sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Duas histórias de paixão pela palavra e pela arte


Duas histórias de paixão pela palavra e pela arte _ Ana Marly de OliveiraAna Marly De Oliveira Jacobino
Tive a honra de estar presente no lançamento do livro “Frei Paulo Maria de Sorocaba vida e obra” um trabalho de muita pesquisa de Cassio PadovaniMartins Pereira, numa noite de sexta-feira, 22 de Agosto de 2012, aqui no Museu Histórico e Pedagógico Prudente de Moraes. Ele revela, na biografia do religioso, que ensinava artes plásticas gratuitamente, curiosidades e depoimentos de discípulos e alunos trazendo, ainda, uma análise dos trabalhos feitos pelo frei, o primeiro a ensinar a pintura de paisagens ao ar livre na cidade. 
O autor fez um trabalho admirável de pesquisa sobre o frei desde 1988, mas, em 2005, resolveu retomar o projeto. Todos nós ganhamos com a sua iniciativa! Conhecia a vida do frei capuchinho pelas conversas com meu pai e com um dos seus discípulos. Os elogios sobre a sua vida foram sempre marcados por lembranças adocicadas pela sua arte em espalhar as cores, vistas pelos olhos da sua alma linda!
Enfim, a história dos homenageados de hoje é partilhada com todos vocês, para mostrar que, trabalhos tão diferenciados são conhecidos e reconhecidos como atemporais, pelos olhos dos seus leitores e apreciadores das belezas compostas nas telas da vida de cada um.
Sérgio Porto publicou, sob um dos melhores pseudônimos já criados: Stanislaw Ponte Preta. Misterioso, dava nome e sobrenome aos irônicos, sarcásticos, cínicos e muito bem humorados textos. Criou personagens folclóricos no jornalismo brasileiro, como a Tia Zulmira, uma velhinha careta e saliente, que apontava o dedo para as “modernidades” da vida e soltava tiradas filosóficas sobre o cotidiano. Mas, o mais destacado dos personagens foi ele mesmo, o “Lalau”, que de tão conhecido, chegou a ser tratado pelo apelido. 
Criou uma frase célebre que tão bem expressa a sua visão pela história brasileira, sempre tão atual: “Quando estamos fora, o Brasil dói na alma; quando estamos dentro, dói na pele”.

Parte do publico do sarau Literário Piracicabano de 20 de Setembro de 2016

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Você já foi a um sarau:

                                                Próximo Sarau:
Local: Museu Prudente de Moraes - Centro
               Data: 20 de Setembro (terça-feira) - 19h30


Participação do Conjunto Caleidoscópio com Carlos Roberto FurlanSuzi Christophe FurlanAna Lúcia Paterniani
Declamação, dança, esquete teatral e muito mais nesta noite líteromusical
Apresentação da CIA Pimenta de Teatro com Benedita GiangrossiLívia Foltran Spada
Contação de história por Evair Sousa
Homenageados – Stanislaw Ponte Preta (escritor, jornalista) , Cassio Padovanii (escritor, professor)
##Trabalhos a seguir foram publicados no Caderno do Sarau Literario Piracicabano de 23 de Agosto de 2016

Lua Alada - Eleni De S. Prado
Lua ! Que clama para o amor;
Beija a noite em seu esplendor.
Saúda a Terra! faz brotar a semente...
Exalta paixões e inspira por todo sempre.
Os mistérios do Luar;
Põe-se o homem a sondar;
Deita os olhos na imensidão.
Sente a alma, pousar no coração...
E quando ao pisar nesse chão;
No desvendar dos segredos, quase tem alusão.
De pairar sobre o fluxo, Divino do Amor,
Na velocidade alada do beija flor.
Oh!! Lua, Lua
Que representa magia, desperta emoção;
E os poetas! A Ti faz comunhão...
Seja, ao compor verso e prosa,
Ou, entoar uma Linda!!! Canção.

