terça-feira, 3 de abril de 2012

Os Miseráveis: Vitor Hugo explora a pobreza...

"Mal do século, a pobreza é a personagem célebre para os escritores europeus do século XIX, as mudanças ocorridas em Paris e outras capitais europeias assusta e deixa a população desprovida das suas choças, construídas nas ruelas estreitas e sujas... Vieram as largas avenidas conhecidas como: Boulevard . A população sem rumo, se viu estrangeira em sua própria terra...!"     Ana Marly de Oliveira Jacobino
Les Misérables (Os Miseráveis) é uma das principais obras escritas pelo escritor francês Victor Hugo, publicada em 3 de abril de 1862 simultaneamente em Leipzig, Bruxelas, Budapeste, Milão, Roterdã, Varsóvia, Rio de Janeiro e Paris
Nascido em Besançon, no Doubs, Victor Hugo foi o terceiro filho de Sophie Trébuchet e Joseph Hugo, conde de Siguenza, um major que, mais tarde, se tornaria um general do exército napoleônico.
A infância de Victor Hugo foi marcada por grandes acontecimentos. Napoleão foi proclamado imperador dois anos depois do nascimento de Victor Hugo, e a monarquia dos Bourbons foi restaurada antes de seu décimo oitavo aniversário. Os pontos de vista políticos e religiosos opostos dos pais de Victor Hugo refletiam as forças que lutavam pela supremacia na França ao longo de sua vida: seu pai era um oficial que atingiu uma elevada posição no exército de Napoleão. Era um Deísta republicano que considerava Napoleão um herói, enquanto sua mãe era uma radical católica defensora da casa real.
A história passa-se na França do século XIX entre duas grandes batalhas: a Batalha de Waterloo (1815) e os motins de junho de 1832. Daqui resulta, por cinco volumes, a vida de Jean Valjean, um condenado posto em liberdade, até sua morte. Em torno dele giram algumas pessoas que vão dar seus nomes para os diferentes volumes do romance, testemunhando a miséria deste século, a pobreza miserável de: Fantine, Cosette, Marius, mas também Thénardier (incluindo Éponine e Gavroche) e o inspetor Javert.
A saudade da velha Paris estava sempre presente na população ao observarem as mudanças bruscas e violentas que aconteciam na cidade e, toda modernidade cobrou um preço alto,  pois, a classe menos favorecida, ou melhor falando, a pobreza foi jogada fora do centro da cidade pagando  o alto  preço de ter sido forçada a abandonar suas moradias, mediante a expropriação.  Toda essa população ficou na mendicância desprovida de tudo...
Charles Baudelaire com seu olhar arguto começou a escrever também sobre essa Paris irreconhecível e malvada para a maioria da população e como um flâneur melancólico, colocou este seu olhar nas suas escritas...
 Para a população mais abastada Paris é um sonho com seus salões e festas.
Em "Os Miseraveis", após cumprir 19 anos de prisão com trabalhos forçados por ter roubado comida, Jean Valjean (Liam Neeson) é acolhido por um gentil bispo (Peter Vaughan), que lhe dá comida e abrigo. Mas havia tanto rancor na sua alma que no meio da noite ele rouba a prataria e agride seu benfeitor, mas quando Valjean é preso pela polícia com toda aquela prata ele é levado até o bispo, que confirma a história de lhe ter dado a prataria e ainda pergunta por qual motivo ele esqueceu os castiçais, que devem valer pelo menos dois mil francos. Este gesto extremamente nobre do religioso devolve a fé que aquele homem amargurado tinha perdido. Após nove anos ele se torna prefeito e principal empresário em uma pequena cidade, mas sua paz acaba quando Javert (Geoffrey Rush), um guarda da prisão que segue a lei inflexivelmente, tem praticamente certeza de que o prefeito é o ex-prisioneiro que nunca se apresentou para cumprir as exigências do livramento condicional. A penalidade para esta falta é prisão perpétua, mas ele não consegue provar que o prefeito e Jean Valjean são a mesma pessoa.
Retrato de "Cosette" na pousada Thénardier por Émile Bayard, da edição original de Les Misérables (1862)
Fantine uma das empregadas de Valjean (que tem uma filha que é cuidada por terceiros) é despedida, se vê obrigada a se prostituir e é presa. Seu ex-patrão descobre o que acontecera, usa sua autoridade para libertá-la e a acolhe em sua casa, pois ela está muito doente. Sentindo que ela pode morrer ele promete cuidar da filha, mas antes de pegar a criança sente-se obrigado a revelar sua identidade para evitar que um prisioneiro, que acreditavam ser ele, não fosse preso no seu lugar. Deste momento em diante Javert volta a perseguí-lo, a mãe da menina morre mas sua filha é resgatada por Valjean, que foge com a menina enquanto é perseguido através dos anos pelo implacável Javert. 
                                Assista  o trecho Os Miseráveis dublado:
http://www.youtube.com/watch?v=_AYz5fWCVO0





