sexta-feira, 15 de maio de 2009

Florbela Espanca:;Sarau Literário Piracicabano: faça parte deste time dos "Grandes Artistas; Escritores e Poetas"!




Florbela Espanca__ Poeta portuguesa, natural de Vila Viçosa (Alentejo). Nasceu filha ilegítima de João Maria Espanca e de Antónia da Conceição Lobo, criada de servir (como se dizia na época), que morreu com apenas 36 anos. Registrada como filha de pai incógnito, foi, todavia educada pelo pai e pela madrasta, Mariana Espanca, em Vila Viçosa, tal como seu irmão de sangue, Apeles Espanca, nascido em 1897 e registrado da mesma maneira. Note-se como curiosidade que o pai, que sempre a acompanhou, só 19 anos após a morte da poetisa, por altura da inauguração do seu busto, em Évora, e por insistência de um grupo de florbelianos, a perfilhou.
Em 1919, quando freqüentava o terceiro ano de Direito, publicou a sua primeira obra poética, Livro de Mágoas. Em 1921, divorciou-se de Alberto Moutinho, de quem vivia separada havia alguns anos, e voltou a casar, no Porto, com o oficial de artilharia António Guimarães. Nesse ano também o seu pai se divorciou, para casar, no ano seguinte, com Henriqueta Almeida. Em 1923, publicou o Livro de Sóror Saudade. Em 1925, Florbela casou-se, pela terceira vez, com o médico Mário Laje, em Matosinhos.
Os casamentos falhados, assim como as desilusões amorosas, em geral, e a morte do irmão, Apeles Espanca (a quem Florbela estava ligada por fortes laços afetivas), num acidente com o avião que tripulava sobre o rio Tejo, em 1927, marcaram profundamente a sua vida e obra. Em Dezembro de 1930, agravados os problemas de saúde, sobretudo de ordem psicológica, Nos meses de outubro e novembro do mesmo ano, a neurose torna-se insuportável e é diagnosticado um edema pulmonar. Finalmente, na madrugada de 7 para 8 de dezembro de 1930, suicida-se ingerindo uma dose excessiva de Venoral. Porém, a causa oficial de sua morte foi o edema. Florbela morreu em Matosinhos.
A poesia de Florbela caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto, no infinito. A veemência passional da sua linguagem, marcadamente pessoal, centrada nas suas próprias frustrações e anseios, é de um sensualismo muitas vezes erótico.
Poetisa de excessos cultivou exacerbadamente a paixão, com voz marcadamente feminina (em que alguns críticos encontram dom-joanismo no feminino). A sua poesia, mesmo pecando por vezes por algum convencionalismo, tem suscitado interesse contínuo de leitores e investigadores. É tida como a grande figura feminina das primeiras décadas da literatura portuguesa do século XX.



Eu ...
Florbela Espanca


Eu sou a que no mundo anda perdida,

Eu sou a que na vida não tem norte,

Sou a irmã do Sonho,e desta sorte

Sou a crucificada ... a dolorida ...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,

E que o destino amargo, triste e forte,

Impele brutalmente para a morte!

Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...

Sou a que chamam triste sem o ser...

Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,

Alguém que veio ao mundo pra me ver,

E que nunca na vida me encontrou!
Sarau Literário Piracicabano, que vai acontecer dia 19 de Maio de 2009, na sala 2 do Teatro Municipal Dr. Losso Netto (Rua Gomes Carneiro , 1212 – Centro Piracicaba, SP, Brasil) das 19h 30min às 21h30min.

Os homenageados da Literatura Nacional: Manuel Antônio Álvares de Azevedo, a poeta portuguesa: Florbela Espanca , também a homenageada pelo exemplar trabalho para a Literatura de Piracicaba e região e também Diretora da Biblioteca Municipal de Piracicaba e uma das apresentadoras do Programa Educativa nas Letras: Lucila M Calheiros Silvestre.

2 comentários:

  1. Xi... acho que fiz uma arte esta noite, enquanto esperava o carro do JP para sair.

    Parabéns, marlyjacobino
    Você está seguindo RECRIANDO VINCULOS

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  2. Triste a vida, bela a poesia...
    Não conhecia esta poetisa, bastante interessante descobri-la, como foi com o Cornélio Pires, que também acho fantástico.

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