sábado, 29 de outubro de 2011

29 de Outubro é o Dia Nacional do Livro.

Alguns autores souberam como ninguém marcar sua presença, através dos seus escritos. Seus livros passaram para a posteridade fazendo outros autores, críticos, pesquisadores consagrados, os estudarem para mostrar a importância de cada um deles no cenário histórico mundial. Hoje, 29 de outubro é o "Dia Nacional do Livro ", comemorado em homenagem a fundação da Biblioteca Nacional em 1810. Como presente o Agenda publica alguns autores e obras que marcaram a nossa leitura!
                                            Ana Marly de Oliveira Jacobino
A República (em grego: Πολιτεία, transl. Politeía) é um diálogo socrático escrito por Platão, filósofo grego, no século IV a.C.. Todo o diálogo é narrado, em primeira pessoa, por Sócrates. O tema central da obra é a justiça.No decorrer da obra é imaginada uma república fictícia (a cidade de Calípole, Kallipolis, que significa "cidade bela") onde são questionados os assuntos da organização social (teoria política, filosofia política).
        O diálogo tem uma extensão considerável, articulada pelos tópicos do debate e por elementos dramáticos. Exteriormente, está divido em dez livros, subdividida em capítulos e com a numeração de páginas do humanista Stéphanus da tradição manuscrita e impressa.
        A República usa uma argumentação dialética. O pensamento dialético caracteriza-se por apreender a realidade à luz de posições contraditórias, uma das quais acaba por ser compreendida como verdadeira e a outra falsa. A imagem correspondente é a do confronto entre luz, sol, claridade e trevas, escuridão e caverna. A dialéctica ascendente apresenta a ideia por confronto com os pontos de partida empíricos; a dialéctica descendente verifica a corrupção da ideia devido à sua incorporação numa situação empírica
A Letra Escarlate", Nathaniel Hawthorne faz o confronto mais íntimo no homem com a sociedade puritana é o tema do “romance psicológico” (como o autor o classificava, em um tempo em que o mundo ainda não cogitava de psicologia na literatura). É a história de três pecadores e de tudo o que decorreu de seus erros na cidade de Boston, no século XVII. Todos os personagens carregam muita dor e vivem deprimidos.
O romance "A Letra Escarlate", é uma mistura de alegoria e romance histórico e é considerado por muitos críticos o maior romance da literatura norte-americana. Hawthorne viveu no século XIX, situava sua ficção no passado distante e influenciou praticamente todos os escritores da sua geração.

Assista ao triller do filme A Letra Escarlate com Gary Oldman, Demi Moore :
                                             http://youtu.be/NlUetVd4rsw
Nathaniel Hawthorne (1804-1864), bisneto de um dos maiores juízes de feiticeiras de Salem, na Nova Inglaterra, foi responsável por injetar decisivamente o puritanismo americano no rol de temas centrais da tradição gótica.
Em seus romances, cuja delicada escrita (dotada de um pudor que pintava até os mais insignificantes pecados como máculas formidáveis).
Sempre teve como tema em seus trabalhos a moral, conferindo-lhe ares de única salvaguarda contra a crueldade humana. Dentre suas obras, "A Casa das Sete Torres" (1851) é aquela que melhor assimila (e reformula) a estética gótica.
virtualbooks.terra.com.br/osmelhoresautores/b...
           O livro surgiu em um período de grande inovação e diversidade por parte dos escritores ficcionistas espanhóis. Parodiou os romances de cavalaria que gozaram de imensa popularidade no período e, na altura, já se encontravam em declínio. Nesta obra, a paródia apresenta uma forma invulgar. O protagonista, já de certa idade, entrega-se à leitura desses romances, perde o juízo, acredita que tenham sido historicamente verdadeiros e decide tornar-se um cavaleiro andante. Por isso, parte pelo mundo e vive o seu próprio romance de cavalaria. Enquanto narra os feitos do Cavaleiro da Triste Figura, Cervantes satiriza os preceitos que regiam as histórias fantasiosas daqueles heróis de fancaria. A história é apresentada sob a forma de novela realista.
        É considerada a grande criação de Cervantes. O livro é um dos primeiros das línguas européias modernas e é considerado por muitos o expoente máximo da literatura espanhola. Em princípios de maio de 2002, o livro foi escolhido como a melhor obra de ficção de todos os tempos.
HALLEWELL, Laurence (1985), O livro no Brasil: sua história, São Paulo: EdUSP. ISBN 85-85008-24-5, Coleção Coroa Vermelha, Estudos Brasileiros, v. 6
Dom Quixote de La Mancha (Don Quijote de la Mancha em castelhano) é um livro escrito pelo espanhol Miguel de Cervantes y Saavedra (1547-1616). O título e ortografia originais eram El ingenioso hidalgo Don Qvixote de La Mancha, com sua primeira edição publicada em Madrid no ano de 1605. É composto por 126 capítulos, divididos em duas partes: a primeira surgida em 1605 e a outra em 1615.

