Três
jovens poetas fazem o primeiro debate, na manhã da quinta-feira, dia 4 de Julho
na Mesa 1 da FLIP 2013: Alice
Sant’Anna, Ana Martins Marques , Bruna Beber foram interpeladas por Noemi Jaffe,
com o questionamento
de como; "O Dia a Dia
Debaixo d'Água", reflete sobre a relação entre a
poesia e o mar, um tema comum nos escritos das três mulheres.
Noemi leu trechos dos poemas:
"Rabo de baleia", de Alice Sant'Anna
(..) um enorme rabo de
baleia
cruzaria a sala nesse
momento
sem barulho algum o bicho
afundaria nas tábuas
corridas
e sumiria sem que
percebêssemos (...)
No “Rabo de baleia”, Alice Sant'Anna comenta sobre; a sua
vontade de fazer um livro sobre viagens,
contudo, ela percebeu que não conseguia, por estar mergulhada na rotina e era impossível
falar sobre uma viagem sem ter uma viagem nos planos. O
livro só existe nas palavras, tal qual, o “rabo de baleia” que atravessa a
sala, portanto, as palavras criam a viagem, que mesmo não sendo geográfica, se
torna possível.
"Rabo de baleia", de Alice Sant'Anna
(..) um enorme rabo de
baleia
cruzaria a sala nesse
momento
sem barulho algum o bicho
afundaria nas tábuas
corridas
e sumiria sem que
percebêssemos (...)
"Naufrágio", de
Ana Martins Marques que não
consegui anotar, mas tenho a resposta da poeta a seguir cunhada por minhas
mãos.
Ana Martins cogita a idéia de o mar ter
uma espécie de fascínio para quem vive longe dele, como é mineira,
para ela, o mar não é muito íntimo. Tem uma superfície muito inteligível e uma
profundidade informe. Dá pra pensar sim, como uma espécie de metáfora da
criação poética. O poema é aquilo que vem à tona, dá forma ao informe que está submerso
como se fosse semelhante ao iceberg. Para ela a linguagem é um limite, uma armadilha,
então, não se consegue muito passar daquele limite estipulado pela linguagem,
você vai se envolvendo e criando, experimentando. Ela faz menção das suas leituras, e
declama do poeta português Virgílio Ferreira: "Da minha
língua vê-se o mar".
“Maquete”,
Bruna Beber _ A vida até pode ser
“poeirinha em alto” mas certas coisas não se desmancham no ar.”
Bruna Beber conta que também viveu muito
essa idéia do mar, por ter nascido longe dele. Mesmo depois de adulta e
conhecer melhor o mar, ele lhe provoca um fascínio pelo mistério. Grifei algo interessante na fala de Bruna
sobre a sua relação com o mar: — O mar
resume temas caros à poesia, como a sede, a amplitude, o desconhecido.
Ela, já foi mais desencantada com o mundo, mas,
não tanto com as palavras, afirmando categoricamente, ser muito encantada com
as palavras. Bruna conta que nos seus poemas ainda estão um pouco das trevas,
dizendo do seu envolvimento com as palavras e de como leva a sério esta relação
com elas.
Convido você a participar de um sarau... coisas especiais acontecem por lá!
Marque na sua Agenda:
Sarau vai acontecer em 16 de Julho de 2013 na Biblioteca Municipal, as 19h30, com o Tema: “Na outra margem do rio, Opus 4 um encontro inusitado com Rosa, rio abaixo, rio afora, rio adentro em um Sarau !”
Entrada Gratuita
Homenageados_ João Guimarães Rosa e Quarteto de Cordas OPUS 4
Sarau vai acontecer em 16 de Julho de 2013 na Biblioteca Municipal, as 19h30, com o Tema: “Na outra margem do rio, Opus 4 um encontro inusitado com Rosa, rio abaixo, rio afora, rio adentro em um Sarau !”
Entrada Gratuita
Homenageados_ João Guimarães Rosa e Quarteto de Cordas OPUS 4
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