SEM DÚVIDA, A DEUSA DA POESIA: KALIOPE MARCOU ALGUNS NOMES FEMININOS PARA SE DESTACAR NA ESCRITA. ELAS HONRARAM E HONRAM A LITERATURA BRASILEIRA. MUITOS DESCONHECIDOS ATÉ DOS QUE ESTUDAM A LITERATURA , ALGUNS CONQUISTARAM A GLÓRIA E COM ISSO, A NOTORIEDADE. CONTUDO, ACREDITE TODAS ELAS MARCARAM A HISTÓRIA POR ALAVANCAR OUTRO PAPEL NA VIDA, ALÉM DA ESPOSA, MÃE E DONA DE CASA! ELAS SE TORNARAM ESCRITORAS E MUDARAM A LITERATURA BRASILEIRA COM PERSONALIDADE E COMPETÊNCIA!
ANA MARLY DE OLIVEIRA JACOBINO
São elas: Auta de Souza, ANAS, ARACYS, ANGELAS, Maria Firmina dos Reis, IVANAS.. Narcisa Amália, Francisca
Júlia, CARMENS, Cecília Meireles, Carolina Maria de Jesus, Clarice Lispector, ELDAS, ESTHERES, EUNICES, Gilka
Machado, Lúcia Miguel Pereira, LEDAS, LIDIAS, LOURDINHAS, Tatiana Belinky, Cora Coralina, RAQUEIS, Hilda Hilst, TEREZINHAS, Dora
Ferreira da Silva, EMILIAS, Nísia Floresta, Adélia Prado, GISELES, LUCIAS, Barbara Lia, Renata Pallotini,
Neide Arcanjo, RUTES Carolina Nabuco, Maria Rita Kehl, Adalgisa Nery, Lupe Cotrim,
Astrid Cabral, Eunice Arruda, Helena Armond,Mirian de Carvalho,Raquel
Naveira,Thereza Cristina Rocque de La Motta, Angélica Torres, Beatriz Bajo,
Nydia Bonetti, Jacineide Travassos,etc.
DEUSA DA POESIA: KALIOPE TOCA A NOSSA INSPIRAÇÃO...
AUTA DE SOUZA ( 1876-1901) Nasceu em Macaiba, RN e publicou apenas um livro:
Horto (1900) que foi prefaciado por Olavo Bilac.TUDO PASSA
I _ Aquela moça graciosa e bela
Que passa sempre de vestido escuro
E traz nos lábios um sorriso puro,
Triste e formoso como os olhos dela...
# Diz que su’alma tímida e singela
Já não tem coração: que o mundo impuro
Para sempre o matou... e o seu futuro
Foi-se n’um sonho, desmaiada estrela.
# Ela não sabe que o desgosto passa
Nem que do orvalho a abençoada graça
Faz reviver a planta que emurchece.
# Flávia! nas almas juvenis, formosas,
Berço sagrado de jasmins e rosas,
O coração não morre: ele adormece...
NARCISA AMÁLIA (1852-1924) Nasceu em São João da Barra, Rio, foi poeta e a primeira jornalista profissional do Brasil. Combateu a opressão da mulher, a escravidão e possuía fina sensibilidade social. Publicou apenas um livro de poemas: Nebulosas (1872)
POR QUE SOU FORTE
Dirás que é falso. Não. É certo. Desço
Ao fundo d’alma toda vez que hesito...
Cada vez que uma lágrima ou que um grito
Trai-me a angústia - ao sentir que desfaleço...
E toda assombro, toda amor, confesso,
O limiar desse país bendito
Cruzo: - aguardam-me as festas do infinito!
O horror da vida, deslumbrada, esqueço!
É que há dentro vales, céus, alturas,
Que o olhar do mundo não macula, a terna
Lua, flores, queridas criaturas,
E soa em cada moita, em cada gruta,
A sinfonia da paixão eterna!...
- E eis-me de novo forte para a luta.
FRANCISCA JÚLIA DA SILVA MÜNSTER (1871-1920) Paulista, a poeta fez sucesso com versos de conteúdo parnasiano. Seus últimos trabalhos já mostram a influência do simbolismo. Publicou vários livros de poemas. Sobre seu túmulo está a estátua da “Musa Impassível”, de Victor Brecheret, em homenagem a um de seus poemas mais famosos.
A FLORISTA
Suspensa ao braço a grávida corbelha,
Segue a passo, tranqüila... O sol faísca...
Os seus carmíneos lábios de mourisca
Se abrem, sorrindo, numa flor vermelha.
# Deita à sombra de uma árvore. Uma abelha
Zumbe em torno ao cabaz... Uma ave, arisca,
O pó do chão, pertinho dela, cisca,
Olhando-a, às vezes, trêmula, de esguelha...
# Aos ouvidos lhe soa um rumor brando
De folhas... Pouco a pouco, um leve sono
Lhe vai as grandes pálpebras cerrando...
# Cai-lhe de um pé o rústico tamanco...
E assim descalça, mostra, em abandono,
O vultinho de um pé macio e branco.
