Notturno _ Ana Marly De Oliveira Jacobino
Estronda no meio da floresta o baque
o corpo jaz sem vida! Ninguém para!
_ não tem como parar aquele gigante,
movido a diesel_
morto pela fome volátil do capitalismo
onipresente numa ambição desmedida!
Corpos trucidados!
Olhar de jaguatirica carrega incertezas
Mancha com seu sangue as verdades,
_como ser jaguatirica se você devora
meu corpo!, morte rápida essa a minha!_
Corpo de homem, coração de selvagem
onipresente numa ambição desmedida!
Corpos trucidados!
Homem não é macaco, nem lobo guará...
Homem não é jaguatirica, nem tamanduá...
Homem é o quê? É aquele bicho que mata
Sem piedade!
De carro, moto, ônibus, caminhão,
treminhão...
_homem não é bicho, não senhor!
não me compare a ele!, sou jaguatirica!,
sou bicho de verdade!,
homem é homem!,ponto final. _
(470 milhões de animais silvestres morrem atropelados nas estradas brasileiras. 15 animais são mortos por segundo. Os dados estão no site "Atropelômetro", lançado pela Universidade Federal de Lavras (Ufla).
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