcadas pela finitude... mas, paradas e coladas ao passado... linda Paraty 
                                                Poetando em Paraty
                          Coleção _Ana Marly de Oliveira Jacobino abro a porta
a maçaneta parece corroer
a minha mão
visito no inconsciente
a coleção de xícaras
de uma amiga
antiguidades saídas dos casarões
daqueles com eira, beira e tribeira
repuxo um pedaço de fita
amarrado na maçaneta
encontro palavras escritas
o macarrão está na geladeira
não o coma frio.
no cesto de maçanetas á venda
escolhi esta por representar
tão bem minha expectativa
de poder passar um feriado
embrulhada como bala de menta
nos braços de quem amo.

domingo, 14 de julho de 2013

Poesia debaixo d’água (Parte 2) 11ª FLIP

As poetas Alice Sant’Anna, Ana Martins Marques , Bruna Beber respondem para a critica literária Noemi Jaffe,
 


A critica literária Noemi Jaffe leu um trecho do poema de Ana Martins Marques,

Fruteira
Quem se lembrou de pôr sobre a mesa
      Essas doces evidências da morte"
Noemi questionou de onde elas tiram tanta vivência, com essa dor muitas vezes imensurável presente nos versos se ainda são tão jovens.
Ana Martins respondeu:
— Nos meus poemas, há uma chave de desencanto, como se no final, por exemplo, os últimos versos desdizessem o poema. O que explica talvez o fato de eu sempre ter antes os versos finais. Mas eu gostaria que a leitura deles fosse uma forma de felicidade, um ponto de alegria.
Comecei a escrever ainda adolescente e percebo que os versos começaram nas sombras, mas foram clareando com o tempo, responde Bruna Beber, transcrevo a sua resposta para Noemi:
— Eu trato as palavras muito de perto, para mim é uma brincadeira escrever poesia. Refaço um poema um milhão de vezes, gasto as palavras, mas não sei de onde vem essa carga de vivência que você observou.
Alice Sant'Anna remete ao livro Elogio da sombra" da sua leitura, para falar das sombras dos seus poemas. Abro aqui uma observação: não sei o motivo que fiquei em dúvida, com os títulos dos livros: “Elogio da Sombra” de Jorge Luis Borges e o “Elogio da Sombra” de Junichiro Tanizaki; penso que tirei um cochilo breve, pois anotei a sua resposta:
— Eu entendo a sombra, neste caso, como um meio termo entre a poesia "solar", que falou a Ana, e a poesia "das trevas", que falou a Bruna. Acho que é mais ou menos como a sombra da luz natural. Se a luz elétrica faz uma sombra mais constante, a sombra da luz natural é mais hesitante. Acho que é mais por aí, as sombras que identifico nos meus poemas são mais hesitantes.
As poetas contaram como fazem a limitação dos versos das suas poesias:
Bruna Beber explica:
— Eu busco o tom de bate-papo. Leio em voz alta, canto minhas poesias, a maneira como elas soam, para mim, é mais importante do que a forma. Meu corte é feito com os ouvidos. Mas também gosto de observar os versos na página. Gosto que eles se pareçam a um poste, a uma escada, quando impressos. É frescura, mesmo!
— Eu gosto de pensar na parte gráfica do poema, de deixar uma espécie de abismo ao final dos versos. Não gosto de versos longos. _ comenta Ana Martins
Alice Sant'Anna:
— Eu não faço versos que acompanhem a respiração. Não sei se as pessoas percebem que faço isso, mas faço — diverte-se a jovem, que espantou a audiência ao ler um poema em que descrevia um suposto assassino do eu-lírico metida num vestido florido de boneca. — Gosto de construir versos que provoquem uma certa ambiguidade na leitura.                  _ Ana Marly de Oliveira Jacobino
 Paraty desfila para os meus olhos 
E a beleza está onde os nossos olhos a encontram... muitas vezes camufladas e longe dos olhos que teimam em olhar para o chão...
 
Veja o motivo de Paraty ser tão bela pelos meus olhos ... sonhadores por ver tanta beleza...
 
Paraty revela surpresas... moldura florida para quem transpor a porta...
Luz e sombra encantam o explorar dos olhos atentos...Ruelas da bela Paraty

sexta-feira, 12 de julho de 2013

11ª Flip em "Poesia debaixo d’água (Parte 1)"



Três jovens poetas fazem o primeiro debate, na manhã da quinta-feira, dia 4 de Julho na Mesa 1 da FLIP 2013: Alice Sant’Anna, Ana Martins Marques , Bruna Beber foram interpeladas por Noemi Jaffe, com o questionamento de como; "O Dia a Dia Debaixo d'Água", reflete sobre a relação entre a poesia e o mar, um tema comum nos escritos das três mulheres.


Noemi leu trechos dos poemas:


 


"Rabo de baleia", de Alice Sant'Anna
 (..) um enorme rabo de baleia
cruzaria a sala nesse momento
sem barulho algum o bicho
afundaria nas tábuas corridas
e sumiria sem que percebêssemos (...)
 No “Rabo de baleia”, Alice Sant'Anna comenta sobre;  a sua vontade  de fazer um livro sobre viagens, contudo, ela percebeu que não conseguia, por estar mergulhada na rotina e era impossível falar sobre uma viagem sem ter uma viagem nos planos. O livro só existe nas palavras, tal qual, o “rabo de baleia” que atravessa a sala, portanto, as palavras criam a viagem, que mesmo não sendo geográfica, se torna possível. 



"Naufrágio", de Ana Martins Marques que não consegui anotar, mas tenho a resposta da poeta a seguir cunhada por minhas mãos.
Ana Martins cogita a idéia de o mar ter uma espécie de fascínio para quem vive longe dele, como é mineira, para ela, o mar não é muito íntimo. Tem uma superfície muito inteligível e uma profundidade informe. Dá pra pensar sim, como uma espécie de metáfora da criação poética. O poema é aquilo que vem à tona, dá forma ao informe que está submerso como se fosse semelhante ao iceberg. Para ela a linguagem é um limite, uma armadilha, então, não se consegue muito passar daquele limite estipulado pela linguagem, você vai se envolvendo e criando, experimentando. Ela faz menção das suas leituras, e declama do poeta português Virgílio Ferreira: "Da minha língua vê-se o mar".
 

“Maquete”, Bruna Beber _ A vida até pode ser “poeirinha em alto” mas certas coisas não se desmancham no ar.”
 Bruna Beber conta que também viveu muito essa idéia do mar, por ter nascido longe dele. Mesmo depois de adulta e conhecer melhor o mar, ele lhe provoca um fascínio pelo mistério. Grifei algo interessante na fala de Bruna sobre a sua relação com o mar: — O mar resume temas caros à poesia, como a sede, a amplitude, o desconhecido.
 Ela, já foi mais desencantada com o mundo, mas, não tanto com as palavras, afirmando categoricamente, ser muito encantada com as palavras. Bruna conta que nos seus poemas ainda estão um pouco das trevas, dizendo do seu envolvimento com as palavras e de como leva a sério esta relação com elas.

Convido você a participar de um sarau... coisas especiais acontecem por lá!
 Marque na sua Agenda:
Sarau vai acontecer em 16 de Julho de 2013 na Biblioteca Municipal, as 19h30, com o Tema: “Na outra margem do rio, Opus 4 um encontro inusitado com Rosa, rio abaixo, rio afora, rio adentro em um Sarau !”
Entrada Gratuita
Homenageados_ João Guimarães Rosa e Quarteto de Cordas OPUS 4