Salve o Esporte Clube XV de Novembro por Ana Marly De Oliveira Jacobino
Emoção pura emoção é torcer pelo time de futebol que
você aprecia. Aprendi a gostar do Esporte Clube XV de Novembro, indo ao Barão
de Serra Negra com meu pai, Celso de Oliveira. Lembranças
“gostosas”, eu tenho das partidas, no ir e vir dos vendedores de amendoim,
cachorro quente, pipoca, sorvete e, tantas outras guloseimas inesquecíveis para
o estômago de uma criança!
Eu me lembro de meu pai levar os meus primos ao
estádio, cada partida era uma “trelinha”, que o acompanhava (formava os
torcedores desde a infância). A minha mãe preparava uma sacola de merenda para
acalmar a fome insaciável da meninada. Aos meus olhos o “Barãoboneira” todo
iluminado, parecia um disco voador, a saída dos vestiários eram grandes bocas a
regurgitar os jogadores para o gramado. Torcer, torcer e torcer..., nunca
abandonar o time nem mesmo em tempos difíceis. Torcer na mais perfeita segurança,
ah!, palavrões eram ditos, os benditos, quase sempre para a mãe do juiz (santa
mãe, tão mal falada nos lances controvertidos), mas, perto do que, se ouve hoje
em dia nos campos de futebol, pareciam água com açúcar em boca de neném.
Já adulta, ainda acompanhava meu pai para assistir ao
Quinzão, de quebra levava o meu filho e seus primos. Passei a preparar a
merenda. Meu pai recomendava no dia anterior à partida: “Não esqueça do
embornal de lanche!”. Ele sabia que a fome devorava as entranhas de cada
torcedor mirim. Para cada uma das crianças ele dava uma bandeira do Quinze para
balançar a cada gol feito! Nas derrotas as bandeiras enroladas vinham embaixo
do braço, nas vitórias eram desfraldadas durante o percurso até a casa de cada
um!
‘ No
campo aprendi a gostar do nosso sotaque “caipiracicabano”, cantando o Hino
Caipira do Nhô Quim:
Cáxara de forfe
Cúspere de grilo
Bícaro de pato
GOOORRRR!!!!
Cúspere de grilo
Bícaro de pato
GOOORRRR!!!!
XV ! Cra, cra, cra!
XV! Cra, cra, cra!
XV! Cra, cra, cra!
Ásara de barata
Nhéque de portêra
Já que ta que fique
GOOORRRR!!!!
Nhéque de portêra
Já que ta que fique
GOOORRRR!!!!
XV! Cra, cra, cra!
XV! Cra, cra, cra!...
XV! Cra, cra, cra!...
Meu
pai, já bem velhinho e adoentado pôde acompanhar junto comigo, meu filho, e
seus sobrinhos, vestindo a camisa zebrada, ver o Nhô Quim subir como rojão da
Terceira, para a Segunda, e, para a Primeira Divisão do Futebol Paulista! Hoje,
a cada partida do Quinze de Novembro, eu me recordo da fala confiante do meu
pai, mesmo naqueles momentos de derrota da equipe:
“Não se preocupe perder faz parte do jogo, mas, um dia ele vai ganhar!”
Meu querido e saudoso Pai, o Celsinho.
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