O sarau na modernidade, ainda continua a encantar os seus participantes,
afinal, o movimento da arte e da literatura explorado pela música transforma o
lenga- lenga da monotonia do dia-a-dia em um despertar para uma perspectiva
rica de variedades! Bom sarau para todos!
Ana Marly de Oliveira Jacobino
Paulo Leminski nasceu aos 24 de agosto de 1944 na cidade de Curitiba, Paraná. Em 1964,
já em São Paulo, SP, publica poemas na revista "Invenção", porta voz
da poesia concreta paulista. Casa-se, em 1968, com a poeta Alice Ruiz. Teve
dois filhos: Miguel Ângelo, falecido aos 10 anos; Áurea Alice e Estrela. De
1970 a 1989, em Curitiba, trabalha como redator de publicidade. Compositor, tem
suas canções gravadas por Caetano Veloso e pelo conjunto "A Cor do Som".
Publica, em 1975, o romance experimental "Catatau".
Traduziu, nesse período, obras de James Joyce, John Lenom, Samuel Becktett, Alfred Jarry, entre outros, colaborando, também, com o suplemento "Folhetim" do jornal "Folha de São Paulo" e com a revista "Veja". No dia 07 de junho de 1989 o poeta falece em sua cidade natal. Paulo Leminski foi um estudioso da língua e cultura japonesas e publicou em 1983 uma biografia de Bashô. Sua obra tem exercido marcante influência em todos os movimentos poéticos dos últimos 20 anos. Seu livro "Metamorfose" foi o ganhador do Prêmio Jabuti de Poesia, em 1995. Em 2001, um de seus poemas ("Sintonia para pressa e presságio") foi selecionado por Ítalo Moriconi e incluído no livro "Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século", Editora Objetiva — Rio de Janeiro.
UMA LUZ QUE DESAFIA A ESCURIDÃO
Carlos
Roberto Furlan
Sabe, Ana, quando me pus a escrever essas linhas, a seu
pedido, onde deveria me focar numa espécie de autobiografia, pensei em falar
dos meus hobbies, da minha paixão pela música, pela química, pela literatura,
enfim, das coisas que fizeram e/ou fazem parte da minha vida.
Mas, de repente, me dei conta de que poderia falar da singular paixão que
tenho pelo nosso sarau, que já atravessou oito anos de uma existência
totalmente dedicada à arte, justificada pela poesia que ele contém, sempre
nova, verdadeira e que traz em si mesma, e apesar de si mesma, algo que não lhe
pertence e nem pertence aos seus autores – já é patrimônio da humanidade. Nele
mora, portanto, a universalidade de uma obra, nascida de uma instância mais
alta e através da única via possível: da beleza.
O nosso sarau é assim: vive submerso no mundo da música e da
poesia. Mas não é só isso. Ele é, sobretudo, um vasculhador do mundo das artes,
em total cumplicidade com os mistérios da criação. E segue, com maturidade, mas
se comporta como um menino que resistiu dentro do adulto que sonha um mundo,
que somente as crianças sabem amar e admirar.
E, assim, sucedem-se as edições, cada vez mais perfeitas,
mais simples e mais humanas, menos preocupadas com a técnica e, por isso mesmo,
profundamente mais artísticas, sempre inaugurando uma maneira própria de
contar, através da poesia, da música, do teatro, da dança, a história sempre
rica, atraente e inspiradora do nosso povo.
O nosso sarau é assim: dinâmico; com ele somos levados como
um veleiro que se harmoniza com os ventos, em curvas tranquilas, no mar da
poesia. E quem conosco navega, percebe que o barco da tristeza não tem a mesma
rota; ao contrário, passa bem longe desse cenário que mantém, abertas, as
janelas da criatividade e da inspiração, porque o nosso sarau é movimento. E
com ele nos movemos até aonde a imaginação nos levar.
E aqui estamos nós, em casa nova, como namorados, de mãos
entrelaçadas, vivendo um grande amor. E como disse o poeta: para viver um grande
amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro –
seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher
amada – eu não ando só, só ando em boa companhia, com meu violão, minha canção
e a poesia.
Assim, a nossa canção e a poesia, livres como pássaros,
pousam onde lhes apraz. Juntas formam uma dupla que festeja, que celebra e que
nos une, numa convivência intensa, verdadeira, luminosa.
Que bom estarmos aqui, querida amiga Ana Marly, comemorando esse acontecimento;
porque o nosso sarau não é um cometa que passa e vai embora. Ele é a estrela
que permanece como uma luz que desafia a escuridão. Porque a nossa estrela
nasce do coração. E o coração é o arco por meio do qual o amor é disparado como
flecha viva que sai veloz para atingir o alvo sobre o caminho do infinito.
Razão de ser_ Paulo Leminski
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece.
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece.
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
NAS
ASAS DO VENTO - Carlos Roberto Furlan
Como o tempo
vestido de esperança saudando uma
nova estação;
Como semente de um verso aguardando brotar numa nova canção.
Abraço a verdade, rumo
ao tesouro, ao pote de ouro que é o Teu coração,
Teu coração......
Faço da vida o meu canto na espera que seja acolhido
como oração...
E assim sou como
gota sobre as asas do vento,
Por cima das grimpas das
selvas à esperar...
O sopro que me lançará, puro e sem segredos, em Teu seio, Senhor...
Pois em Ti, já abandonei
os meus medos...
Faço da vida o meu canto na espera que seja acolhido
como oração...
como oração Novo endereço para o Sarau Literário Piracicabano do dia 14 de Agosto de 2012 (Biblioteca Municipal de Piracicaba na rua Saldanha Marinho, 333 – Centro ) vai homenagear Paulo Leminski, compositor, poeta e escritor e Carlos Roberto Furlan, professor, escritor, compositor e músico
Tema: "Poesia um bem que revitaliza a alma"
fotos google
É hoje, dia 14! Na certa será maravilhoso! Sucesso!! beijos,lindo dia!chica
ResponderExcluirObrigada hiquinha pela alegia de estar presente no dia de hoje aqui na Agenda do Sarau. Beijos carinhosos desta CaipiraciabANA
ResponderExcluirQuanta delicadeza. Como é bom conviver com uma pessoa que é tocada pela varinha mágica da bondade, da sensibilidade e inteligência.
ResponderExcluirMuito obrigado, querida amiga Ana Marly. Que Deus, ao seu redor e de seus entes queridos, possa sempre proporcionar surpresas agradáveis, para que a vida reflita sempre o brilho da sua alegria. Muito, muito obrigado e um terno abraço.
Beto Furlan