                         Assista ao DON QUIJOTE DE LA MANCHA (1979)
                                           http://youtu.be/w4tFzD13hmc
Dom Casmurro tem como personagem principal Bento Santiago, o narrador da história que, contada em primeira pessoa, pretende "atar as duas pontas da vida", ou seja, unir relatos desde sua mocidade até os dias em que está escrevendo o livro. Entre esses dois momentos Bento escreve sobre suas reminiscências da juventude, sua vida no seminário, seu caso com Capitu e o ciúme que advém desse relacionamento, que se torna o enredo central da trama. Ambientado no Rio de Janeiro do Segundo Império, se inicia com um episódio que seria recente em que o narrador recebe a alcunha de "Dom Casmurro", daí o título do romance. Machado de Assis o escreveu utilizando ferramentas literárias como a ironia e uma intertextualidade que alcança Schopenhauer e sobretudo a peça Otelo de Shakespeare.
                                Assista trailer de Dom Casmurro:
Joaquim Maria Machado de Assis Nascido no Morro do Livramento, Rio de Janeiro, Sua extensa obra constitui-se de 9 romances e peças teatrais, 200 contos, 5 coletâneas de poemas e sonetos, e mais de 600 crônicas. Machado de Assis é considerado o introdutor do Realismo no Brasil, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas(1881).
          Machado de Assis é considerado um dos grandes gênios da história da literatura, ao lado de autores como Dante, Shakespeare e Camões.
         Achcar, Francisco. "Introdução a Machado de Assis" In: ASSIS, Machado de. Contos.Editora Sol, 1999. Os Livros da Fuvest I. São Paulo: Ed. Sol, 2001,

          Andrade, Fernando Teixeira de (2) (análise). "Memórias Póstumas de Brás Cubas" In:
Urupês é considerado a obra-prima de Monteiro Lobato, e é um clássico da literatura brasileira. O livro é composto por 14 contos, que mostram a vida quotidiana e mundana do caboclo do interior de São Paulo, através de suas crenças, costumes e tradições. Têm, geralmente, um final trágico e inesperado. Para uma melhor compreensão da temática da obra, o próprio escritor nos dá pistas ao citar, em um dos seus contos, Meu Conto de Maupassant. De fato, sua literatura vai pela mesma rota do literato francês, já que se baseia em ações extremas e patéticas norteadas pelo amor e pela morte.
                  O tom exagerado também se manifesta em sua linguagem. Além dos traços expressionistas (na descrição das personagens Lobato utiliza técnicas expressionistas que as deformam, quando se dedica a caracterizar a natureza passa a vazar metáforas de bela plasticidade que em vários pontos lembra a idealização romântica. Afasta-se, no entanto, dessa escola literária por utilizar uma linguagem mais simples, arejada, moderna) usados nas descrições das personagens, Lobato utiliza constantemente a ironia, o que revela uma emotividade extremamente carregada, fruto de um misto de indignação, impaciência e até intolerância ao enxergar os problemas brasileiros e como eles são provocados pela lassidão, fraqueza e indolência do caráter de nosso povo.
José Bento Renato Monteiro Lobato foi criado em um sítio, Monteiro Lobato foi alfabetizado pela mãe Olímpia Augusta Lobato e depois por um professor particular. Aos sete anos, entrou em um colégio. Nessa idade descobrira os livros de seu avô materno, o Visconde de Tremembé, dono de uma biblioteca imensa no interior da casa. Leu tudo o que havia para crianças em língua portuguesa. Nos primeiros anos de estudante já escrevia pequenos contos para os jornaizinhos das escolas que frequentou.


