sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Jorge Amado, HIlda Hilst e Aracy Ferrari na Literatura e Arte e Woodstock - o festival que fez história

Homenageados do Sarau de 18 de Agosto de 2009: ** HILDA HILST (Escritora e Poeta), ** Jorge Amado, (Escritor),## Aracy Ferrari (escritora e poeta)

No Teatro Municipal “Dr. Losso Netto na sala 2 na Rua Gomes Carneiro, 136 - Piracicaba-SP

Dia: 18 de Agosto (Terça-feira)
Horário: 19h30 às 21h30

Ingresso: Gratuito (limite 100 lugares)
Classificação: Livre






Venho de Tempos Antigos
Hilda Hilst

Venho de tempos antigos. Nomes extensos:
Vaz Cardoso, Almeida Prado
Dubayelle Hilst... eventos.
Venho de tuas raízes, sopros de ti.
E amo-te lassa agora, sangue, vinho
Taças irreais corroídas de tempo.
Amo-te como se houvesse o mais e o descaminho.
Como se pisássemos em avencas
E elas gritassem, vítimas de nós dois:
Intemporais, veementes.
Amo-te mínima como quem quer MAIS
Como quem tudo adivinha:
Lobo, lua, raposa e ancestrais.
Diz


Texto extraído do encarte à edição de "Cadernos da Literatura Brasileira", editado pelo Instituto Moreira Salles - São Paulo, número 8 - Outubro de 1999.




Hilda Hirst nasceu na cidade de Jaú, interior do Estado de São Paulo, no dia 21 de abril de 1930, filha única do fazendeiro, jornalista, poeta e ensaísta Apolônio de Almeida Prado Hilst e de Bedecilda Vaz Cardoso. Com pouco tempo de vida, seus pais se separaram, o que motivou sua mudança, com a mãe, para a cidade de Santos (SP). Seu pai, que sofria de esquizofrenia, foi internado num sanatório em Campinas (SP), tendo nessa época 35 anos de idade. Até sua morte passou longos períodos em sanatórios para doentes mentais. Hilda foi a criadora de algumas das mais inquietantes e belas poesias da literatura brasileira. Fez seus primeiros estudos como interna no colégio Santa Marcelina, em São Paulo. Em 1945, ingressou no curso clássico da escola Mackenzie, em São Paulo e passou a viver em um apartamento à Alameda Santos, acompanhada por uma governanta alemã. Em 1948, ingressa no curso de Direito na Faculdade do Largo São Francisco.


É uma das protagonistas fundamentais da paisagem literária brasileira e de língua portuguesa do século XX. Com mais de 40 livros escritos em verso, dramaturgia, crônica e prosa, publicados entre 1950 e 2000, Hilda Hilst é uma poeta lúcida, culta, consciente de suas ações e palavras. Com fervoroso amor pela originalidade, sua obra registra um intenso trabalho de linguagem e de musicalidade, um imaginário poético no qual questionamentos metafísicos se mesclam com fatos cotidianos. Corajosa, livre, apaixonada pela vida, os seres humanos e os animais, Hilda Hilst tocou sem pudor temas tabus como a morte, o sexo e Deus. A partir de 1966, Hilda Hilst decide viver na Casa do Sol, a 11 quilômetros de Campinas-SP, onde funciona atualmente a Instituição Hilda Hilst – Centro de Estudos Casa do Sol, presidida pelo escritor José Luis Mora Fuentes, amigo da escritora. Suas Obras Reunidas foram reeditadas recentemente pela Editora Globo. Ler Hilda Hilst significa entrar em contato com a dinâmica da vida, com a complexidade humana e do próprio texto, numa combinação refinada de sons, palavras e imagens.
Alguns de seus textos foram traduzidos para o francês, inglês, italiano e alemão. Em março de 1997, seus textos: Com os meus olhos de cão e A obscena senhora D foram publicados pela Ed. Gallimard, tradução de Maryvonne Lapouge



Hilda Hilst faleceu no dia 04 de fevereiro de 2004, na cidade de Campinas (SP).