Sina de um peão
Vendo da janela, lá adiante 
passa uma boiada no estradão, 
Fico ouvindo o toque do berrante, o bramar do gado e os gritos dos peões.
Me bate uma saudade!
De quando eu ajuntava minhas traia e enciava meu cavalo e saia pro mundão de meu Deus.
Tocava o gado com meus parceiros, cercava o gado quando estourava,
Corria atrás de garrote,
Atè laçava boi em meio a boiada.
Moço!!!
Naquela tarde de janeiro, ao laçar o trigueiro, minha mão se prendeu,
arrastado e pisoteado, sem poder fazer nada, me restou esperar.
Com os olhos embaçados, sem poder fazer nada, só ouvia lá longe,
o ponteiro tocando o berrante, avisando do acontecido pra peonada.
Hoje aqui preso à esta cadeira de rodas,
só o que me resta é a saudade do tempo que eu era peão de boiadeiro.
## Mauricio Generoso


O tempo passa num vôo alucinante
Os momentos lindos e feios se vão
E preciso amar e viver cada instante como se fosse o ultimo
Amar sonhar abraçar e beijar enquanto se tem tempo
O tempo pode ser cruel depende apenas o que fazemos dele
Vamos amigo dance e cante
Brinque de ser feliz # Angela Sega

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Eu morro de amores pela poesia! E você?

##Publicaçôes feitas no Caderno do sarau Literário Sarau Literario Piracicabano de 23 de Agosto de 2016

Ranhuras do tempo - Dulce Ana da Silva Fernandez 
Hum!
Manhã de nuvens escuras, fugídias;
Borboleta de tarja negra
Entrou pela janela da sala de visitas.
A seguir, vento forte, tresloucado!
Bate as janelas,
Bate as portas,
Golpeia teias de aranha,
Derruba pó de picumã,
Empurra o vaso de flores...
Será? Algum aviso antecipado?
Pois é:
Sempre que o vento
Cantava furioso,
Despertando a genésica semente
Minha avó, com dedos trêmulos,
Silenciosa, persignava-se;
A tristeza baixava sobre ela:
Sabia da existência de coisas estranhas
Nas engrenagens do destino.
E o vento arranhava o chão
À procurar de mortos.
E, na caixa fúnebre dos acontecimentos,
Surpresas!
Entristeciam o viver.
O tempo enfileirando anos;
mas, enroscados em crendices,
Aprendemos a decifrar
Dentro da noite escura como corvo:
Miados longos de gatos;
Uivar triste de cães;
Fitas para amarrar pesadelos...
E, quando o silêncio se derrama,
para além do relógio do tempo
Há quem fale com os mortos...
Na trilha empoeirada do viver, saudades
Flutuam como essência volátil:
Lágrimas derramadas, orações apressadas,
Que atravessaram noites e madrugadas.
Por quê? Na busca de significados:
Tantos enigmas, tantas perguntas?


NA DÚVIDA... - Marieli Sbravatti Mari Sbravatti
Crase? Na dúvida, não use
Casaco? Na dúvida, leve.
Batom? Na dúvida, retoque.
Gasolina? Na dúvida, abasteça.
Mensagem? Na dúvida, delete.
Cabelo? Na dúvida, prenda com um coque.
Esmalte? Na dúvida, o clássico vermelho.
Banheiro? Na dúvida, visite antes de sair.
Roupa? Na dúvida, um pretinho básico.
Perfume? Na dúvida, o mais suave.
Jantar? Na dúvida, uma massa ao sugo.
Amor? Na dúvida, não é amor.


Tem choroLetícia Vidor
Tem choro à toa
quando ouço Bethânia
declamando a história do Menino Jesus
de Fernando Pessoa.

Tem choro chorado
quando me deleito
com Alessandro Penezzi
dedilhando um choro rasgado.

Tem choro sentido
quando escuto Mônica Salmaso
cantando o marido traído:
“No sonho de quem você vai e vem

com os cabelos que você solta?
Que horas, me diga que horas,
me diga que horas você volta?”

Tem choro doído
ao me lembrar que
quando eu tinha 14 anos
meu pai saiu de casa
sem me falar
que era em definitivo.