            Video histórico com a voz de Monteiro Lobato:

                          http://youtu.be/md5eJuqRDNU

AZEVEDO, C. L. de, CAMARGOS, M., SACCHETTA, V., Monteiro Lobato furacão na Botocúndia.São Paulo: Editora Senac, 1997.

BRASIL, Padre Sales, A literatura infantil de Monteiro Lobato ou comunismo para crianças. São Paulo: Editora Livraria Progresso, 1957.
CAVALHEIRO, Edgar, Monteiro Lobato - Vida e obra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1955, 2 vols.
                              fotos google

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Teatro você vê por aqui...

"A qualidade dos espetáculos sempre foi o forte nas apresentações do Fentepira (Festival Nacional de Teatro). Sempre vou aos espetáculos e admiro a diversidade do que nos é mostrado. Nomes consagrados passeiam pelos palcos dos teatros, praças e espaços alternativos, engrandecendo e tornando a cidade um pólo marcado pelas diferentes linguagens cênicas que espalham encantamento pelo nosso país, e que estarão em Piracicaba com 26 atrações gratuitas com abertura no dia 28 de outubro e atividades até 6 de novembro. Como perder algo tão fabuloso acontecendo por aqui??? Convido você a ir assistir ao Fentepira. Vamos, locomova-se! Vá ao Teatro!" 
                                                          Ana Marly de Oliveira Jacobino
    
                                  Um pouco do que vai acontecer em Piracicaba
28 de outubro- 20h _Teatro Municipal Dr. Losso Netto – Sala 1
Apresentação do Grupo de Viola As Piracicabanas Espetáculo Um Dia Ouvi a Lua – Grupo Teatro da Cidade
A comissão organizadora do Fentepira (Festival Nacional de Teatro de Piracicaba)

30 de Outubro-20h _Teatro Municipal Dr. Losso Netto – Sala 1
Espetáculo Contos Proibidos de Antropofocus – Grupo Antropofocus
"O grupo Antropofocus apresenta uma comédia em silêncio na qual o público é convidado a observar pessoas em momentos íntimos e secretos, seja num banheiro masculino, no porão de uma loja, numa marquise em meio a uma tempestade ou dentro da sua imaginação"


31 de outubro_10h _Teatro Municipal Dr. Losso Netto – Sala 1_ Espetáculo O Gato Malhado e Andorinha Sinhá – Grupo 59 de Teatro
2 de novembro_20h _Teatro Municipal Dr. Losso Netto – Sala 1
Espetáculo Nhô Lica – As Aventuras e Desventuras do Capitão Félix do Amaral – Tragatralha Cia. de Teatro
Antônio Chapéu, do Andaime Teatro, assume o inédito cargo de curador do Fentepira (Festival Nacional de Teatro de Piracicaba)
                                                            
                                                                    Informações:

Telefone: (19) 3433-5952
Site oficial: www.fentepira.com.br
Blog: www.fentepira.wordpress.com
Facebook: Fentepira Piracicaba
Twitter: @fentepira
E-mail: fentepira@piracicaba.sp.gov.br
Inscrições para oficinas: oficinafentepira@hotmail.com
Informações para a imprensa: Rodrigo Alves
(19) 9147-5733
rasilvad@gmail.com
                                                       Valéria Rodrigues
(19) 9108-4322
rodrigues-valeria@bol.com.br

Fotos e informações by google, Rodrigo Alves e Teatro MUnicipal de Piracicaba

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Elas deixarão sua poesia para a posteridade...

