sábado, 9 de abril de 2011

José Saramago: o escritor da liberdade de expressão!Agenda...

"Como calar o homem, que não tinha medo de expressar as suas opiniões por mais polêmicas que fossem!Como calar o homem, que não tinha medo de demarcar os erros contidos na religião e calar a voz das idéias terroristas sem empunhar armas... Sua arma sempre foi as palavras! Minh'alma chora de saudade por ti José Saramago!                                   Ana Marly de Oliveira Jacobino
José Saramago nasceu na vila de Azinhaga, no concelho da Golegã, de uma família de pais e avós agricultores. A sua vida é passada em grande parte em Lisboa, para onde a família se muda em 1924 – era um menino de apenas dois anos de idade. Dificuldades económicas impedem-no de entrar na universidade. Demonstra desde cedo interesse pelos estudos e pela cultura, sendo que esta curiosidade perante o Mundo o acompanhou até à morte. Saramago publica o primeiro romance Terra do Pecado (1947), no mesmo ano de nascimento da sua filha, Violante, fruto do primeiro casamento com Ilda Reis – com quem se casou em 1944 e com quem permaneceu até 1970. Nessa época, Saramago era funcionário público. Em 1988, casar-se-ia com a jornalista e tradutora espanhola María del Pilar del Río Sánchez, que conheceu em 1986 e ao lado da qual viveu até à morte.
Lisboa (Portugal)
                      "Saramago" por Richard Mathenhauer escritor e poeta da cidade de Rio das Pedras

A Morte não encostou a foice
Naquele dia, e ceifando, ceifou-o.
A cegueira tomou-lhe os olhos
Para as trevas, sempre.
Tremeu a terra.
O cão ladrou:
A grande jangada portuguesa
Lançou-se com Caronte
Na viagem do Sem Fim,
Além, além, além do Bojador.
Apenas o nome restou
Para O Evangelho Segundo o Poeta:
Saramago
Três décadas depois de publicado Terra do Pecado, Saramago retornou ao mundo da prosa ficcional com Manual de Pintura e Caligrafia. Mas ainda não foi aí que o autor definiu o seu estilo. As marcas características do estilo Saramaguiano só apareceriam com Levantado do Chão (1980), livro no qual o autor retrata a vida de privações da população pobre do Alentejo. Mas, foi com o romance Memorial do Convento, que Saramago conquista definitivamente a atenção de leitores e críticos. No livro, Saramago mistura fatos reais com personagens inventadas: o rei D. João V e Bartolomeu de Gusmão, com a misteriosa Blimunda e o operário Baltazar, um exemplo. O contraste entre a opulenta aristocracia ociosa e o povo trabalhador e construtor da história servem de metáfora à medida da luta de classes marxista. A crítica brutal a uma Igreja ao serviço dos opressores inicia a exposição de uma tentativa de destruição do fenómeno religioso como devaneio humano construtor de guerras.
Visite: http://www.josesaramago.org/ e veja mais sobre as suas obras.

A interpretação que Saramago faz da Bíblia é a de que ela é um "manual de maus costumes", cheio de "um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana", e que para uma pessoa comum a decifrar, precisaria de ter "um teólogo ao lado". E cita para sustentar isso os episódios de violência relatados na Bíblia, como sacrifício de Isaac, a destruição de Sodoma ou a vida de Job, por exemplo. Para Saramago, todos eles revelam que "Deus não é de fiar".
Saramago não deixa de reconhecer que a "Bíblia tem coisas admiráveis do ponto de vista literário" e "muita coisa que vale a pena ler", estando, dentre elas, os Salmos, com páginas "belíssimas", o Cântico dos Cânticos, e a parábola do semeador contada por Jesus.
A relação de tensão de Saramago com a Igreja Católica cresceu fortemente após a publicação do livro "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" em 1991, que foi adaptado para o teatro em 2001. O livro foi motivo de fortes críticas por parte de católicos que se consideraram ofendidos pela leitura secular que Saramago faz da personagem Jesus.


Estilo da sua escrita: Saramago foi conhecido por utilizar um estilo oral, muito semelhante  aos contos de tradição oral populares em que a vivacidade da comunicação é mais importante do que a metódica gramatical de uma linguagem escrita. Conserva as características de uma linguagem oral, muito usada na oratória, na dialética e também,  na retórica e que servem muito bem o seu estilo interventivo e persuasivo . Assim, utiliza frases e períodos longos, usando a pontuação de uma maneira fora do convencional; Os diálogos das personagens são inseridos nos próprios parágrafos, portanto, não existem travessões nos diálogos dos seus livros.
           Este tipo de marcação das falas permite uma  sensação de aumento na consciência, deste modo,  podemos confundir e interagir   com o diálogo permitindo pensar se ele foi real ou não passou de um pensamento do escritor transmitido a leitor. Muitas das orações são longas passando de uma página do livro, ele abusa das  vírgulas onde a maioria dos escritores usaria pontos finais. Mas, como é fácil ler e compreender os seus romances.

