"Mais uma vez a realização de mais uma festa literária comandada pelos anfitrões Ondina e Juraci reune Piracicaba e Poços de Caldas numa grande confraternização Lítero-Musical. Sucesso em mais esta empreitada para todos! Muitas alegrias poéticas! Ana Marly de Oliveira Jacobino
Agenda Cultural Piracicabana publica com honra o cantar poético de Ondina e Juraci :
TANGO, SOMENTE TANGO_ Juraci Torriceli
Foram
surpreendidos pela melancolia dos acordes do velho bandoneon.
Um
olhar sedutor, um abraço que culmina na dança.
Criatividade
e sensibilidade pactuam-se na alma rude e romântica do tango que trás uma
sensação, um movimento frenético, compassado, que une corpo e alma.
Não,
eles não se olham nem se falam.
A
milonga tem sua lei - ele segura-a firmemente em seus braços, conduzindo-a, num
ritmo em que a respiração também participa.
E
assim, no deslizar ora rápido, ora apressado do tango, onde a emoção e a
sedução orientam suas vivencias, a cidade de Buenos Aires, - bela, romântica e
cúmplice das noites cinzas, emerge serenamente como num passo de mágica,
abrindo a noite para os cabarés, as milongas e no indefinível mundo da boemia.
E
o casal, a deslizar pelo salão, ora lento, ora rápido, ora suave, sempre na
orbita sonhadora do bandoneon, do violino e sob o canto nostálgico a lançar
fragmentos inspiradores aos que se entregam nessa celebração.
E
assim, a orquestra numa melodia evocativa, participa da linguagem dos dois
corpos a latejar como o borbulhar crescente de uma champanhe.
TANGO,
- riqueza de estilo, peculiar, nuances imprevisíveis.
Casais
juntinhos, afastados, não casais, lançam-se num redemoinho de emoções e
projetam seus corpos com um só objetivo:
O TANGO - num banquete primoroso de afinidades.
In
Extremis_ Ondina
Bueno Toricelli
Não busque olhar os meus olhos úmidos
nem aperte nas suas minhas faces molhadas
não sorria com olhos marejados de gotas translucidas
tu és vida, eu sou aura de vida encerrada.
Não andes silenciosa nas pontas dos pés
quero vida, alegria de ti expargindo
não quero sombra pelos cantos se contorcendo
quero cântaros de luzes no quarto se definindo.
Quero sublimar-me em cantos gregorianos
que saem tépidos do instrumento angelical
quero anjos volitando sobre o meu leito
a vida beijando a morte, em transe final.
não sorria com olhos marejados de gotas translucidas
tu és vida, eu sou aura de vida encerrada.
Não andes silenciosa nas pontas dos pés
quero vida, alegria de ti expargindo
não quero sombra pelos cantos se contorcendo
quero cântaros de luzes no quarto se definindo.
Quero sublimar-me em cantos gregorianos
que saem tépidos do instrumento angelical
quero anjos volitando sobre o meu leito
a vida beijando a morte, em transe final.
É tarde amor (Ondina Bueno Toricelli).
È tarde
amor,já é muito tarde
Para
retroceder no tempo
Olhar nos
olhos e balbuciar
Palavras
ternas de amor..
##É tarde
amor, já é muito tarde
O sol já se
pôs entre nuvens rosadas
A noite
debruçou mansamente e se cala
Sobre
nossas vidas enfastiadas.
##É tarde
amor, já é muito tarde
Não
sentimos mais o perfume da rosa
As
primeiras estrelas já surgiram
É tarde
amor, já é muito tarde
E a solidão
já se instalou nesta casa.
##É tarde
amor, já é muito tarde
nem os
lírios exalam mais o perfume embriagador
Não atraem
os colibris nem as borboletas alvissareiras
No pântano
estão murchos, suas pétalas encharcadas,
Das
lágrimas amargas que juntos derramamos.
##É tarde
amor, já é muito tarde
O fio do
novelo está no final
Desenrolamos
com impaciência
E os nós,
se fizeram entrelaçar
Difícil
agora de se desmanchar.
##É tarde amor, já é muito tarde
meu quarto
na penunmbra me espera
Neste
aposento que já foi de pecado.
Meu peito
agitado soluça e se desespera
##E
tarde amor...já é muito tarde...
CHUVA _ Juraci Toricelli
pelas encostas íngremes
desce célere, arrostando
inundando,
formando frementes
cachoeiras,
a prece do sertanejo
desata ela a atender
murmúrios feitos de
dores
orações, clamores
o olhar marejado
o agradecimento ao
senhor.
o campo fortalece e
revigora
depois que a tormenta
caiu
o verdor do campo
surgindo
as espigas maduras
sorrindo
o feijão, inerte na
estiagem
se arroja a sair.
enfurecida, carrega
destruição
causa tremor, asfixia-
escurece
a demoníaca tempestade
cessa
despejando serenidade no
agreste
transformando em lindo
sertão.
a gloriosa natureza
abençoando a chuva que
cai
transborda linda e
majestosa
tornando a terra ociosa
Querida amiga
ResponderExcluirEncontros poéticos
são preciosos.
Debrucei-me sobre
os poemas aqui colocados.
É Tarde, foi um deles.
Embora triste
acorda inspirações
belas na alma...
Que amar seja para ti
o objetivo de cada instante.
Obrigada pela visita e pelo comentário Professor Aluisio, tão importante para a poeta que tão bem escreveu o poeme É tarde... Ondina Toricelli. Abraços pOéticso desta CaipiracicabANA
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