"A fragilidade da alma não demonstra a força que imperava nas suas palavras, através dos fatos trágicos que ceifou a razão e a dor, que matou sua alma. Mulher de sangue latino, vigoroso,  escreveu sobre o bem e o mal. que desencadeia o amor e a dor evidenciando o passo lento da humanidade na sua história. Alfonsina, se suicida em 25 de Outubro nos braços das ondas do mar. Já, Mary McCarthy, escritora e crítica americana, morta também em 25 de Outubro,  gostava de enfatizar que: escrever bons personagens é "colocar ameixas reais em um bolo imaginário" a verdade nua e crua que a perda trágica dos seus pais a levaria para uma rebeldia interminável com a vida!  Suas vidas foram marcadas tragicamente,  portadoras que foram de câncer de mama !
                                                   Ana Marly de Oliveira Jacobino
 Mary foi uma adolescente rebelde que tinha poucas amigas, o que não é de admirar, uma vez que fazia troça de quem não soubesse responder nas aulas e mantinha sempre um ar de inequívoca superioridade. Mais tarde, quando mudou para a escola pública, perdeu a fé e decidiu-se por uma "vida livre" e pela viagem para leste, para o muito sofisticado e "moderno" Vassar College, onde a nata das mulheres americanas aprendia a pensar pela própria cabeça.

No início dos anos sessenta, Mary conheceu o seu quarto e ultimo marido, James West, um diplomata americano que a acompanhou para o resto da vida e manteve um fascínio absoluto pelo "glamour" que parecia segui-la por todo o lado. Finalmente livre de preocupações financeiras, Mary dedicou-se de alma e coração à escrita e a uma vida bem sucedida, a que não faltavam jantares, recepções e inúmeras intervenções em debates, colóquios e conferências.
Mary morreu no dia 25 de Outubro de 1989 depois de um mês no hospital, durante o qual foi mantida viva artificialmente. O cancro da mama que a devorava tinha alastrado para os pulmões. Quando, em 1979, numa entrevista lhe perguntaram se a escrita tinha sido, para ela, uma compensação pelas múltiplas perdas, ao longo da sua vida, ela respondeu: "Essa espécie de material psicoanalítico não me diz nada e serve apenas para retirar todo o mistério das nossas experiências e para subentender que possuímos um tipo de conhecimento que na realidade não temos". Por detrás de uma atitude considerada por muitos como desapiedada e fria, escondia-se um conhecimento profundo, irónico e lúcido de si própria e do mundo.
Bibliografia: "SEING MARY PLAIN. A LIFE OF MARY McCARTHY" , Frances Kiernan, W.W. Norton & Company, New York. London, 2000
Nota do EditorTexto gentilmente cedido pela autora. Publicado originalmente na Revista Storm, editada por Helena Vasconcelos em Portugal. (Foi mantida intacta também a grafia original.)
Alfonsina Storni é Filha de pais argentinos, nascida na Suíça, imigrou com os seus pais para a província de San Juan na Argentina em 1896. Em 1901, muda-se para Rosario, (Santa Fé), onde tem uma vida com muitas dificuldades financeiras. Trabalhou para o sustento da família como costureira, operária, atriz e professora.

Descobre-se portadora de câncer de mama em 1935. O suicídio de um amigo, o também escritor Horacio Quiroga, em 1937, abala-a profundamente.
Em 1938, três dias antes de se suicidar, envia de um hotel de Mar del Plata para um jornal, o soneto “Voy a Dormir”.
                                            Tomado del Proyecto Cervantes

Morir como tú, Horacio, en tus cabales,
Y así como en tus cuentos, no está mal;
Un rayo a tiempo y se acabó la feria…
Allá dirán.
Más pudre el miedo, Horacio, que la muerte
Que a las espaldas va.
Bebiste bien, que luego sonreías…
Allá dirán.
Consta que suicidou-se andando para dentro do mar — o que foi poeticamente registrado na canção "Alfonsina y el mar", gravada por Mercedes Sosa.