Woodstock - o festival que fez história



Woodstock permanece como o mais importante evento musical da história contemporânea. Para entender sua importância, é preciso voltar um pouco no tempo. O mundo, e especialmente os Estados Unidos, passava por tempos difíceis de guerra, violência e desilusão. A década de 60, a mais conturbada década do século, chegava ao fim, com uma sensação reinante de ''e agora?'' no ar. E é nesse clima de final de festa, no último ano da década, que o maior evento de música já feito encontra terreno fértil para se consolidar. O festival de Woodstock, realizado em 1969, reuniu uma multidão de mais de 450 mil jovens para 3 dias de amor e música.


O festival foi idealizado e levado a cabo por quatro jovens, John Roberts, Joel Rosenman, Artie Kornfeld e Michael Lang. Roberts e Rosenman eram jovens milionários procurando um investimento interessante para seu dinheiro. Os dois até colocaram um anúncio no jornal dizendo: ''jovens homens com capital ilimitado procuram oportunidades de investimento e propostas de negócios interessantes e originais''. Lang e Kornfeld tinham as idéias interessantes e originais - mas não tinham o dinheiro. Os dois pensavam em fazer uma gravadora independente especializada em rock localizada numa cidadezinha afastada de Manhattam chamada Woodstock, ou em realizar um festival misturando exposição cultural, shows de rock e estilo de vida da contracultura. O quarteto acabou se encontrando e decidindo pelo festival, mas no campo e com o nome de Woodstock. O evento foi tomando forma. Woodstock aconteceria fora da cidade grande, enfatizando o clima existente de ''volta ao campo'', e estava sendo programado para ser o maior festival musical de todos os tempos. Para atrair seu público alvo, os jovens, foram usados todos os símbolos e frases consagrados pela contracultura. O próprio slogan do evento, ''três dias de paz e música'' , era baseado na contracultura. O slogan continha em si o sentimento antiguerra, o conceito da Era de Aquárius (disseminado com o musical ''Hair''), e a intenção dos organizadores de manter a paz no evento. O próprio Kornfeld explicou que festival não deveria ser pensado como construção de palcos, assinatura de contratos ou venda de ingressos. Woodstock deveria ser um estado de espírito, um acontecimento para se tornar um ícone de toda uma geração.

Os organizadores foram considerados loucos e pretensiosos por intencionarem realizar o maior festival de música já feito e reunir 100 mil pessoas. Mas Woodstock superou todas as expectativas e se revelou um verdadeiro fenômeno. Quase meio milhão de pessoas foram até Woodstock aproveitar 3 dias de mentes abertas, amor livre, drogas liberadas e muito rock. O festival acarretou um dos piores engarrafamentos em Nova Iorque, mas não houve nenhum acidente ou violência durante o festival. Criou-se uma nação dentro de uma nação, reunida por seus ideais e sua vontade de se divertir, embaladas ao som de The Who, Jefferson Airplane, Jimmy Hendrix, Janis Joplin, Joe Cocker, Bob Dylan e todos os grandes nomes do rock da era, hoje verdadeiras lendas. O evento tornou-se um verdadeiro ícone da contracultura. A força jovem e a liberdade assustaram os mais velhos e conservadores. As dimensões de Woodstock foram além das 450 mil pessoas reunidas no festival, tanto que as discussões sobre sua importância persistem, mesmo 3 décadas depois. E até hoje o evento divide opiniões. Muitos dizem que Woodstock foi o fim de toda a ingenuidade e utopia que cercavam os anos 60. Outros dizem que foi o apogeu de todas as mudanças e desenvolvimento na sociedade. Mas todos concordam que o festival foi um marco importante não só para a história da música, mas para a história do homem.
Chris Bueno Redatora, jornalista e repórter com textos publicados na revista Rock Brigade

2 comentários:

  1. Mais um sarau se anunciando, não é mesmo, Ana Marly? Acho Hilda Hilst de uma intensidade encantadora e desconcertante. Vamos a ela!
    abraço

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  2. De fato: Hilda foi adiante ao tempo em sua escrita, por isso foi tão incompreendida! Merece a homenagem de todos os literatos.

    Abraços Poéticos

    Ana Marly de Oliveira Jacobino

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