terça-feira, 25 de agosto de 2015

Som dos pingos numa tarde poética...

"O som do trovão nos fala da pequenez da humanidade ... destrói o meio ambiente, contudo, na aridez das suas premissas olha para os céus com os lábios secos, clamando por suas águas abençoadas!"  Ana Marly De Oliveira Jacobino
## Publicações no Caderno do Sarau Literario Piracicabano de 18 de Agosto de 2015

À PORTA DO INUSITADO (sobre o sarau literário piracicabano)_ Sandra Ramos de Vasconcellos
Quando entrei naquela casa, um lugar onde nunca havia estado antes, fui surpreendida por pessoas amáveis e sorridentes. Aquele ambiente improvisado para a reunião era inteiramente receptivo, acolhedor como um útero saudável, pronto para receber o que a vida tem de mais magnífico anos dar: a diversidade, em plena consonância com a lei cósmica da inclusão. Percebi que aquelas pessoas estavam unidas pela apreciação do belo, da harmonia, do encontro de almas afins. Senti a completa ausência de rótulos, conceitos e definições que limitam a infinita capacidade de criação que possuímos. Onde não havia sequer um rosto que me fosse familiar, encontrei algo que me alimentou naquela noite. Meu ser se expandiu. E, mais uma vez, mostrou-se a beleza do desconhecido, do inusitado, que nos espera em algum ponto crucial do caminho, após uma curva fechada.

Imundo _ Camilo Irineu Quartarollo
Os ratos roem seu grande queijo cósmico nas noites esdrúxulas dos roedores insones. As galerias de esgoto precipitam dormentes os detritos. Há aquele silêncio sórdido, de eco incômodo, que prostitui os pensamentos em sua debilidade obsessiva.
Os ratos tomam de assalto o palco depois do show, sem cortinas e luzes. Eles consomem as palavras dos textos da peça e as peças dos personagens do texto e ratificam o predito.
O ruído dos roedores repercute na noite dos humanos, frustrando e furtando sua grande maçã cósmica. Não pode dormir seus filhos a pensar a ilusão dos seus sonhos. Na noite seguinte, entre sombras, eles vão procurar os ratos em sua cena. O humano ser tem de apresentar-se na vida, mesmo que em pele de rato.


Dois corações em um_ Ana Marly De Oliveira Jacobino
coisa esquisita é a amizade
revela nuances da vida
dia alegre, noite triste
num encantar passageiro
se choro, você me consola
sua mão no meu coração
me ajuda a transpor abismo
a plantar flores no céu
a soltar pipas na areia
a velejar sobre o vento
na escuridão que abate
no meu “ser”
no meu viver
enrolo minha alma na sua
me alimento da seiva
adocicada feito âmbar
grudado neste árvore frondosa
pelos séculos e séculos
colando o meu DNA
no seu
cápsula do tempo
viajante eterna que sou
do encantador shangri-lá
que reside na amizade!

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