Ouça Mercedes Soza em bela homenagem feita pela Argentina a Afonsina
http://youtu.be/fpQvuquMhNY
                                                         Premio Escriba de Contos 2011
Lucila (diretora da Biblioteca, lado direito) ao lado do jurado Joaquim Maria
                                                    Junior ao lado de convidados na noite do dia 22 de Outubro
Ivana Negri recebe o seu Prêmio Escriba (escritores piracicabanos) em 2011, aqui na foto ao lado de Ana Marly
foto google, Biblioteca Municipal e Ana Marly
As duas mulheres ( Alfonsina e Mary) que ergueram da sua fragilidade monumentos com suas palavras entrego-lhes a Rosa Púrpura da Agenda Cultural Piracicabana

Vamos mandar um abraço apertado para ela ,que cuida da nossa alma neste dia do seu aniversário:
Dr Ana Lucia Stipp Paterniani
O Sarau Literário Piracicabano lhe envia muita paz recheada com muita música

domingo, 23 de outubro de 2011

Edgar Allan Poe o homem que poetou o medo...

“O negror marcou sua vida. A bebida sua constante amiga! Os delírios versejavam em suas palavras propiciando versos em que a morte se esconde atrás da porta em busca dos seus amigos, parentes e amores. Viveu sempre no limite da razão e da insanidade. Morreu solitário ao lado da sua loucura! Edgar Allan Poe um poeta maldito que carregou a sua maldição durante a sua vida e a sua morte. Aqui jaz o poeta dos infortúnios! Amém!            
                                              Ana Marly de Oliveira Jacobino
"Durante mais de dez dias estive totalmente transtornado, fora de mim, ainda que não tenha bebido uma só gota (de álcool); durante esse lapso, imaginei as calamidades mais atrozes. Foram somente alucinações, consequência de um ataque como jamais havia experimentado em minhas carnes, um ataque de mania-à-potu [delirium tremens."  Edgar Allan Poe
         A morte de Edgar Allan Poe ocorreu no dia 7 de outubro de 1849, quando o escritor tinha quarenta anos de idade. Cercada de mistério, sua causa ainda é discutida. Quatro dias antes de falecer, Poe foi encontrado nas ruas de Baltimore, Maryland, em um estado delirante.
                                       Boston em meados do século XIX _ Edgar Allan Poe nasceu em Boston, 19 de janeiro de 1809 e faleceu em  Baltimore, 7 de outubro de 1849
          Grande parte da informação existente sobre os últimos dias de sua vida provém do médico John Joseph Moran, que o tratou no hospital.
           Poe escreveu uma carta a sua noiva Annie Richmond (abril ou maio de 1849).
"Tais considerações meramente mundanas carecem do poder de me deprimir... Não, minha tristeza é inexplicável, e isto me entristece mais ainda. Estou repleto de tenebrosos pressentimentos. Nada me anima, nada me consola. Minha vida parece feita para se perder; o futuro me parece um terreno baldio pavoroso, mas penso em seguir lutando por ter 'esperança contra toda esperança'."
Virginia Clemm, prima e esposa de Poe, morta em 30 de janeiro de 1847 por causa de tuberculose.
           Poe se refugiou do público, junto a sua esposa que então estava doente, Virginia, em busca de ar puro em um chalé (o famoso cottage) situado na seção Fordham do Bronx, Nova Iorque. Lá, em 30 de janeiro de 1847, Virgínia faleceu em decorrência de uma tuberculose que perdurava por cinco anos. Seus biógrafos e críticos sugerem que o assunto, frequente na obra de Poe, da "morte de uma bela mulher" tem origem na repetida perda de suas mulheres ao longo de sua vida, incluindo a sua esposa
O chalé onde morreu Virginia e onde Poe passou seus últimos meses, recluso            
           Morte! (in memorian para Edgar Allna Poe)- Ana Marly de OliveiraJacobino
Desvanece o desejo!
Escapa feito o aroma
Outrora; olor perfume
Rouba do meu rosto
Riso frouxo incólume.

