segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Paulo Leminski e Carlos Roberto Furlan no Sarau Literário Piracicabano

              Saraus uma maneira interessante de espalhar a literatura e a arte...
O sarau na modernidade, ainda continua a encantar os seus participantes, afinal, o movimento da arte e da literatura explorado pela música transforma o lenga- lenga da monotonia do dia-a-dia em um despertar para uma perspectiva rica de variedades!  Bom sarau para todos!   
                                                         Ana Marly de Oliveira Jacobino
Paulo Leminski nasceu aos 24 de agosto de 1944 na cidade de Curitiba, Paraná. Em 1964, já em São Paulo, SP, publica poemas na revista "Invenção", porta voz da poesia concreta paulista. Casa-se, em 1968, com a poeta Alice Ruiz. Teve dois filhos: Miguel Ângelo, falecido aos 10 anos; Áurea Alice e Estrela. De 1970 a 1989, em Curitiba, trabalha como redator de publicidade. Compositor, tem suas canções gravadas por Caetano Veloso e pelo conjunto "A Cor do Som". Publica, em 1975, o romance experimental "Catatau". 

Traduziu, nesse período, obras de James Joyce, John Lenom, Samuel Becktett, Alfred Jarry, entre outros, colaborando, também, com o suplemento "Folhetim" do jornal "Folha de São Paulo" e com a revista "Veja". No dia 07 de junho de 1989 o poeta falece em sua cidade natal. Paulo Leminski foi um estudioso da língua e cultura japonesas e publicou em 1983 uma biografia de Bashô. Sua obra tem exercido marcante influência em todos os movimentos poéticos dos últimos 20 anos. Seu livro "Metamorfose" foi o ganhador do Prêmio Jabuti de Poesia, em 1995. Em 2001, um de seus poemas ("Sintonia para pressa e presságio") foi selecionado por Ítalo Moriconi e incluído no livro "Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século", Editora Objetiva — Rio de Janeiro.


UMA LUZ QUE DESAFIA A ESCURIDÃO
Carlos Roberto Furlan
Sabe, Ana, quando me pus a escrever essas linhas, a seu pedido, onde deveria me focar numa espécie de autobiografia, pensei em falar dos meus hobbies, da minha paixão pela música, pela química, pela literatura, enfim, das coisas que fizeram e/ou fazem parte da minha vida.
Mas, de repente, me dei conta de que  poderia falar da singular paixão que tenho pelo nosso sarau, que já atravessou oito anos de uma existência totalmente dedicada à arte, justificada pela poesia que ele contém, sempre nova, verdadeira e que traz em si mesma, e apesar de si mesma, algo que não lhe pertence e nem pertence aos seus autores – já é patrimônio da humanidade. Nele mora, portanto, a universalidade de uma obra, nascida de uma instância mais alta e através da única via possível: da beleza.
O nosso sarau é assim: vive submerso no mundo da música e da poesia. Mas não é só isso. Ele é, sobretudo, um vasculhador do mundo das artes, em total cumplicidade com os mistérios da criação. E segue, com maturidade, mas se comporta como um menino que resistiu dentro do adulto que sonha um mundo, que somente as crianças sabem amar e admirar.
E, assim, sucedem-se as edições, cada vez mais perfeitas, mais simples e mais humanas, menos preocupadas com a técnica e, por isso mesmo, profundamente mais artísticas, sempre inaugurando uma maneira própria de contar, através da poesia, da música, do teatro, da dança, a história sempre rica, atraente e inspiradora do nosso povo.
O nosso sarau é assim: dinâmico; com ele somos levados como um veleiro que se harmoniza com os ventos, em curvas tranquilas, no mar da poesia. E quem conosco navega, percebe que o barco da tristeza não tem a mesma rota; ao contrário, passa bem longe desse cenário que mantém, abertas, as janelas da criatividade e da inspiração, porque o nosso sarau é movimento. E com ele nos movemos até aonde a imaginação nos levar.
E aqui estamos nós, em casa nova, como namorados, de mãos entrelaçadas, vivendo um grande amor. E como disse o poeta: para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro – seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada – eu não ando só, só ando em boa companhia, com meu violão, minha canção e a poesia.
Assim, a nossa canção e a poesia, livres como pássaros, pousam onde lhes apraz. Juntas formam uma dupla que festeja, que celebra e que nos une, numa convivência intensa, verdadeira, luminosa.
Que bom estarmos aqui, querida amiga Ana Marly, comemorando esse acontecimento; porque o nosso sarau não é um cometa que passa e vai embora. Ele é a estrela que permanece como uma luz que desafia a escuridão. Porque a nossa estrela nasce do coração. E o coração é o arco por meio do qual o amor é disparado como flecha viva que sai veloz para atingir o alvo sobre o caminho do infinito.
                                               Razão de ser_ Paulo Leminski
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece.
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
                                NAS  ASAS  DO  VENTO - Carlos Roberto Furlan               
 Como o tempo vestido  de esperança  saudando  uma nova  estação;
Como semente de um verso  aguardando brotar  numa nova canção.
Abraço a verdade, rumo ao tesouro, ao pote de ouro que é o Teu coração,
Teu coração......
Faço da vida o meu canto na espera    que seja acolhido como oração...
E assim sou como gota sobre as asas do vento,
Por cima das grimpas das selvas   à esperar...
O sopro que me lançará, puro e sem segredos, em Teu seio,  Senhor...
Pois em Ti, já abandonei os meus medos...
Faço da vida o meu canto na espera    que seja acolhido como oração...
como oração 
Novo endereço para o Sarau Literário Piracicabano do dia 14 de Agosto de 2012 (Biblioteca Municipal de Piracicaba na rua Saldanha Marinho, 333 – Centro ) vai homenagear Paulo Leminski, compositor, poeta e escritor e Carlos Roberto Furlan, professor, escritor, compositor e músico 
Tema: "Poesia um bem que revitaliza a alma"

                                                 fotos google

3 comentários:

  1. É hoje, dia 14! Na certa será maravilhoso! Sucesso!! beijos,lindo dia!chica

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  2. Obrigada hiquinha pela alegia de estar presente no dia de hoje aqui na Agenda do Sarau. Beijos carinhosos desta CaipiraciabANA

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  3. Quanta delicadeza. Como é bom conviver com uma pessoa que é tocada pela varinha mágica da bondade, da sensibilidade e inteligência.
    Muito obrigado, querida amiga Ana Marly. Que Deus, ao seu redor e de seus entes queridos, possa sempre proporcionar surpresas agradáveis, para que a vida reflita sempre o brilho da sua alegria. Muito, muito obrigado e um terno abraço.

    Beto Furlan

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