sábado, 29 de agosto de 2015

“Escrever é um processo natural para Drummond inserido na linguagem social do seu entorno, enquanto, o jornalismo de Evaldo Vicente mostra as coisas da nossa gente publicando seus pensares neste rincão caipira tão prezado por ele!” Ana Marly de Oliveira Jacobino
Evaldo Vicente na noite de 18 de Agosto de 2015 no Museu da ESALQ Piracicaba
NO MÊS DE AGOSTO _ Lourdinha M.de Lourdes Piedade Sodero
aos meus pais, Dorival e Maria José Piedade.
(pelo Dia dos Pais e Aniversário dele)

Uma pausa e leva à canção,
Um sentimento à poesia
Ao lembrar-me do meu pai.
E quando isso se dá,
A saudade se faz alegria!
Ai de mim, menina travessa
De sardas e tranças finas...
A correr, a dar trabalho,
A preocupá-lo dia a dia!
Dizia-me ele feliz,
Ser eu uma benção divina,
Um sétimo do que conquistara
Junto da sua Maria!
Aos seus sete orgulhosos filhos
Deixou um bem invejável,
Mais valioso que ouro...
Seu nome digno, honrado,
Nosso maior tesouro!

AMIGO... Hélia Romancini
Você chegou de mansinho
E cruzou o meu caminho
Me inspirou só coisas boas...
Amor, amizade e carinho.
Na escalada da vida
Você é minha corda guia
Com você subirei sorrindo
Pois se eu estiver caindo
Sei que vai me segurar.
Se eu tiver um segredo
A ti contarei sem medo
Pois você é meu amigo
E sei que irá guardar.
Se me faltar a coragem
Você vai me incentivar,
Ficar na maior torcida
Pois não quer me ver falhar.
Se me vês acabrunhado
Pelas tolices da vida
Você me cura as feridas,
Me anima com seu sorriso
E me ajuda a levantar.
A minha maior ventura
É ter um amigo assim
Que me enxerga como sou
E vê a luz que há em mim.
E se algum dia na vida
Você me fizer sofrer...
Desde já eu te perdôo
Pois sei que foi sem querer.
Por mais que os nossos caminhos
Insistam em se afastar
Escrevi este poema somente pra te lembrar
Que você é meu irmão
Te levo no pensamento e dentro do coração.
#Publicados no Caderno do Sarau Literario Piracicabano de 18 de agosto de 2015

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Som dos pingos numa tarde poética...

"O som do trovão nos fala da pequenez da humanidade ... destrói o meio ambiente, contudo, na aridez das suas premissas olha para os céus com os lábios secos, clamando por suas águas abençoadas!"  Ana Marly De Oliveira Jacobino
## Publicações no Caderno do Sarau Literario Piracicabano de 18 de Agosto de 2015

À PORTA DO INUSITADO (sobre o sarau literário piracicabano)_ Sandra Ramos de Vasconcellos
Quando entrei naquela casa, um lugar onde nunca havia estado antes, fui surpreendida por pessoas amáveis e sorridentes. Aquele ambiente improvisado para a reunião era inteiramente receptivo, acolhedor como um útero saudável, pronto para receber o que a vida tem de mais magnífico anos dar: a diversidade, em plena consonância com a lei cósmica da inclusão. Percebi que aquelas pessoas estavam unidas pela apreciação do belo, da harmonia, do encontro de almas afins. Senti a completa ausência de rótulos, conceitos e definições que limitam a infinita capacidade de criação que possuímos. Onde não havia sequer um rosto que me fosse familiar, encontrei algo que me alimentou naquela noite. Meu ser se expandiu. E, mais uma vez, mostrou-se a beleza do desconhecido, do inusitado, que nos espera em algum ponto crucial do caminho, após uma curva fechada.

