Millôr e a arte brasileira_ Ana Marly de OLiveira Jacobino
Millôr Fernandes foi o homenageado da 12ª edição da Flip. A abertura aconteceu na quarta (30/7), com uma conferência do crítico de arte e curador Agnaldo Faria, que coloca o Millôr dentro da arte brasileira., Após a sua preleção inicial, três admiradores do autor encontram para lembrar sua vida e obra: os cartunistas e humoristas Hubert, Jaguar e Reinaldo
“Millôr
Fernandes, é um tipo de pessoa que não é chamado para congressos, não é
eleito para academias, não está listado entre os cidadãos úteis da República,
um sujeito que não planta, não colhe, não estabelece regras de conceito ou
comportamento”. Acredite leitor, o autor desta frase, foi o próprio Millôr.
Millõr foi reconhecido por sua
genialidade e por desenvolver frases nem um pouco ortodoxas como: "O
Brasil é realmente muito amplo e luxuoso. O serviço é que é péssimo"; “Celebridade é um idiota qualquer que
apareceu na televisão”; “Chato é uma
pessoa que não sabe que “Como vai” é um cumprimento, não uma pergunta”.
Cartunista, jornalista, teatrólogo, romancista, roteirista,
tradutor de grandes mestres da literatura, como Shakespeare e Ibsene; Millôr
Fernandes, conhecido e reconhecido como o “Guru do Méier”, morreu em 2012.
Particularmente, gostei muito da
intervenção do crítico de arte Agnaldo Farias na sua abordagem sobre a importância
da obra de Millôr para a arte brasileira, ele, levou várias delas para mostrar
para os participantes da mesa de abertura. Agnaldo Farias destacou o valor da obra de Millôr para a arte
brasileira. Farias contou sobre a erudição e a ironia, elementos sempre
presentes na obra gráfica de Millôr, e, foi mais além ao mostrar no telão obras
de Millôr e de vários artistas renomados como; os espanhóis Miró, Picasso, o
suíço Paul Klee, entre outros, comparados aos traços do homenageado. O crítico
classificou alguns cartoons mostrados na palestra de 'pura poesia visual'.
Na
mesa Millormaníacos, assisti os humoristas Hubert e
Reinaldo (ex Casseta e Planeta que começaram a carreira no Pasquim, entrevistarem Jaguar).
O humorista Reinaldo Bastos saiu com essa pérola: “No meu
tempo não tinha Harry Potter, então, lia Millôr quando criança e sou o que sou
também graças a ele”.
Eu
ri com Jaguar quando contou que Millôr não foi preso junto aos demais
integrantes durante a ditadura, pela publicação do jornal “O Pasquim”, devido
ao carro dos milicos estar lotado, com os outros presos. “Felizmente, tudo aqui
é uma esculhambação, inclusive a repressão. Então disseram que iam voltar para
prendê-lo e como ele era um cara brilhante não ficou para esperar. O Millôr foi
o cara que mais admirei na vida. Era o maior intelectual, maior escritor,
dramaturgo.”
Gostei
muito do que assisti e ouvi sobre o Millôr a quem já tinha admiração!
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