quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Sarau Literário Piracicabano abraça o Sarau em Poços de Caldas mais uma vez

"Mais uma vez a realização de mais uma festa literária comandada pelos anfitrões Ondina e Juraci reune Piracicaba e Poços de Caldas numa grande confraternização Lítero-Musical. Sucesso em mais esta empreitada para todos! Muitas alegrias poéticas! Ana Marly de Oliveira Jacobino
Agenda Cultural Piracicabana publica com honra o cantar poético de Ondina e Juraci :
                                      TANGO, SOMENTE TANGO_ Juraci Torriceli
 Foram surpreendidos pela melancolia dos acordes do velho bandoneon.
Um olhar sedutor, um abraço que culmina na dança.

Criatividade e sensibilidade pactuam-se na alma rude e romântica do tango que trás uma sensação, um movimento frenético, compassado, que une corpo e alma.

Não, eles não se olham nem se falam.

A milonga tem sua lei - ele segura-a firmemente em seus braços, conduzindo-a, num ritmo em que a respiração também participa.

E assim, no deslizar ora rápido, ora apressado do tango, onde a emoção e a sedução orientam suas vivencias, a cidade de Buenos Aires, - bela, romântica e cúmplice das noites cinzas, emerge serenamente como num passo de mágica, abrindo a noite para os cabarés, as milongas e no indefinível mundo da boemia.

E o casal, a deslizar pelo salão, ora lento, ora rápido, ora suave, sempre na orbita sonhadora do bandoneon, do violino e sob o canto nostálgico a lançar fragmentos inspiradores aos que se entregam nessa celebração.

E assim, a orquestra numa melodia evocativa, participa da linguagem dos dois corpos a latejar como o borbulhar crescente de uma champanhe.

TANGO, - riqueza de estilo, peculiar, nuances imprevisíveis.

Casais juntinhos, afastados, não casais, lançam-se num redemoinho de emoções e projetam seus corpos com um só objetivo:
                                O TANGO - num banquete primoroso de afinidades
              In Extremis_ Ondina Bueno Toricelli                                                           
  Não busque olhar os meus olhos úmidos
nem aperte nas suas minhas faces molhadas
não sorria com olhos marejados de gotas translucidas
tu és vida, eu sou aura de vida encerrada.
  Não andes  silenciosa nas pontas dos pés
quero vida, alegria de ti expargindo
não quero sombra pelos cantos se contorcendo
quero cântaros de luzes no quarto se definindo.
  Quero sublimar-me em cantos gregorianos
que saem tépidos do instrumento angelical
quero anjos volitando sobre o meu leito
a vida beijando a morte, em transe final.

 É tarde amor (Ondina Bueno Toricelli).
È tarde amor,já é  muito tarde
Para retroceder no tempo

Olhar nos olhos e balbuciar

Palavras ternas de amor..

##É tarde amor, já é muito tarde

O sol já se pôs entre nuvens rosadas

A noite debruçou mansamente e se cala

Sobre nossas vidas enfastiadas.

##É tarde amor, já é muito tarde

Não sentimos mais o perfume da rosa

As primeiras estrelas já surgiram

É tarde amor, já é muito tarde

E a solidão já se instalou nesta casa.

##É tarde amor, já é muito tarde

nem os lírios exalam mais o perfume embriagador

Não atraem os colibris nem as borboletas alvissareiras

No pântano estão murchos, suas pétalas encharcadas,

Das lágrimas amargas que juntos derramamos.

##É tarde amor, já é muito tarde

O fio do novelo está no final

Desenrolamos com impaciência

E os nós, se fizeram entrelaçar

Difícil agora de se desmanchar.

##É tarde amor, já é muito tarde

meu quarto na penunmbra me espera

Neste aposento que já foi de pecado.

Meu peito agitado soluça e se desespera

##E tarde  amor...já é  muito tarde...
CHUVA _ Juraci Toricelli
pelas encostas íngremes

desce célere, arrostando

inundando,

formando frementes cachoeiras,

a prece do sertanejo

desata ela a atender

murmúrios feitos de dores

orações, clamores

o olhar marejado

o agradecimento ao senhor.

o campo fortalece e revigora

depois que a tormenta caiu

o verdor do campo surgindo

as espigas maduras sorrindo

o feijão, inerte na estiagem

se arroja a sair.

enfurecida, carrega destruição

causa tremor, asfixia- escurece

a demoníaca tempestade cessa

despejando serenidade no agreste

transformando em lindo sertão.

a gloriosa natureza

abençoando a chuva que cai

transborda linda e majestosa

tornando a terra ociosa

em um edem magistral.
 Juraci e Ondina para vocês, que fazem parte da história do Sarau Literário Piraicabano o nosso aplauso pelo belo trabalho em pról da Literatura em Poços de Caldas.

2 comentários:

  1. Querida amiga

    Encontros poéticos
    são preciosos.
    Debrucei-me sobre
    os poemas aqui colocados.
    É Tarde, foi um deles.
    Embora triste
    acorda inspirações
    belas na alma...

    Que amar seja para ti
    o objetivo de cada instante.

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  2. Obrigada pela visita e pelo comentário Professor Aluisio, tão importante para a poeta que tão bem escreveu o poeme É tarde... Ondina Toricelli. Abraços pOéticso desta CaipiracicabANA

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