sábado, 5 de maio de 2012

Sarau um tempo de festejar a vida...

"A Literatura consegue veicular a Arte como um todo, deste modo, se configura o nascimento de uma festa lítero-musical!"          Ana Marly de Oliveira Jacobino
Caderno de publicação do Sarau Literário Piracicabano (17/04 de 2012)Parte 3
Mudanzas Tristes _ Angela Reyes 
He visto muchas cosas en mi larga vida,
cosas que cambian hora a hora, día a día,
mi planeta azul que gira y gira
en su interminable danza del macro y micro.
Vi, florestas vírgenes que, ahora son deciertos,
lechos de piedra que antes fueron ríos
y gigantes aisber a la deriva.

El azul del cielo cubierto de gris,
flora y fauna, mas rápido que lento, desapareciendo
y los océanos antes co nmatiz de verde,
cubiertos por un manto negro, el negro de la muerte.
Todo esto, porque?  En nombre del progreso. ("Dinero")
Será, que esto pare un día? Qué mude?
que retorne a la vida?
Todo será posible cuando muden nuestros egoísmos.
                                            Folhas de Outono _ Esther Vacchi Passos
 O momento é de renovação, as folhas caem e o Outono já chegou.
Folhas soltas pelo ar bailando, bailando chegam até o chão, dando até emoção.
No solo amontoadas, elas esperam a chegada das novas folhas que vão  ocupar seu lugares nos galhos das arvores.
Trazendo harmonia e beleza á natureza, com seu verde em tons variados.
No entardecer, sopra o vento, trazendo com a brisa uma folha solta que bailando, bailando entra pela fresta da janela. Onde na poltrona amarela, repousa a bela  donzela
                            Velejar nos seus olhos_ Ana Marly de Oliveira Jacobino 
Inspirado nos olhos negros dela.
Festejados em rumores coloridos
No velejar em oceanos perdidos
A quem tudo esconde e desvela...

Tanto amor que esqueço a mazela,
Do viver na dor cruel dos sentidos
Apagas de mim os males crescidos
Feito vilão no final de uma novela...

No arfar volúvel deste seu segredo
Meus lábios nos seus... Sem medo,
Bebe seu néctar doce, meu amor.