Boca repleta de estrume!
Devora alma em réquiem
Ronca o ventre inchado
Negror roto sem o lume
Podre; fungo esverdeado.
             As obras mais conhecidas de Poe são Góticas, um gênero que ele seguiu para satisfazer o gosto do público. Seus temas mais recorrentes lidam com questões da morte, incluindo sinais físicos dela, os efeitos da decomposição, interesses por tapocrifação, a reanimação dos mortos e o luto. Muitas das suas obras são geralmente consideradas partes do gênero do romantismo negro, uma reação literária ao transcendentalismo, do qual Poe fortemente não gostava.
           Além do horror, Poe também escreveu sátiras, contos de humor e hoaxes. Para efeito cômico, ele usou a ironia e a extravagância do rídiculo, muitas vezes na tentativa de liberar o leitor da inércia cultural.
               O CORVO *(de Edgar Allan Poe) traduç: Fernando Pessoa
Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de algúem que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais." (...)
                                     Ouça o poema "O Corvo":
                                 http://youtu.be/zX8RlEzZGt0
Em 17 de novembro de 1875, Poe foi enterrado com um novo monumento. Os restos mortais de sua esposa Virginia e os de sua sogra Maria, também se encontram lá.

                                    Intimidade poética_Ana Marly de Oliveira Jacobino

No negror da noite tão perfeita
Onde meu corpo vê a claridade...
Em seu ventre expande a seita
Que carrega toda a divindade.


Neste verso mostro intimidade
Alma velada que me espreita,
Boca que vomita sua vontade
Alimenta esta carne já desfeita.


Sonho estar num vazio profundo,
Dores marcadas pelo submundo
Corro... ali parada como aleijada!


E no meu viver navego vou fundo,
Não pretendo carregar o mundo
Apenas... ser poeta e mais nada!

                                                         Annabel Lee

Foi há muitos e muitos anos já,
Num reino ao pé do mar.
Como sabeis todos, vivia lá
Aquela que eu soube amar;
E vivia sem outro pensamento
Que amar-me e eu a adorar.
Eu era criança e ela era criança,
Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor --
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.
E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.
E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar...
Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.
Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.
Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.                                  Edgar Allan Poe

Edgar Allan Poe: Obras em prosa. 2da ed. ed. San Juan: Universidad de Puerto Rico.

Hennequin, Emile. "Vida de Poe" en Edgar Allan Poe, poesía completa. quinta edição ed. Barcelona: Ediciones 29. ISBN 84-7175-071-6
Krutch, Joseph Wood. Edgar Allan Poe: A Study in Genius. Nova York: Alfred A. Knopf.
Poe, Edgar Allan. Cartas de um poeta (1826-1849). Barcelona: Grijalbo Mondadori. Julio Cortezar
fotos by google

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O que há nas entrelinhas das letras de Caetano Veloso...

"Pois é, você o admira  pela sua história irreverente, aprende a cantar suas composições e a gostar das suas melodias. Você o acha genial..., mas, ele, vai além disso, Caetano Veloso e a Tropicália veste a camisa de uma geração de expurgados pelo regime social e militar, caminhando contra o vento, sem lenço e sem documento... em plena era de chumbo do regime militar brasileiro. Salve, Caetano Veloso, salve, salve!
                                              Ana Marly de OLiveira Jacobino
A rebeldia de Caetano Veloso incomoda a sociedade centralizadora da época, as vaias durante a sua apresentação do Festival de Música Popular Brasileira em 1967 se transfotma em aplausos e gritos histéricos do público que o acompanha cantando. Uma mudança radical vai acontecer no pensar da sociedade como um todo. Caetano Emanuel Viana Teles Veloso um jovem de Sanato Amaro da Purificação extrapola as fronteiras da idade e dos costumes e faz um país inteiro pensar!