Imundo _ Camilo Irineu Quartarollo
Os ratos roem seu grande queijo cósmico nas noites esdrúxulas dos roedores insones. As galerias de esgoto precipitam dormentes os detritos. Há aquele silêncio sórdido, de eco incômodo, que prostitui os pensamentos em sua debilidade obsessiva.
Os ratos tomam de assalto o palco depois do show, sem cortinas e luzes. Eles consomem as palavras dos textos da peça e as peças dos personagens do texto e ratificam o predito.
O ruído dos roedores repercute na noite dos humanos, frustrando e furtando sua grande maçã cósmica. Não pode dormir seus filhos a pensar a ilusão dos seus sonhos. Na noite seguinte, entre sombras, eles vão procurar os ratos em sua cena. O humano ser tem de apresentar-se na vida, mesmo que em pele de rato.


Dois corações em um_ Ana Marly De Oliveira Jacobino
coisa esquisita é a amizade
revela nuances da vida
dia alegre, noite triste
num encantar passageiro
se choro, você me consola
sua mão no meu coração
me ajuda a transpor abismo
a plantar flores no céu
a soltar pipas na areia
a velejar sobre o vento
na escuridão que abate
no meu “ser”
no meu viver
enrolo minha alma na sua
me alimento da seiva
adocicada feito âmbar
grudado neste árvore frondosa
pelos séculos e séculos
colando o meu DNA
no seu
cápsula do tempo
viajante eterna que sou
do encantador shangri-lá
que reside na amizade!

sábado, 22 de agosto de 2015

Sarau e as escolhas dos homenageados

Sarau e as escolhas dos homenageados_ Ana Marly de Oliveira Jacobino


Sarau Literário Piracicabano é um encontro onde os participantes interagem. É algo ativo, vivo! Tudo regado com muita poesia, música, dança, declamações, exposições de artistas plásticos, leituras... Durante o sarau, o público saboreia um diverso cardápio temático. As poesias estimulam os freqüentadores a refletir sobre a realidade em que estão inseridos e os problemas que os cercam. O propósito do sarau, que tem apresentação gratuita, é também estabelecer uma relação direta com o público, com a intervenção e a mobilização dos materiais dos homenageados, que abrangem crônicas, poesias, músicas, depoimentos..., fazer os convidados e  participantes mostrarem sem constrangimentos, os seus trabalhos e dotes artísticos. O sarau conta com um caderno de publicações à cada edição, constando de um fragmento biográfico da vida de cada um dos homenageados da vez (um deles da cidade, ou, da região), além das poesias e dos trabalhos enviados previamente para a publicação.
A escolha de Evaldo Augusto Vicente (fundador do jornal A Tribuna de Piracicaba” em Agosto de 1974) aconteceu naturalmente, por seu caráter altruísta em levar adiante a sua idéia de fazer um jornal voltado para os problemas da comunidade, sem sensacionalismos, passando por momentos de prazer, diversão, trazendo conhecimento e informação de qualidade aos leitores, além de, estar atento às transformações tecnológicas, com pluralidade, tendo como base os conceitos democráticos, além do que, a importância de Evaldo abraçar os escritores da cidade publicando seus escritos é de relevância para eles!
Carlos Drummond de Andrade escreveu certa vez:
Drummond o outro homenageado conseguiu ao longo da sua vida formar uma obra imensa, intensa, densa, tanto em poesia como em prosa, Drummond eleva sua criação ao patamar de qualidade incontentável, remodela em si mesmo uma investigação bem feita sobre a realidade humana, conversa com seus fantasmas numa mistura de pessimismo e solidão ante a dureza do cotidiano, a que estamos inseridos desde a concepção do mundo, reescreve toda a sua ancestralidade com precisão.
Portanto, a escolha de Drummond e de Evaldo Vicente é a mostra de significados e significâncias datados da grandiosidade da personalidade e do trabalho em prol da vida cultural e social de toda uma população marcante na história de cada um destas personalidades!
Sarau Literário Piracicabano partilha as raízes da nossa cultura nas artes... 


quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Brilha a poesia no rastro da estrela de um Sarau...