Mas no seu corpo fiel, abrasador
Meu corpo no seu como o caçador,
Livra a caça de morrer no rochedo!
Tão vazio._ Edson Antonio Di Piero 
 Ficar sem você.
É algo assim.
Tão só.
O coração vazio.
A mente perturbada.
Ficar sem você.
É tão só.
O coração triste e vazio.
O remédio é esperar.
O relógio trabalha devagar.
O tempo demora a passar.
Sem você.
O coma _Camilo Quartarollo
                                   Lembrava-se de alguns piados de aves junto à janela, de luzes de um monitor ligado a si, de uns tubos que o atrapalhavam. Alguns rostos que se achegavam perto do seu e num instante sumiam. Via o teto novamente, não podia mover-se. Alguém o virava e jogava água no corpo quase inerte, ás vezes, sentia até carinho e algum balbucio espremido, choroso; mas o choro solitário ia-se pelo corredor até sumir em alguns passos de uma enfermeira na contramão. A inconsciência vinha outra vez, num apagamento de bêbado, por muitas primaveras floridas. Nos breves momentos de quase consciência compreendia que o mundo continuava a existir sem ele ou apesar dele e os momentos breves eram eternos no limiar da consciência tão mais consciente. Deliciava-se até com aquele aroma da sopa de hospital, que não comia.
Sem pulso e sem relógio, os seus momentos eram contados pelos pequenos ponteiros de um demiurgo anônimo, que lhe ministrava um ritmo interior, quase imperceptível aos mortais. Talvez ele mesmo. Dos seus olhos eram as cores das primaveras de sempre, dentro de si. Da janela, se estivesse desperto, veria o jardim molhado, após a chuva noturna e o céu bem azul e límpido, enquanto os aparelhos com seus impulsos elétricos demarcam a vigília dos humanos. Um sol enorme, medonho de belo, levantava-se no horizonte, soprando as brisas com seu calor. Era o dia.
Por fim se recuperou o paciente do quarto 1984. Vestido e barbeado, sentou-se para o acerto de contas e para agradecer pelo longo atendimento de primeira classe. Era rico. Ia sacar o talão de cheques. Cheques? A memória o traía. Depois de vinte anos não existiam mais cheques, dinheiro, títulos em papéis. Era tudo por impressão digital. Colocava o indicador num orifício de leitura e pronto, iam-se os créditos de um homem. Queria agradecer as enfermeiras então. Enfermeiras?! Não havia mais. Aquelas que pensara ver, em transe de consciência, eram imagens holográficas, para adaptar o paciente ao hospital. Isso o acalmaria, faz parte da recuperação psicológica, informou o gerente.
Olhou em volta, através da janela, e perguntou do jardim, do seu jardim. Jardim? Era imagem holográfica também, disse o gerente, o metro quadrado ali era caríssimo e esse custo foi revertido em equipamentos e leitos. O paciente concluíra que era tudo automatizado mesmo. “...e salvou a sua vida.”, arrematou o gerente. Vida! A esposa onde estava? Ouvira a voz chorosa dela! “Ah, era uma simulação de voz do computador. Fazia parte da evolução psicológica na U.T.I., na escala de coma 5. Ela está casada com o outro. Não ia te esperar, não é mesmo!”, disse ainda o gerente pragmático.
Afundou no sofá e clamou: meu Deus! “A capela fica do outro lado, é holográfica e com aquecimento, quase se pode tocar as imagens nos pedestais”, disse o gerente, frio; ao que o ex-paciente retrucou, “eu quero morrer”. O representante da empresa replicou que morte é mais cara, o cemitério holográfico demanda energia além do suportável a empresa.
Uma luz piscou no monitor do gerente, que solicitou o indicador do paciente no leitor óptico. Sim, ainda havia crédito! Um dispositivo conectado a poltrona-cama injetou-lhe uma droga e voltou ao coma profundo, no quarto virtual onde estivera sempre, com o diagnóstico justificativo: Readaptação ao sistema. Dias mais tarde, veio a falecer de morte natural. Só se vê fora, de alguma forma, o que já está dentro. Venceu o sistema.
Sarau Literário Piracicabano
APRESENTA
Festa Lítero-Musical
15 de Maio (terça-feira) 19h30 na sala 2 do Teatro Municipal Losso Netto em Piracicaba.

Os homenageados serão "Marie Currie em reconhecimento pelos seus serviços para o avanço da química, com o descobrimento dos elementos rádio e polônio, o isolamento do rádio e o estudo da natureza dos compostos deste elemento."
E o "Conjunto Piracicabano Porcelana Brasileira"
                   Venha Refrescar a sua alma na liturgia do Sarau!
Entrada Gratuita 
fotos google:



4 comentários:

  1. Anônimo5/5/12 15:12

    Grande Amiga e Poetisa Ana Marly, seu Blog é como Você, um espelho, que reflete todas as suas cores, Sim, Tu és super colorida , um Arco-Íris, um colírio para os olhos e para a mente.
    Tudo de bom para Você e muito obrigado por participar desse tão belo espaço Cultural, com meu pequeno poema.


    Abraço, Edson.

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  2. Cariño, el cuaderno de Abril quedó presioso, tanto los poemas cuanto los paisajes. Felicidades.Angela Reyes

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  3. Agradeço ao Poeta Edson pela alegria de estar aqui nas páginas do blog e pelo seu comentário. Obrigada!

    Abraços Poéticos desta CaipiraicabANA Marly de Oliveira Jacobino

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  4. Agradeço a escritora nicaraguense Angela Reyes pelo comentário, valeu! Abraços Poéticos desta CaipiraicabANA Marly de Oliveira Jacobino

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