Ao som de guitarras elétricas do grupo argentino Beat Boys, as vaias para algo inusitado como a guitarra elétrica na música, se transformaram em aplausos e enlouqueceu o terceiro Festival de Música Popular Brasileira (TV Record, outubro de 1967), juntamente com Gilberto Gil, que interpretou Domingo no Parque, classificadas respectivamente em quarto e segundo lugar. Era o início do Tropicalismo, movimento este que representou uma grande efervescência na MPB.
Alegria, Alegria foi composta com imagens do cinema, lendo a letra parece que estamos em um filme, a letra nos passa flashes. A letra faz alusão a revista Sol que trazia em seu conteúdo assuntos variados:
Caminhando contra o vento

Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou...
O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou...
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot...
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou...
Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não...
Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento,
Eu vou...
Eu tomo uma coca-cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou...
Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil...
Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou...
Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou...
Por que não, por que não...

                       Ouça e vibre com Alegria, Alegria no Festival de 1967:
                      http://youtu.be/xMZ5gtVDtBc
Caetano Veloso escreveu para o Pasquim, enquanto estava no exílio. Seus textos repletos de neologismos fazem trocadilhos com poemas importantes dos nossos grandes poetas para falar do tempo em que estava viendo apatriado, infeliz, e com uma saudade imensa dos amigos e do Brasil.
                  A Praça Castro Alves é do povo como o céu é do condor. O céu é azul. O azul é incrível. O vermelho é incrível. O mar da Bahia fica acima do nível do mar. Mandei fazer pra você, Maria, uma fantasia de papel crepon. Mas pra você sair na rua tem que a previsão dizer que o tempo é bom. Amarelo. O sol underground. Cerveja ferro na boneca antártica a cerveja brahma nossa amaralina. Amaralina, para quem está por fora da geografia, fica longe, muito longe da Praça Castro Alves. Mas pra quem está por dentro da geografia Amaralina fica também ali embora Amaralina seja o lugar onde o mar está ao nível do mar e a terra está ao nível do mar e o céu também enquanto na Praça Castro Alves o mar está acima do nível da mão do poeta e não há geografia que explique que descreva que estude o azul é do povo como o vermelho e o amarelo. O sol, dizia eu, underground sobem flores losangos cotovelângulos eu só posso falar com você sobre o que você não entende numa forma que você não entenda. O branco. Como o negro é do condor. Fui telefonar pra o meu amor, disquei o número mas não fui atendido. Eu metia o dedo, tirava o dedo, já estava com o dedo ferido. Carnava. Ladeira, águas bruscas, sacasacasaca sacarolha. Eu quero é couro. Na rua do ouro. Barbarracas Sé. Oi, todo dia eu tomo banho. Minha rolinha do mesmo tamanho. Severiano Mudança do Garcia Internacionais. Tororó da janela da casa Clara Tororó Lay tio Lay Clara janela Tororó. Garcia. Mais um, mais um, Bahia. Filhos de Gandhi. Relógio certo atrasado de São Pedro Relógio de São Pedro atrasado preguiça Cabeça Anjo Azul Fantoches da Eutherpe. O Fantoches é do povo como o céu é da rolinha.

