"Quando acabardes este livro chorai por mim um aleluia. Quando fechardes as
últimas páginas deste malogrado e afoito e brincalhão livro de vida então
esquecei-me. Que Deus vos abençoe então e este livro acaba bem. Para enfim eu
ter repouso. Que a paz esteja entre nós, entre vós e entre mim. Estou caindo no
discurso? que me perdoem os fiéis do templo: eu escrevo e assim me livro de mim
e posso então descansar." Clarice Lispector
foto (google) da menina Clarice ainda morando em Recife
Clarice Lispector, um dos maiores nomes da literatura
brasileira de todos os tempos, nasceu em 1920, numa aldeia da Ucrânia chamada
Tchetchelnik, e chegou ao Brasil quando tinha apenas dois meses de idade. Em
1944, Clarice Lispector consegue publicar seu primeiro romance “Perto do coração
selvagem” - o livro havia sido recusado um ano antes pela Editora José Olympio
-, dando inicio, desse modo, à sua carreira de romancista.
"A língua está pois aquém da literatura. O estilo está quase além: imagens, um
fluir, um léxico nascem do corpo e do passado do escritor e se tornam, pouco a
pouco, os automatismos mesmos de sua arte. Assim, sob o nome de estilo, forma-se
uma linguagem autárquica que mergulha apenas na mitologia pessoal e secreta do
autor, nessa hipofísica da palavra e das coisas, onde se instalam uma vez por
todas os grandes temas verbais de sua existência. Seja qual for seu refinamento,
o estilo tem sempre algo de bruto: ele é uma forma sem destino, é o produto de
um surto, não de uma intenção, é como uma dimensão vertical e solitária do
pensamento. Suas referências estão no nível de uma biologia ou de um passado,
não de uma história: ele é a “coisa” do escritor, seu esplendor e sua prisão, é
a sua solidão”. (Barthes, 2004: 10-11)
Moratória_ Ana Marly de Oliveira Jacobino
Sentado
na poltrona rota, esmaecida
Moratória_ Ana Marly de Oliveira Jacobino
Pela
força das intempéries
Defragadas
pela luz dançarina ao passar pela janela,
Acariciada por suas mãos
Gordurosas,
sujas pela aspereza
Da
vida laboriosa passada ao conduzir
O
trabalho na terra.
Sempre
gostou de ler...
Um
sopro de vida, o abate
Como
o faisão no seu último vôo,
Morre
com a bala transfixada no peito.
Palavras
incandescentes
Fosforizam
seus neurônios.
Ela
sabe...
Fluir
o rio das dúvidas
No
leitor emburrecido pela mídia
Comparsa
do mal que afeta
A
todos; robotização!
Lispector
mostra um sopro de vida
Mesmo,
depois de morta!
Acontece em Piracicaba
Rio de Piracicaba tendo ao fundo o Engenho Central e o novo Teatro de Piracicaba
As atrizes Nathalia Timberg e Rosamaria Murtinho no espetáculo “Sopros de Vida” narra o encontro da dona de casa Frances
(Rosamaria) e da ex-ativista política Madeleine (Nathalia), respectivamente
mulher e amante do mesmo homem durante 25 anos, partilhado pelas duas e ambas
abandonadas por ele, trocadas agora por uma terceira, mais
jovem.
Sarau Literário Piracicabano
Sarau Literário faz justa homenagem a um ano do falecimento do grande escritor e médico: Moacyr Jaime Scliar e também a Luzia Stocco (atriz, escritora, professora) Tema: "Mulher seu nome é poesia"
Em conjunto com o Sarau: Exposição dos trabalhos poéticos dos escritores trabalhados artisticamente por Carmelina Toledo Piza
Local: Teatro Municipal Dr. Losso Netto
Data: 13 de Março a partir das 19h30
fotos:
google,
Programam maravilhoso e deve ser imperdível essa peça! Atrizes maravilhosas!!! Lindas atividades! beijos,tudo de bom,chica , um ótimo fds!
ResponderExcluirDizem que as mulheres compreendem melhor Lispector. Não sei. Nunca fiz um simpósio ou um estudo para comprovar ou refutar esta opinião. O que sei é que, embora goste e muito de sua literatura, muitas vezes fico como se tivesse algo não dito por detrás de suas frases e que não consegui decifrar...
ResponderExcluirUm forte abraço,
Verdade Chica fui comprovar a força que as atrizes dão a peça, ao meu ver monótona, com diálogos que podiam se mais explorados na intensidade dos sentimentos que cercam as duas mulheres na história de rivalidades por amarem ou não o mesmo homem. Penso que 90 minutos custaram a passar. Abraços Poéticos desta CaipiracicabANA Marly de Oliveira Jacobino
ResponderExcluirRichard, meu bom amigo, a verdade é que Lispector também achava que não dava conta de explorar toda a significância e a riqueza da linguagem na sua compreensão. Por mais que leio Clarice mais fica o sabor de algo inacabado, inexplorado no meu entender...Obrigada pela visita e pelo seu comentário tão pertinente...Abraços Poéticos desta CaipiracicabANA Marly de Oliveira Jacobino
ResponderExcluirTodos os amantes da literatura reverenciam a escritora. Suas palavras chegam aos nossos corações de forma natural, com a espontaneidade que ela sempre demonstrou em suas colocações. Talvez essa simplicidade tenha favorecido a admiração que desperta entre as mulheres, inobstante seja amada por todos.
ResponderExcluir(obrigada por retribuir minha visita e pelo afeto de seu comentário).
Bjs.