Meu lembrete
Amigo:
“Agosto é o mês do vento... Não
gosto de agosto, me faz lembrar o político brasileiro, ele chega feito; brisa
mansa... Antes da eleição assopra suas promessas... Depois, já eleito, vira um
tornado, derrubando, dilapidando, levando tudo que encontra... se possível para a sua
casa... "Ah! Os eleitores... Quem são eles mesmos? Trouxas... "”
Caderno do Sarau Literário Piracicabano de 14/08/2012-Parte 3
Os Suspiros de Brontë (Richard
Mathenhauer)
Não, não
esteve ela na sacada de minha casa
Na
modorrenta cidade sem graças cujo início
Foi num
século perdido, talvez XIX,
Hoje
corrompido, certamente XXI.
Não, ela
não esteve na sacada de minha casa
Com seu
vestido negro esvoaçante,
Olhando os
bosques distantes e abaixo dos seus olhos violetas
- ou cinzas
– ( são assim os olhos dela para mim )
Fixando as
árvores que de tão comuns
Nem nomes
tem, embora saibamos que tudo tenha nome,
Porque o
Homem tem a vã necessidade de nomear
Para poder
apossar-se do nomeado.
Ventava
forte. Isso era igual ao que ela sabia.
Pelas
frestas das portas e das janelas
Não era
música o que se ouvia... Era algo como um suspiro,
Um suspiro
desesperado se há suspiros assim fora das páginas,
E Brontë,
que não esteve na minha sacada de minha casa nesta noite
Fria de um
Julho molhado, de algum lugar do seu tempo
Bem antes
do tempo do início e do presente,
Suspirava,
desgostosa de não haver mais um amor, ainda que tirânico,
Nem uma
árvore ressequida,
Nem
segredos perturbadores, longos silêncios,
Nem uma
vasta casa no alto do morro...
- Nem as
prisões do amor.
Apenas o
uivo do vento noroeste incessante, frio e úmido,
Que
despejava na casa em que
Brontë não estava
Suspiros...
“Emily, Emily, Emily” e
As águas de
todo desencontro da realidade
Fora
das páginas de um livro
Réquiem_ Carmen M.S.F. Pilotto
“os mortos vêem o mundo pelos
olhos dos vivos”
– Ferreira Gullar
O cão
esquálido malha o lixo
em busca do
alimento pútrido
que sacie
sua necessidade primeira
e acalme
sua barriga sonoramente vazia
no carro
que percorre o caminho de hábito
divago
sobre homens e miséria
carne e
alma agregados em um mistério
dilacerando
minha existência instigativa
seres
partilham calçadas solitariamente
transeuntes
alienados em seus interiores
vazios de
rotinas extenuantes e amargas
preenchem
as lacunas de cinza plúmbeo
no México a
fauna se debate em óleo
no Irã o
conflito nuclear iminente avisa
que o ouro
negro que cega e enrijece
aniquila
expectativas de Paz no mundo
o sinal
brusco resgata a razão
do entorno
da paisagem urbana
calçadas
testemunhas de ecos
dos
tormentos e desvãos desta vida...
Seria
um jardim ou praça? _Maria Madalena Tricanico de Carvalho Silveira
Estava eu
amarrado em um terreno que fora
projetado para ser uma praça. O
engenheiro que projetara o loteamento
fizera uma planta muito bonita! Era o comentário dos moradores.
- Estão vendo aquele
monte de pedras? Não era assim não senhor!
A Praça seria dividida
em duas partes: uma para a estrela
de Davi e outra com a Cruz de
Cristo. Tudo muito bem projetado
com pedras coloridas e
palmeiras em volta.
- O sol está a 45º
e eu não tenho nenhuma sombra, que
maldade.
- Olhe
aquele cavalo! Acho que ele está com
fome Ricardo...
-Vamos lá
em casa Mariana buscar alguma coisa!
Não demorou muito e
as crianças estavam de volta com uma
bacia.
- Fico curioso para vez o
que tem dentro.
- Tome
cavalo- arroz cru! Foi só o que
pude pegar, pois tinha bastante.
- Ora
crianças... estou é com a garganta seca
e preciso de uma boa cerveja gelada!
_ Cerveja? Ah!
Isso não dá! Minha mãe só deixa pegar
arroz. Cerveja é coisa de gente grande!
De homem e não de cavalo!
Um convite para você:
Sarau Literário Piracicabano do dia 18 de Setembro de 2012 vai acontecer no Museu e Centro de Ciências Luiz de Queiroz na Esalq às 19h30 e
vai homenagear Luiz Vicente de Souza Queiroz e Choro de Saia
Tema: "Ciência e Poesia juntas pelo progresso sustentável d’alma!"
Luiz Vicente de Souza Queiroz
fotos google youtube
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário