sexta-feira, 12 de julho de 2013

11ª Flip em "Poesia debaixo d’água (Parte 1)"



Três jovens poetas fazem o primeiro debate, na manhã da quinta-feira, dia 4 de Julho na Mesa 1 da FLIP 2013: Alice Sant’Anna, Ana Martins Marques , Bruna Beber foram interpeladas por Noemi Jaffe, com o questionamento de como; "O Dia a Dia Debaixo d'Água", reflete sobre a relação entre a poesia e o mar, um tema comum nos escritos das três mulheres.


Noemi leu trechos dos poemas:


 


"Rabo de baleia", de Alice Sant'Anna
 (..) um enorme rabo de baleia
cruzaria a sala nesse momento
sem barulho algum o bicho
afundaria nas tábuas corridas
e sumiria sem que percebêssemos (...)
 No “Rabo de baleia”, Alice Sant'Anna comenta sobre;  a sua vontade  de fazer um livro sobre viagens, contudo, ela percebeu que não conseguia, por estar mergulhada na rotina e era impossível falar sobre uma viagem sem ter uma viagem nos planos. O livro só existe nas palavras, tal qual, o “rabo de baleia” que atravessa a sala, portanto, as palavras criam a viagem, que mesmo não sendo geográfica, se torna possível. 



"Naufrágio", de Ana Martins Marques que não consegui anotar, mas tenho a resposta da poeta a seguir cunhada por minhas mãos.
Ana Martins cogita a idéia de o mar ter uma espécie de fascínio para quem vive longe dele, como é mineira, para ela, o mar não é muito íntimo. Tem uma superfície muito inteligível e uma profundidade informe. Dá pra pensar sim, como uma espécie de metáfora da criação poética. O poema é aquilo que vem à tona, dá forma ao informe que está submerso como se fosse semelhante ao iceberg. Para ela a linguagem é um limite, uma armadilha, então, não se consegue muito passar daquele limite estipulado pela linguagem, você vai se envolvendo e criando, experimentando. Ela faz menção das suas leituras, e declama do poeta português Virgílio Ferreira: "Da minha língua vê-se o mar".
 

“Maquete”, Bruna Beber _ A vida até pode ser “poeirinha em alto” mas certas coisas não se desmancham no ar.”
 Bruna Beber conta que também viveu muito essa idéia do mar, por ter nascido longe dele. Mesmo depois de adulta e conhecer melhor o mar, ele lhe provoca um fascínio pelo mistério. Grifei algo interessante na fala de Bruna sobre a sua relação com o mar: — O mar resume temas caros à poesia, como a sede, a amplitude, o desconhecido.
 Ela, já foi mais desencantada com o mundo, mas, não tanto com as palavras, afirmando categoricamente, ser muito encantada com as palavras. Bruna conta que nos seus poemas ainda estão um pouco das trevas, dizendo do seu envolvimento com as palavras e de como leva a sério esta relação com elas.

Convido você a participar de um sarau... coisas especiais acontecem por lá!
 Marque na sua Agenda:
Sarau vai acontecer em 16 de Julho de 2013 na Biblioteca Municipal, as 19h30, com o Tema: “Na outra margem do rio, Opus 4 um encontro inusitado com Rosa, rio abaixo, rio afora, rio adentro em um Sarau !”
Entrada Gratuita
Homenageados_ João Guimarães Rosa e Quarteto de Cordas OPUS 4
 

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