"Já se pode visitar “A Casa" de José Saramago em Lanzarote. Das 10 às 14 Horas, de Segunda a Sábado, inclusivé, em grupos de 15 pessoas no máximo, poderá visitar-se a casa que o autor português habitou em Lanzarote, a sua biblioteca e a sala de reuniões por onde passaram tantas pessoas da vida cultural contemporânea. Para respirar o ar que José Saramago fez mover com a sua presença, para conhecer o seu espaço, os seus materiais de trabalho, as árvores que plantou, a sua forma de estar na vida, sempre tão próxima. José Saramago em Lanzarote, a sua "jangada de pedra", o lugar de onde navegou em busca de outros, que sempre foram seus semelhantes. Apesar do que diz a imagem, embora pareça que se afasta, José Saramago simplesmente caminha para o coração da ilha, que era, para ele, o coração da terra. Aí está, aí se ouvem as suas pulsações. As da Terra, as de Saramago." http://www.josesaramago.org/
Terra, Ernani; De Nicola, José: Português: De olho no mundo do trabalho (editora: Scipione), p. 463

Jornal da Poesia
                                                              Convites:
Gilberto Freyre
Marly Therezinha Germano Perecin

OS HOMENAGEADOS DO
SARAU LITERÁRIO PIRACICABANO(Sarau Bem -Brasilleiro)
SARAU: Um espaço alegre repleto de sentimento através da música e da poesia.


Dia 12 de abril (Terça-feira) das 19:30h às 21:30hs
                  Local
Teatro Municipal Drº Losso Neto
Aberto a todos que queiram participar
Entrada Franca (retirar na bilheteria do Teatro Municipal.


A exposição poética dos trabalhos do Caderno do Sarau Literário Piracicabano enviado por diferentes escritores e poetas de Piracicaba e do Brasil (com a participação especial de Carmelina Toledo Piza, que tão bem ilustrou os trabalhos) poderá ser visto na:
Primeira Feira de Artes que vai acontecer na Praça da Nova Bilblioteca Pública Municipal, cito na Rua Saldanha Marinho 333, Centro de Piracicaba ao lado do Hotel Beira Rio.
10 de Abril das 9h00 as 13h00
Ana Marly de Oliveira Jacobino
Coordenadora do Sarau Literário Piracicabano
                                                        Fotos by Google;by Durval Jacobino

4 comentários:

  1. Ana, minha querida amiga, estou lendo a conta-gotas. Infelizmente, a fotofobia ainda não regrediu completamente, e por vezes me ressinto um pouco.

    Mas como deixar de ler e comentar Saramago, ainda mais quando retratado por você?

    São pontos importantes que brotam dele e permeiam a literatura mundial. Primeiro, a transparência com que escreve, sem se preocupar em "agradar" aos meios que poderiam lhe alavancar audiência. Depois, a forma descritiva, que virou escola e serviu para nortear um sem número de discípulos pelo mundo e, por fim, a linguagem utilizada, por vezes inusitada, a qual é amada ou odiada por alguns, mas que provocou uma modificação no jeito de escrever de muita gente.

    Um escritor único, tanto na forma de ser como de escrever, e que deixou um buraco enorme na literatura mundial.

    Mais um excelente artigo, minha querida amiga.

    Bjs, Aninha.

    Marcio

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  2. Ana,

    Que bom encontrar Saramago na Agenda! Ele é um dos meus autores encantados, com seu jeito de escrever, seus diálogos inseridos na narrativa... Quando ele faleceu, senti como se perdesse um "amigo" (desses tantos que nós leitores vamos criando ao longo da vida), era como, noutras palavras, dizia Holden Caufield, de "O Apanhador no Campo de Centeio", que a gente tem de gostar do autor de tal forma que queira ter o telefone dele pra ligar e conversar de vez ou outra.

    Obrigado por inserir meus versos no seu texto.

    Grande abraço do amigo,
    Richard Mathenhauer

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  3. Márcio e Richard( o primeiro de Curitiba e o segundo de Rio das Pedras) estou lisonjeada ao ver aqui na Agend@ Cultural Piracicabana os meus escritores e poetas encantados. Sou leitora apaixonada pela competência e a genialidade do que escrevem Márcio e Richard, portanto, junto a escrita inconfundível de José Saramago acredito que a leitura faz um bem danado para quem escreve e para o leitor. Abraços Poèticos desta CaipiracicabANA Marly de Oliveira Jacobino

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  4. Fomos, voltamos e iremos na nova data!
    Afinal, nós merecemos!

    Dirce Ramos de lima

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