domingo, 14 de julho de 2013

Poesia debaixo d’água (Parte 2) 11ª FLIP

As poetas Alice Sant’Anna, Ana Martins Marques , Bruna Beber respondem para a critica literária Noemi Jaffe,
 


A critica literária Noemi Jaffe leu um trecho do poema de Ana Martins Marques,

Fruteira
Quem se lembrou de pôr sobre a mesa
      Essas doces evidências da morte"
Noemi questionou de onde elas tiram tanta vivência, com essa dor muitas vezes imensurável presente nos versos se ainda são tão jovens.
Ana Martins respondeu:
— Nos meus poemas, há uma chave de desencanto, como se no final, por exemplo, os últimos versos desdizessem o poema. O que explica talvez o fato de eu sempre ter antes os versos finais. Mas eu gostaria que a leitura deles fosse uma forma de felicidade, um ponto de alegria.
Comecei a escrever ainda adolescente e percebo que os versos começaram nas sombras, mas foram clareando com o tempo, responde Bruna Beber, transcrevo a sua resposta para Noemi:
— Eu trato as palavras muito de perto, para mim é uma brincadeira escrever poesia. Refaço um poema um milhão de vezes, gasto as palavras, mas não sei de onde vem essa carga de vivência que você observou.
Alice Sant'Anna remete ao livro Elogio da sombra" da sua leitura, para falar das sombras dos seus poemas. Abro aqui uma observação: não sei o motivo que fiquei em dúvida, com os títulos dos livros: “Elogio da Sombra” de Jorge Luis Borges e o “Elogio da Sombra” de Junichiro Tanizaki; penso que tirei um cochilo breve, pois anotei a sua resposta:
— Eu entendo a sombra, neste caso, como um meio termo entre a poesia "solar", que falou a Ana, e a poesia "das trevas", que falou a Bruna. Acho que é mais ou menos como a sombra da luz natural. Se a luz elétrica faz uma sombra mais constante, a sombra da luz natural é mais hesitante. Acho que é mais por aí, as sombras que identifico nos meus poemas são mais hesitantes.
As poetas contaram como fazem a limitação dos versos das suas poesias:
Bruna Beber explica:
— Eu busco o tom de bate-papo. Leio em voz alta, canto minhas poesias, a maneira como elas soam, para mim, é mais importante do que a forma. Meu corte é feito com os ouvidos. Mas também gosto de observar os versos na página. Gosto que eles se pareçam a um poste, a uma escada, quando impressos. É frescura, mesmo!
— Eu gosto de pensar na parte gráfica do poema, de deixar uma espécie de abismo ao final dos versos. Não gosto de versos longos. _ comenta Ana Martins
Alice Sant'Anna:
— Eu não faço versos que acompanhem a respiração. Não sei se as pessoas percebem que faço isso, mas faço — diverte-se a jovem, que espantou a audiência ao ler um poema em que descrevia um suposto assassino do eu-lírico metida num vestido florido de boneca. — Gosto de construir versos que provoquem uma certa ambiguidade na leitura.                  _ Ana Marly de Oliveira Jacobino
 Paraty desfila para os meus olhos 
E a beleza está onde os nossos olhos a encontram... muitas vezes camufladas e longe dos olhos que teimam em olhar para o chão...
 
Veja o motivo de Paraty ser tão bela pelos meus olhos ... sonhadores por ver tanta beleza...
 
Paraty revela surpresas... moldura florida para quem transpor a porta...
Luz e sombra encantam o explorar dos olhos atentos...Ruelas da bela Paraty

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