Noite repleta de alegrias poéticas no Sarau Literario Piracicabano nesta terça-feira 18 de Agosto no Museu da gloriosa Esalq-USP
 
Honrada ao lado do escritor e jornalista Evaldo Vicente da A Tribuna Piracicabana

Agradecendo o belo trabalho na publicação do Caderno do Sarau Literario Piracicabano pela gráfica da gloriosa Esalq Piracicaba.Muito lindo! Parabéns!

E o público vai chegando e assistindo a cada apresentação com alegria.


Ouvindo Evaldo Vicente em suas belas palavras como tudo o que ele faz!

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Sarau Literário Piracicabano é o lugar aonde a arte pára...

A sua beleza vai além do olhar físico...é preciso explorar o olhar d'álma, para vê-lo em toda sua plenitude.O belo se esconde para que VOCÊ o encontre naquele espaço do seu interior com olhar infantil! BOM DIA! Ana Marly De Oliveira Jacobino


Venha curtir um Sarau Literario Piracicabano (11 anos de trabalho voluntário) e carregue a alegria para seu interior... Conheça quem faz o melhor na arte lítero-musical vivendo os sentires de um homenageado do Sarau.
Data: 18 de Agosto as 19h30 (terça-feira)
Local: Museu da Esalq Piracicaba USP
Entrada gratuita!
Homenageados: Evaldo Augusto Vicente (jornalista e diretor da A Tribuna Piracicabana (aniversário do jornal A Tribuna)), e, Carlos Drummond de Andrade (escritor e poeta)
Na parte musical o Grupo Caleidoscópio com Maestro Carlos Roberto Furlan Suzi Christophe FurlanAna Lúcia Paternianifazendo história no Sarau Literario Piracicabano
Sarau Literário Piracicabano é o lugar aonde a arte pára...
## Água de beber –Tom Jobim/Vinicius de Moraes
https://www.youtube.com/watch?v=dRktEPxBKdA&feature=youtu.be
Lugar de forte emoções você encontra no Sarau Literário Piracicabano (11 anos de trabalho voluntário para todas as artes)
**Grupo Anima _ Uma benção Antiga de Denes Agay _ https://www.youtube.com/watch?v=rW_VEPAiI3E&feature=youtu.be

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Saga de Palavras 1

Segundo lançamento do Saga de Palavras 
"Acabei de ler "numa tacada só" o Livro "Saga de Palavras". Uma coletânea de crônicas e poesias de oito escritoras piracicabanas. Textos com grande diversidade de assuntos.Trata de romantismo, de detalhes do dia-a-dia, de alegrias e tristezas, de lembranças e esperanças. Envolvente. Deixa com aquela vontade de quero mais. Merece ser lido. Parabéns às escritoras. 
Lídia Sendin Leda Coletti Carmen Pilotto Ivana Negri Madalena Tricanico 
                                                             Pedro Galuchi (escritor e poeta)

Flutuações _ Leda Coletti
Tempo casmurro traz melancolias,
tédio, lembranças mórbidas sem fim,
o humor se vai, também as alegrias,
deixando a solidão bater em mim.
Se o ambiente mesclar lentas melodias,
mesmo entre flores lindas de um jardim,
meu coração se aperta nesses dias,
igual ao sopro triste de um clarim.
Mas, nada nesta vida dura muito,
um presente de Deus tão bom,
gratuito, vem colorir, dourar mais o arrebol.
Devagar, acabou-se a nostalgia,
de novo visitou-me a poesia
e o que era negritude virou sol.
# Publicado no livro Saga de Palavras e no Caderno do Sarau Literário Piracicabano de 14 de Julho de 2015
Indefeso viu-se corado
ao ser colhido

por mãos macias...
Se desfez em lágrimas
ao sentir maculado
seu doce orvalho.
Sempre sonhara
colorir paisagens,
perfumar caminhos!
O puro botão vermelho
tornou-se uma Flor/Mulher
ao perceber seu destino.
Fora colocado
em finíssimo cristal
aos pés da Virgem Maria!

