sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Isabel Allende na Flip, Circo e Sar@u movem a Arte na Agend@!

Isabel Allende: seus pensares na Flip!
                                                                 Veias Abertas
Ana Marly de Oliveira Jacobino


         Isabel Allende começou no jornalismo aos 17 anos. É uma peruana naturalizada chilena que teve sua estréia na literatura com "A Casa dos Espíritos", em que utilizou os manuscritos das cartas que escreveu para seu avô para retratar os fantasmas da ditadura de Augusto Pinochet.
         A sua fala veio ao encontro do tema da mesa, “Veias Abertas”, referência a um livro do uruguaio Eduardo Galeano, formado por conteúdos densos. A escritora contou de sempre iniciar a escrita dos seus livros num dia 8 de janeiro, numa edícula junto à sua casa, onde acende velas e prepara um cerimonial. Ela disse com naturalidade: “Cada novo livro é como entrar em uma caverna escura, de onde precisarei arrancar os personagens e suas histórias. Penso que eles existem de verdade, há uma coisa que não é minha, que vem dos espíritos”.
         Outra coisa interessante da escritora foi o seu encontro com Pablo Neruda na sua casa na “Isla Negra”. Isabel nos remete ao encontro:
“Ele passeou comigo pela casa mostrando todas as suas coleções de porcarias. Depois de horas ele me fala”:
        “Você é uma má jornalista mente muito. Penso que você devia escrever romance!”
            Isabel mostra uma certeza ao dizer sobre o seu trabalho literário: “Creio que se eu não saísse do Chile por causa do sangrento Golpe Militar não teria partido para a escrita. Eu comecei a escrever por necessidade pela angustia que sofria no momento”.
          A autora conta que o seu pai foi embora e nunca mais procurou sua família. Um dia me chamaram para reconhecer o cadáver. Meu padrasto olhou para mim e falou:
       “Olhe este é o seu pai!” A sociedade dos anos 40 era muito discriminadora e o único da família que continuou nos vendo depois do sumiço do meu pai foi o meu tio Salvador Allende. Deste modo, pude conhecê-lo um pouco.”
          Um ponto penso ser primordial na sua fala alegre e instigante e teve a aclamação do publico presente:
         “Nunca entendi o feminino como uma guerra contra os homens, mas eu tenho uma batalha contra o machismo. Vou dar um exemplo: Duas mulheres estão andando por uma rua deserta e se cruzam num certo ponto. Uma passa pela outra e nada acontece. Contudo, se uma mulher estiver andando em uma rua deserta e um homem bem maior que ela vier ao seu encontro, o medo se instala! Precisa acabar com a testosterona! Para termos sexo poderíamos dar uma pílula deste hormônio esteróide para eles com certo tempo de duração! Somos mulheres privilegiadas. Mas 80% das mulheres no mundo não vivem como nós. Nossa obrigação é lutar por elas. Feminismo é uma forma de ajudarmos umas às outras e não como uma guerra contra os homens”, concluiu.
           Isabel Allende lançou durante a Flip, o mais recente livro de sua autoria: A ilha sob o mar.
           A obra é lançada depois de três anos sem que ela publicasse novos trabalhos. O livro conta a história da escrava Zarifé, que emigra do Haiti para Nova Orleans, nos Estados Unidos da América.
         “Minha primeira intenção não era escrever sobre a escravatura. Era escrever sobre Nova Orleans e quando comecei a pesquisa para o livro, descobri que chegaram a Nova Orleans milhares de refugiados que escaparam da revolta dos escravos no Haiti”.
         Isabel conta, que esses refugiados eram colonos franceses que trouxeram escravos domésticos e compuseram uma classe social de negros livres em Nova Orleans.
           Para a autora, que coleciona entre seus 18 livros publicados em mais de trinta idiomas, obras de história e de ficção, em que as características mais citadas nas histórias, estão à presença de personagens femininos fortes e de enredos envolvendo relações de poder e justiça. Conta Isabel, que esse foco de interesse tem uma justificativa pessoal.
         “O interesse pelo poder e abuso do poder começou para mim com o golpe militar do Chile (1973) quando, em 24 horas, eu vi o que era o poder da ditadura militar. Eles podiam fazer o que queriam.
          Então, diante de toda essa crueza ela começou a escrever!

         Isabel Allende em noite de autografos na Flip 2010 do seu  mais recente livro : A ilha sob o mar.
Flip: A força de uma Cidade Histórica movendo a Literatura

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Uma volta ao passado. O Sar@u Literário Piracicabano leva ao Clube de Campo de Piracicaba

Convite: em destaque o casarão onde a história do Clube começou.