GILKA MACHADO (1893-1980) Carioca, publicou seu primeiro livro, Cristais Partidos, em 1915. Poeta simbolista, foi eleita a “melhor poetisa do Brasil” em 1933.
SER MULHER...
Ser mulher, vir à luz trazendo a alma talhada
para os gozos da vida; a liberdade e o amor;
tentar da glória a etérea e altívola escalada,
na eterna aspiração de um sonho superior...
# Ser mulher, desejar outra alma pura e alada
para poder, com ela, o infinito transpor;
sentir a vida triste, insípida, isolada,
buscar um companheiro e encontrar um senhor...
# Ser mulher, calcular todo o infinito curto
para a larga expansão do desejado surto,
no ascenso espiritual aos perfeitos ideais...
# Ser mulher, e, oh! atroz, tentálica tristeza!
ficar na vida qual uma águia inerte, presa
nos pesados grilhões dos preceitos sociais!
Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto
Bretas, nasceu na Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 e faleceu em Goiânia, 10 de abril de 1985.
Aninha e suas pedras
Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede. Cora Coralina (Outubro, 1981)
Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede. Cora Coralina (Outubro, 1981)
Hilda Hilst nasceu na cidade de Jaú, interior do Estado de São Paulo, no
dia 21 de abril de 1930, e faleceu em Campinas, 4 de fevereiro de 2004 filha única do fazendeiro, jornalista, poeta e ensaísta
Apolônio de Almeida Prado Hilst e de Bedecilda Vaz Cardoso.
Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas
escomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te
ôfrega
Como se fosses morrer colado à
minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do
amanhecer.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas
escomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te
ôfrega
Como se fosses morrer colado à
minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do
amanhecer.
Adélia Luzia Prado Freitas (Divinópolis, 13 de dezembro de 1935) é uma escritora brasileira. Os textos retratam o cotidiano com perplexidade e encanto, norteados pela fé cristã e permeados pelo aspecto lúdico, uma das características o estilo único.
Com licença poética
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
TAHAN, Vicência Bretas. Cora Coragem, Cora Poesia. Global Editora,
1989.
TAHAN, Vicência Bretas. Villa Boa de Goyaz. Global Editora, 2001
Cadernos de Literatura Brasileira (IMS) - número 8, outubro de 1999
Jornal da Poesia
Convite do Sarau Literário Piracicabano
Sarau Literário faz
justa homenagem a um ano do falecimento do grande escritor e médico: Moacyr Jaime Scliar e
também a:
Luzia Stocco (atriz,
escritora, professora)
Tema:
"Mulher seu nome é poesia"
Em conjunto com o Sarau: Exposição
dos trabalhos poéticos dos escritores trabalhados artisticamente por Carmelina Toledo
Piza
Local: Teatro Municipal Dr. Losso
Netto
Data: 13 de Março a partir das
19h30
fotos:google
Adorei ver aqui essas grandes mulheres, cujos escritos nos levam a paraísos de grande beleza.
ResponderExcluirComo o tempo passa depressa! Nem percebi que havia decorrido um ano do falecimento de Moacyr Scliar.
Li sua crônica na Ivana e vim conhecer o espaço.
Bjs.
Marilene bem vinda a Agenda Cultural Piracicabana fiquei muito feliz em saber que você leu a minha crônica lá na minha querida amiga Ivana, obrigada pela visita e aguardo o seu retorno, valeu!Abraços POéticos desta CaipíracicabANA Marly de Oliveira Jacobino
ExcluirMaravilha sempre e bela forma de homenagear as mulheres com essas grandes...beijos,chica
ResponderExcluirPois é, Chica neste mês o Sarau e a Agenda estarão junto as mulheres, afinal, precisamos "tirá-las da cozinha" como sempre estiveram na propaganda dos "pseudo-literatos" de plantão... bem vinda a Agenda Cultural Piracicabana valeu!Abraços POéticos desta CaipíracicabANA Marly de Oliveira Jacobino
ExcluirQuerida Amiga,
ResponderExcluirParabéns a você, mulher e poeta.
Estendo a todas as mulheres que, não pelo seu gênero, mas pela sua condição humana, contribuem para tornar a vida algo melhor, seja no campo da politica, da cultura, da ciência, da educação, e mesmo na não menos árdua tarefa de cuidar de sua família!
Abraços a todas,
Bacana seu comentário, Richard! Agradecemos...
ExcluirObrigada em meu nome e em nome de todas as Mulheres- Poetas por suas palavras repletas de significância ao nosso labor poético. Abraços POéticos desta CaipíracicabANA Marly de Oliveira Jacobino
ResponderExcluirRecebi do emérito escritor Israel Lopez e aqui publico:
ResponderExcluirAmiga Ana Marly
Salve o Dia Internacional da Mulher, trascorrido ontem! Olha, que maravilha, essas matérias no Agenda Cultural Piracicabana. Francisca Júlia, Gilka Machado e tantas outras, todas grandes poetas e escritoras.
Meus parabéns!
Um grande abraço
Israel Lopes
Sinto-me lisonjeada por estar na mesma página, do seu blog e da vida, em que estas divindades femininas aparecem em ênfase. Belas homenagens às mulheres! Valeu, mas valeu mesmo, Ana Marly!!
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