Caderno de publicação do Sarau Literário Piracicabano (17/04 de 2012)Parte 3
Mudanzas Tristes _ Angela
Reyes
He visto muchas cosas
en mi larga vida,
cosas que cambian hora
a hora, día a día,
mi planeta azul que
gira y gira
en su interminable
danza del macro y micro.
Vi, florestas vírgenes
que, ahora son deciertos,
lechos de piedra que
antes fueron ríos
y gigantes aisber a la
deriva.
El azul del cielo
cubierto de gris,
flora y fauna, mas
rápido que lento, desapareciendo
y los océanos antes co
nmatiz de verde,
cubiertos por un manto
negro, el negro de la muerte.
Todo esto,
porque? En nombre del progreso. ("Dinero")
Será, que esto pare un
día? Qué mude?
que retorne a la vida?
Todo será posible
cuando muden nuestros egoísmos.
Folhas de
Outono _ Esther Vacchi Passos
Folhas soltas pelo ar bailando, bailando chegam
até o chão, dando até emoção.
No solo amontoadas, elas esperam a chegada das
novas folhas que vão ocupar seu lugares
nos galhos das arvores.
Trazendo harmonia e beleza á natureza, com seu
verde em tons variados.
No entardecer, sopra o vento, trazendo com a
brisa uma folha solta que bailando, bailando entra pela fresta da janela. Onde na poltrona amarela, repousa a bela donzela
Velejar nos seus olhos_ Ana Marly de
Oliveira Jacobino
Inspirado nos olhos negros
dela.
Festejados em rumores
coloridos
No velejar em oceanos
perdidos
A quem tudo esconde e desvela...
Tanto amor que esqueço a mazela,
Do viver na dor cruel dos sentidos
Apagas de mim os males crescidos
Feito vilão no final de uma novela...
No arfar volúvel deste seu segredo
Meus lábios nos seus... Sem medo,
Bebe seu néctar doce, meu amor.
Mas no seu corpo fiel, abrasador
Meu corpo no seu como o caçador,
Livra a caça de morrer no rochedo!
Tão vazio._ Edson Antonio Di
Piero
Ficar sem
você.
É algo
assim.
Tão só.
O coração
vazio.
A mente
perturbada.
Ficar sem
você.
É tão só.
O coração
triste e vazio.
O remédio
é esperar.
O relógio
trabalha devagar.
O tempo
demora a passar.
Sem você.
O coma _Camilo
Quartarollo
Lembrava-se de alguns piados de aves junto à janela, de luzes de
um monitor ligado a si, de uns tubos que o atrapalhavam. Alguns rostos que se
achegavam perto do seu e num instante sumiam. Via o teto novamente, não podia
mover-se. Alguém o virava e jogava água no corpo quase inerte, ás vezes, sentia
até carinho e algum balbucio espremido, choroso; mas o choro solitário ia-se
pelo corredor até sumir em alguns passos de uma enfermeira na contramão. A
inconsciência vinha outra vez, num apagamento de bêbado, por muitas primaveras
floridas. Nos breves momentos de quase consciência compreendia que o mundo
continuava a existir sem ele ou apesar dele e os momentos breves eram eternos
no limiar da consciência tão mais consciente. Deliciava-se até com aquele aroma
da sopa de hospital, que não comia.
Sem pulso e sem relógio, os seus momentos eram contados pelos
pequenos ponteiros de um demiurgo anônimo, que lhe ministrava um ritmo
interior, quase imperceptível aos mortais. Talvez ele mesmo. Dos seus olhos
eram as cores das primaveras de sempre, dentro de si. Da janela, se estivesse
desperto, veria o jardim molhado, após a chuva noturna e o céu bem azul e
límpido, enquanto os aparelhos com seus impulsos elétricos demarcam a vigília
dos humanos. Um sol enorme, medonho de belo, levantava-se no horizonte,
soprando as brisas com seu calor. Era o dia.
Por fim se recuperou o paciente do quarto 1984. Vestido e
barbeado, sentou-se para o acerto de contas e para agradecer pelo longo
atendimento de primeira classe. Era rico. Ia sacar o talão de cheques. Cheques?
A memória o traía. Depois de vinte anos não existiam mais cheques, dinheiro,
títulos em papéis. Era
tudo por impressão digital. Colocava o indicador num orifício de leitura e
pronto, iam-se os créditos de um homem. Queria agradecer as enfermeiras então.
Enfermeiras?! Não havia mais. Aquelas que pensara ver, em transe de
consciência, eram imagens holográficas, para adaptar o paciente ao hospital.
Isso o acalmaria, faz parte da recuperação psicológica, informou o gerente.
Olhou em volta, através da janela, e perguntou do jardim, do seu
jardim. Jardim? Era imagem holográfica também, disse o gerente, o metro
quadrado ali era caríssimo e esse custo foi revertido em equipamentos e leitos.
O paciente concluíra que era tudo automatizado mesmo. “...e salvou a sua
vida.”, arrematou o gerente. Vida! A esposa onde estava? Ouvira a voz chorosa
dela! “Ah, era uma simulação de voz do computador. Fazia parte da evolução
psicológica na U.T.I., na escala de coma 5. Ela está casada com o outro. Não ia
te esperar, não é mesmo!”, disse ainda o gerente pragmático.
Afundou no sofá e clamou: meu Deus! “A capela fica do outro lado,
é holográfica e com aquecimento, quase se pode tocar as imagens nos pedestais”,
disse o gerente, frio; ao que o ex-paciente retrucou, “eu quero morrer”. O
representante da empresa replicou que morte é mais cara, o cemitério
holográfico demanda energia além do suportável a empresa.
Uma luz piscou no monitor do gerente, que solicitou o indicador do
paciente no leitor óptico. Sim, ainda havia crédito! Um dispositivo conectado a
poltrona-cama injetou-lhe uma droga e voltou ao coma profundo, no quarto
virtual onde estivera sempre, com o diagnóstico justificativo: Readaptação ao
sistema. Dias mais tarde, veio a falecer de morte natural. Só se vê fora, de
alguma forma, o que já está dentro. Venceu o sistema.
Sarau Literário Piracicabano
APRESENTA
Festa Lítero-Musical
15 de Maio (terça-feira) 19h30 na sala 2 do Teatro Municipal Losso Netto em Piracicaba.
Os homenageados serão: "Marie Currie em reconhecimento pelos seus serviços para o avanço da química, com o descobrimento dos elementos rádio e polônio, o isolamento do rádio e o estudo da natureza dos compostos deste elemento."
E o "Conjunto Piracicabano Porcelana Brasileira"
Venha Refrescar a sua alma na liturgia do Sarau!
Entrada Gratuita
fotos google:
Grande Amiga e Poetisa Ana Marly, seu Blog é como Você, um espelho, que reflete todas as suas cores, Sim, Tu és super colorida , um Arco-Íris, um colírio para os olhos e para a mente.
ResponderExcluirTudo de bom para Você e muito obrigado por participar desse tão belo espaço Cultural, com meu pequeno poema.
Abraço, Edson.
Cariño, el cuaderno de Abril quedó presioso, tanto los poemas cuanto los paisajes. Felicidades.Angela Reyes
ResponderExcluirAgradeço ao Poeta Edson pela alegria de estar aqui nas páginas do blog e pelo seu comentário. Obrigada!
ResponderExcluirAbraços Poéticos desta CaipiraicabANA Marly de Oliveira Jacobino
Agradeço a escritora nicaraguense Angela Reyes pelo comentário, valeu! Abraços Poéticos desta CaipiraicabANA Marly de Oliveira Jacobino
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