Fantoches: coxas. Quem sabe, sabe. Doutora Lu, Doutor Lulu. Voltando ao sol, cuidem de mim correndo paladeira morrendo atrás do trielétri. Não tem doutor pra lhe curar, não tem padre pra lhe salvar, não tem polícia militar pra lhe prender, não tem juiz pra lhe julgar, não tem ladrão pra lhe roubar. Quero morrer, quero morrer já. Fui curado de cansaço e medo por um doutor. Quero viver, quero viver lá. Policiais vigiando. Iate Clube da Bahia Baiano Associação Atlética Coqueijo a onça moça ninguém entra Iate Clube carteirinha penetra Iate Clube ninguém também lá dentro é tão. Misericórdia. Sé. Cada ano sai pior. Cada ano sai melhor no sábado será que é o Cada Ano Sai Pior que no sábado cada ano sai melhor? Reco-recordações. Recor-recordações. O sal da terra. O sal batendo nos telhados cor da pele. O Teatro Castro Alves é do corvo como parto é dos com dor. Barroquinha, barracas, brahmas, beijos. Maria, Jota. O sol da terra. Tororó. Fui beber água e achei até cerveja e feijoada no ano que eu estava com dor de dente todo o mundo está a fim de te ajudar no teu karmaval. Ai ai ai ai, está chegando a hora. Cielito lindo. Sabes que me estás matando, que estás acabando con mi corazón. Manhã, tão bonita manhã. Qual a marcha de maior sucesso qual o samba aguardo cartas. Eu não sei de nada. Eu não sou daqui. Sai de cima dessa nega que essa nega tá de Pata, pata. Boi, boi, boi, boi da cara preta, vem comer Gracinha que tem medo de careta. Oi, todo dia eu tomo banho. Digão, cadê o dragão? Não adianta se o Recife está longe e a saudade é tão grande que eu.
                       Caetano Veloso          Pasquim, 02 a 09/04/70
Londres, com om céu quase sempre encoberto deixava Caetano Veloso ainda mais triste!
 Um estudioso apaixonada pela boa música brasileira, Luiz Antonio de Souza
Projeto Música e Literatura mostrou na noite de ontem a  fase de Caetano Veloso no exílio, foi  mais um encontro do ciclo de palestras ministradas pelo jornalista Luiz Antonio de Souza, com a temática Música e Literatura.
Um encontro apaixonante em que pudemos ao som da boa música saber detalhes
sobre a fase produtiva do compositor Caetano Veloso durante o seu exílio no final dos anos 60 e início dos anos 70, ainda no auge do movimento tropicalista, o jornalista apresenta algumas músicas que ilustram o período e faz análise de textos escritos por Caetano excepcionalmente para o Pasquim, em que revela sua saudade do Brasil, seu estado de espírito e sua vida em Londres. Um programa imperdível! Nota 10!
                                                 fotos google
Participantes atentos pela maravilhosa história contada pelo Jornalista, Músico, Pesquisador e Professor Luiz Antonio de Souza contemplando desta vez: Caetano Veloso!
                  Alerta: Não podemos esquecer, nunca o que fazem com o Rio de Piracicaba

Rio de Piracicaba em Setembro de 2011 com a vazão de 25 metros cúbico/ hora pede socorro! Sistema Cantareira mata o nosso rio! foto da página da EPTV (google)
               
                    SOS Rio Piracicaba_Ana Marly de OLiveira Jacobino
O rio Piracicaba está mostrando as pedras. O rio passa fome de água. As autoridades cogitam em pedir mais água ao “Sistema Cantareira”. O nosso rio está pele e osso. SOS! Água! Água! Água! Água para o Rio de Piracicaba!
                                              Você não pode perder...
Olá amigos, tudo bem! A terceira entrevista do programa Fronteiras da Arte está demais. Desta vez visitamos o ateliê da artista plástica Luisa Libardi, uma pessoa que tenho um carinho especial e que possui, além de uma carreira consolidada na cidade, todo o respeito no meio artístico (vejam arte anexada).
A exibição inédita na TV Unimep, pelo Canal 13 da Net Piracicaba, será nesta quinta-feira, 20 de outubro, às 19h. Outros dois reprises estão programados: sexta-feira (21), às 13h, e segunda-feira (24), às 22h30.
Quero lembrá-los que as duas primeiras edições do programa - com Lúcia Portella e Eduardo Borges de Araújo - já estão disponíveis no YouTube e também no meu blog (www.dandonota.wordpress.com).
Apresentação: Rodrigo Alves. Edição: Fábio Mendes. Edição: Fábio Mendes e Robet Capreci.
                          Abraço e conto com a opinião de vocês!
                                                          Rodrigo Alves_ Jornalista - MTb 42.583
Assista o segundo programa Fronteiras da Arte com Eduardo Borges de Araújo:
http://youtu.be/yOBs4_vChkY


Assista ao primeiro programa Fronteiras da Arte com Lúcia Portella:http://youtu.be/_21TBaxL_xk
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