Ensaio do Sarau Literário no Clube de Campo em comemoração aos 56 anos do Clube de Campo

         "O evento é uma forma de levar ao público poesia, prosa, música e teatralidade." Ana Marly Jacobino, responsável pelo Sarau Literário Piracicabano, participa como orientadora no Clube de Campo, fazendo uma interação literária e musical.
“O sarau acontece nos moldes do século IX e XX, envolvendo autores clássicos como Cora Coralina, Manoel de Barros e Cornélio Pires, além de poetas da cidade. É importante saber quem é o autor, revigorar a memória e privilegiar nossos escritores”, conta.
         A abertura acontece com a piracicabana Aracy Ferrari e seu poema “Nada concreto, só abstrato - Aos Amigos do Clube de Campo de Piracicaba”. Também serão apresentadas criações de Angela Reyes, Bene Giangrossi, Daniel Valim, Carmem Pilotto, Ivana Negri, Ana Marly Jacobino e Leda Coletti.
“A música entra para entrelaçar a poesia”, explica Ana.
Para isso, o músico Devair Rodrigues interpreta canções de Djavan, Ronaldo Bastos, Dominguinhos, Renato Teixeira, Chico Buarque, Fernando Dias, Cartola e Fagner. Após as atividades, será servido um café colonial..
        O clima de volta ao tempo com o sarau organizado pelo Sarau Literário Piracicabano, Centro Literário de Piracicaba (Clip), Grupo Oficina Literária de Piracicaba (Golp), Academia Piracicabana de Letras.
                                http://www.clubedecampodepiracicaba.com.br/modules/news/

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FAMÍLIA CIRCENSE GANHA RECONHECIMENTO DA CÂMARA


Moção de Aplauso (56/10), de autoria do vereador Bruno Prata (PSDB) aprovada na reunião ordinária de ontem (13) parabeniza a Família Circense, Circo do Veneno, que consagrou a dupla Dalila e Veneno, incluindo Piracicaba na tradição circense, na sua forma original, uma vez que esta arte vai se esvaindo, perdendo espaço para os grandes espetáculos, cada vez mais caros e sofisticados, não raro os efeitos especiais complementando ou até substituindo os artistas. A entrega da comenda aconteceu em espetáculo no Tatro Municipal Dr Losso Ntetto.
A Moção contempla Laércio Moreira - Pônei - Osvaldo Moreira Junior - Edson Moreira, Ednelson Moreira, Ednaura Moreira e Leila Márcia Moreira e Diógenes Donizete Moreira - Rico Veneno - pelos relevantes serviços prestados na área Cultural em Piracicaba e no estado de São Paulo.
O circo como arte popular, teria surgido na China, com espetáculos ao ar livre, dando origem, na Europa e durante a Idade Média, aos menestréis e a apresentação esparsas de pequenos espetáculos teatrais realizados em praças públicas. Como o conhecemos, com picadeiro e arquibancada circular, o circo surgiu em Londres, Inglaterra, no ano de 1770, projetando uma fase áurea em toda a Europa e parte da Ásia, de onde de deslocou, quase um século depois, para o continente americano, especialmente Estados Unidos.

Sarau Literário Piracicabano nos 100 anos de Losso Netto um ícone para a história da cidade e da regiã
Drº Losso Netto Foto: Acervo/Jornal de Piracicaba (TODOS OS DIREITOS RESERVADOS)

                           Convite: Sarau Losso Netto e as Musas dos Compositores

Excepcionalmente no mês de agosto, o Sarau integra a programação do Agosto Cultural, promovido pelo JP de 7 a 25 de agosto.

É solicitada a doação de 1 lata de leite em pó (em prol da Fundação Jaime Pereira).
                Local: No Teatro Municipal “Dr. Losso Netto na sala 2
Rua Gomes Carneiro, 136 -Piracicaba-SP
       Dia: 17de Agosto (Terça-feira): 19h30 às 21h30
                    Ingresso: Gratuito (limite 100 lugares)
                                               Classificação: Livre
                                                                       Telefone do Teatro: 19. 3433.4952

4 comentários:

  1. Poxa, Isabel Allende!
    Que privilégio estar no mesmo ambiente que ela!

    abraços,

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  2. Richard: Eta "Mulher" forte e guerreira. Ela passa isto para todos que a ouvem. Suas palavras mostram uma garra...Gostei muito. Já tinha tido contato com o seu trabalho por isso fiquei entusiamda com a sua fala e a sua maneira de viver no mundo!

    Ana Marly

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  3. A Ana Marly Jacobino é assim... Exemplo de mulher forte, corajosa e dedicada. Vê beleza em tudo! Afinal, como se diz, e é verdade, a poesia está nos olho de quem vê.

    Grande abraço e parabéns forever!

    Alê Bragion.

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  4. Gostei do programa em que Carlos Nejar foi convidado de honra. Parabéns ao Educativa nas Letras! Ah! Deixo o meu recadinho para o Alexandre:"Falando da Vida me empolgou.Penso que este ano superou os outros que assisti.E não foram poucos!Parabéns a todos pela beleza do espetáculo. Alexandre Bragion: Sensacional o seu violino, ontem no Falando da Vida. Cantou alto no meu coração! Fiquei feliz! Enfim, gostei dos Panterinhas, da gaita, da viola, da dança, das vozes, das poesias, da guitarra, bateria, percursão, sopros,...Valeu!Abraços Poéticos Piracicabanos de

    Ana Marly de Oliveira Jacobino

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