Tem choro dolente
de quando perdi
meu amor adolescente.

Tem choro apavorado
quando temo e tremo
só de pensar em passar
por outro episódio depressivo
daqueles bem brabos.

Tem choro mansinho
quando caminho
pela beira do rio
e me lembro do bem
que aquele moço me faz.

Tem choro ao me recordar
de quanto tempo
passei sem conseguir chorar.


Amor, sons da vida... - Celso Gabriel de Toledo e Silva _ Cegatosí Boaratti
Proibidos, é o que somos, por causa de nosso recíproco gostar,
Quis assim o destino conosco, o amor, mas não a proximidade,
O compartilhar de sentimentos aos quais nem sempre são visíveis,
O prazer das emoções que se fazem imaginação e não palpáveis;

Tudo se fez do nosso primeiro contato e por fim nem percebemos,
Contudo o tempo pouco a pouco foi nos aproximando e nos unindo,
Não somos reais no contato de pele a pele, mas verdadeiros d’alma,
Vivemos, pois d’um afeto ora virtual que só a nós e a vida pertence;

Há em nós a consciência, muito mais ao desejo da pura felicidade,
Haverá quem pense que o que vivemos é obsceno, quase um crime,
Engana-se ser um desalinhar de paixões, é o ‘cantar’ de dois corações;


Somos ‘guitarras’ que esperam pelo toque das mãos certas, permitidas,
Somos ‘músicas’ que dia a dia cada qual aprende a letra d’outro e seus significados,

Somos ‘versos’ em prosa, rimas de ousadia e êxtase, excitante poesia.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Stanislaw Ponte Preta no Sarau Literário Piracicabano

O sol nasce para todos. A sombra para quem é mais esperto.
Stanislaw Ponte Preta

Stanislaw Ponte Preta é o pseudônimo do escritor Sérgio Porto,  filho de Américo Pereira da Silva Porto e Dulce Julieta Rangel Porto, o carioca Sérgio Marcus Rangel Porto, mais conhecido pelo pseudônimo Stanislaw Ponte Preta, foi escritor, radialista e até compositor. A carreira no jornalismo começa no fim dos anos 40. Porto trabalha nas revistas “Sombra” e “Manchete”, além de atuar nos jornais “Diário Carioca”, “Tribuna da Imprensa” e “Última Hora”.
Stanislaw Ponte Preta nasceu de uma parceria com o ilustrador Tomás Santa Rosa. Enquanto Sérgio escrevia as crônicas críticas, Santa Rosa desenvolvia a ilustração do personagem. A inspiração veio de um personagem do modernista Oswald de Andrade, o Serafim Ponte Grande.

um jornalista, cronista e redator de programas para a televisão. Antes da profissão de escritor, Porto foi também bancário. Como redator, demonstrava cuidado com as palavras, colocava muitas informações no texto.
Crítico usava o cômico para tratar de assuntos polêmicos e politicamente incorretos. Chegou a eleger “As Certinhas do Lalau”, uma lista com as dez mais bem despidas. O escritor acabou sendo considerado mulherengo.
Assinando com o próprio nome, Sérgio Porto escreveu textos com certa melancolia. Apostava na clareza e buscava informar de forma leve. Porto morreu com apenas 45 anos. O escritor era cardíaco e sofreu um ataque do coração. O primeiro infarto foi aos 36 anos.


Próximo Sarau:
Local: Museu Prudente de Moraes - Centro
Data: 20 de Setembro (terça-feira) - 19h30
Participação do Conjunto Caleidoscópio com Carlos Roberto FurlanSuzi Christophe Furlan, Ana Lúcia Aninha Paternianii
Declamação, dança, esquete teatral e muito mais nesta noite líteromusical
Apresentação da CIA Pimenta de Teatro com Benedita Giangrossii, Lívia Foltran Spada
Contação de história por Evair Sousa
Homenageados – Stanislaw Ponte Preta (escritor, jornalista) , Cassio Padovani (escritor, professor)