  1. Querida Poeta,
    Tenho o primeiro tomo (de dois) de Os Miseráveis, de uma edição de 1925, e se me permite reproduzir o Prefácio (conforme a gramática da época), fico grato (se quiser, pode posta-lo num "post" próprio):

    "Em quanto existir, por effeito das leis e dos costumes, uma condemnação social, que produza infernos artificiaes no seio da civilisação, e desvirtue com uma fatalidade humana o destino, que é inteiramente divinal; em quanto os tres problemas do seculo - a degradação do homem pelo proletariado - a perdição da mulher pela fome - a atrophia da creança pelas trevas -não forem resolvidos; em quanto, em certas regiões fôr coisa possivel a asphyxia social; ou, noutros termos, e sob aspecto mais amplo - em quanto houver na terra ignorancia e miseria, não serão os livros como este, de certo, inuteis" (Hauteville house, 1862).
    Victor Hugo, um homem a quem Dom Pedro II tirou o chapéu ao visitá-lo diante da sua grandeza intelectual e humana.
                                      Richard Matenhweur (escritor e poeta de Rio das Pedras)

Sarau Literário Piracicabano
APRESENTA
Festa Lítero-Musical
17 de Abril (terça-feira) 19h30 na sala 2 do Teatro Municipal Losso Netto em Piracicaba. Os homenageados serãoLygia Fagundes Telles e Funcionários do Teatro Municipal DR. Losso Netto
Biografia, Obras, Cronologia de Victor Hugo
HUGO, Victor, Os miseráveis (Volume I: Fantine/ Livro sétimo: O Processo de Champmathieu/ XI. Champmathieu cada vez mais admirado). Lisboa: Editorial Minerva, 1962.
fotos google
youtube

5 comentários:

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  3. Querida Poeta,
    Tenho o primeiro tomo (de dois) de Os Miseráveis, de uma edição de 1925, e se me permite reproduzir o Prefácio (conforme a gramática da época), fico grato (se quiser, pode posta-lo num "post" próprio):

    "Em quanto existir, por effeito das leis e dos costumes, uma condemnação social, que produza infernos artificiaes no seio da civilisação, e desvirtue com uma fatalidade humana o destino, que é inteiramente divinal; em quanto os tres problemas do seculo - a degradação do homem pelo proletariado - a perdição da mulher pela fome - a atrophia da creança pelas trevas -não forem resolvidos; em quanto, em certas regiões fôr coisa possivel a asphyxia social; ou, noutros termos, e sob aspecto mais amplo - em quanto houver na terra ignorancia e miseria, não serão os livros como este, de certo, inuteis" (Hauteville house, 1862).

    Victor Hugo, um homem a quem Dom Pedro II tirou o chapéu ao visitá-lo diante da sua grandeza intelectual e humana.

    Abraços, Ana!

    P.S. Desculpe por excluir duas vezes a postagem, mas os dedinhos são traiçoeiros! rs

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  4. .Agradeço a generosidade de reproduzir o Prefácio do livro "Os Miseráveis", já está postado na Agenda, incrível este tesouro que a você pertence querido Afilhado Richard de Prosa e Verso...Abraços da sua madrinha CaipiracicabANA Marly de Oliveira Jacobino

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  5. Boa noite, Ana.

    Partilhar, partilhar, o pão, o vinho e o verbo.

    Abraços,

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