Oh! Rubra Rosa!
# Publicado no livro Saga de Palavras e no Caderno do Sarau Literário Piracicabano de 14 de Julho de 2015
Trago o que me basta _ Raquel Delvaje
Não trago jóias: nem ouro , nem prata
Trago as brumas prateadas
Pelas noites enluaradas,
Trago o doiro das crinas
Dos cavalos das campinas.
Trago o dourado do sol
Irmanado com o vento,
Trago o prateado dos cabelos
Pincelados pelo tempo.
Não trago joias: nem ouro, nem prata
Trago somente as pratas do orvalho
Das manhãs frias e sonolentas,
Trago somente o ouro do crepúsculo
Que nas colinas se acalenta.
E meu coração satisfeito
Abriga-se ávido em meu peito
Todo o seu amor ... É o que me basta
Não trago jóias: nem ouro, nem prata

# Publicado no livro Saga de Palavras e no Caderno do Sarau Literário Piracicabano de 14 de Julho de 2015

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Abertura da Flip 2015 revive Mario de Andrade na sua totalidade _ Parte 2_


A mesa "As margens de Mário", inaugurou a Festa Literária de Paraty, Nela estavam a ensaísta argentina Beatriz Sarlo, a crítica e professora da USP Eliane Robert de Moraes (organizadora da "Antologia poética brasileira") e Eduardo Jardim (autor de "Eu sou trezentos", biografia de Mário de Andrade).
Mario de tantas realidades! Eduardo Jardim, autor da primeira biografia sobre Mário, “Eu sou trezentos” falou sobre a diversidade do pensamento do homenageado da 13ª Flip, e, de como, ele transitava entre todos os gêneros literários. Contou que a sua grande preocupação era o impacto de seu trabalho na cultura de seu tempo.
— O próprio Mário não imaginaria tanta gente junta para homenageá-lo. Em carta para Bandeira, disse que ficaria contente se suas iniciativas fossem eficazes naquele momento._ fala Eduardo, sobre uma carta em que Mário escreve: “não estou preocupado se vou ser conhecido em 1985”.
Mário de Andrade é marcado por Eduardo como um dos grandes intelectuais brasileiro, (músico, pesquisador, agitador cultural), seu trabalho foi grande entre os anos 1917 e 1937, período em que liderou o modernismo brasileiro, e o ápice foi a Semana de 22.
Beatriz Sarlo mostra na sua fala a distância cultural da Argentina e do Brasil lá pelos idos de 1920, comparou Mário de Andrade em São Paulo a escritores que faziam historia em Buenos Aires, como Jorge Luis Borges.
“As diferenças entre eles é marcante, pois Mário vai em busca de pesquisar a música popular, e, que um escritor portenho da década de 20, jamais faria isso! Como as viagens, que Mario fez à Amazônia, que finalizam no caráter carnavalesco de sua obra, que continua uma profunda celebração da festa, do ritual”.

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
As sensações renascem de si mesmas sem repouso,
Ôh espelhos, ôh! Pirineus! ôh caiçaras!
Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro!
Abraço no meu leito as milhores palavras,
E os suspiros que dou são violinos alheios;
Eu piso a terra como quem descobre a furto
Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos!
Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
Mas um dia afinal eu toparei comigo...
Tenhamos paciência, andorinhas curtas,
Só o esquecimento é que condensa,
E então minha alma servirá de abrigo.
De repente, sem estar inserido no programa da FLIP o ator Pascoal da Conceição, que interpretou Mário de Andrade, interrompeu a fala de Eduardo Jardim. Pascoal anda pela platéia declamando os versos, acima citados, segurando um buquê de margaridas brancas, vestido com um terno branco de linho como: Mário de Andrade. No palco, ele declarou muito feliz "pela descoberta do que realmente significa o Mário de Andrade".
"Achei interessante que a platéia e os participantes da mesa ficaram estupefatos!" Eduardo Jardim encerrou a sua fala! O curador da Flip, Paulo Werneck, disse que, toda a encenação foi "uma surpresa" que "fugas do script" são bem-vindas - às vezes, ressaltou, e encerrou o debate.  ## Ana Marly de Oliveira Jacobino