sábado, 18 de junho de 2011

Ciranda, Cirandinha... vamos lembrar as cantigas!

"Se a força de uma infância repleta de alegrias faz com que possamos suportar o presente, muitas vezes melancólico ou triste; as cantigas, sem dúvida nos ajudam a movimentar melhor os nossos dias com suas maravilhosas recordações. São como colchas de retalhos a aquecer nosso espírito!" Ana Marly de Oliveira Jacobino

Publicação do Caderno do Sarau Literário Piracicabano (Sarau Cantigas da Infância) de 14 de Junho de 2011 (Parte 1)
A segunda homenageada do Sarau Literário Piracicabano _  Carla Ceres Oliveira Capeleti (Carla Ceres), formada em Letras (Português e Inglês), poeta, escritora, natural de Ibitinga SP em 22 de fevereiro , Piracicabana de coração há mais de 20 anos.
Seus autores preferidos : Machado de Assis, Carl Sagan, Paulo Bonfim, José Saramago, Salman Rushdie, Monteiro Lobato, Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto, John Milton e outros.
Autora do Livro “Tríade”, em parceria com Sílvia Oliveira e Francisco Villalba Mongelós;CD de poemas premiados “Algo além dos Livros”.Contemplada em dezenas de prêmios literários no Brasil, em Portugal e nos Estados Unidos.
Em Piracicaba, quatro classificações no Prêmio Escriba de Poesia (classificação, 1ºlugar, 3° lugar, 1º lugar).
Seu Blog pessoal : “Algo Além dos Livros “ - http://carlaceres.blogspot.com/
                                 Lago - Carla Ceres
#Reflito um mundo azul ensolarado
E noites também mostro, pois sou lago.
De imagens ondulantes, sou formado.
Mutante é meu semblante sempre vago.
#Em ter um rosto imóvel, não me agrado
E as brisas companheiras perto trago
Enquanto vou tramando, com cuidado,
O manto de reflexo em que sou mago.
#Magia rebrilhante em tantos feixes,
Eu vivo mergulhado em teu conselho
E peço que, sem vida, não me deixes.
#Das nuvens do poente, um tom vermelho
Reuna-se aos dourados de meus peixes
Causando funda inveja ao raso espelho.
Sarau Literário: cantigas da imaginação _Andrea Raquel Martins Corrêa
No Sarau Literário Piracicabano deste mês, realizado dia 14, as cantigas de nossa infância coloriram a noite. É quase impossível pensar em alguém que possa desconhecer O Cravo Brigou com a Rosa, ou Terezinha de Jesus, Ciranda Cirandinha, Nesta Rua e outras canções que revelam um rico imaginário popular.
Cada canção traz uma imagem a ser criada pelo próprio indivíduo, a partir de seu repertório na vida. Trens, casas, flores, bichos, objetos, pessoas e coisas se transformam em algo vivo, com movimento, luz, som, magia e sentimento. Neste universo da imaginação, ensejado por poemas musicados, podemos reencontrar a simplicidade que, quem sabe, nos falte hoje.
 Primeiro homenageado do Sarau Literário Piracicabano _ Compositores Anônimos das Cantigas de roda, ninar do folclore brasileiro
             A música folclórica ou folk music, segundo a etimologia do termo adotada no século XIX, era a música feita pela sabedoria popular ("folk lore"). A denominaçāo indicava especialmente a música feita pela sociedade pré-industrial, fora dos circuitos da alta cultura urbana. Durante o século XX, o termo "folk music" recebeu um segundo significado: um tipo específico de música popular que é descendência cultural da música tradicional rural, ou de outro modo influenciada por ela.
           Entendida na primera significaçāo, a música folclórica sobrevive melhor em zonas onde a sociedade, geralmente rural, ainda não é afetada pela comunicação de massas e pela comercialização da cultura. Era geralmente partilhada e executada pela comunidade como um todo, sendo muitas vezes transmitida pela tradição não escrita.
          As canções tradicionais de um povo tratam de quase todos os tipos de atividades humanas. Assim, muitas destas canções expressam crenças religiosas ou políticas de um povo ou descrevem sua história. A melodia e a letra de uma canção popular podem sofrer modificações no decorrer de um tempo, pois normalmente a transmissão é oral e passam de geração em geração.
          As danças e jogos infantis são transmitidas por uma peculiar camada da sociedade que, nāo utilizando a escritura como meio de transmissāo, assemelha à sociedade rural adulta.
          No Brasil são geralmente de origem européia e reduzem-se praticamente às cantigas de roda. Algumas são de criação nacional com influência das modinhas (como "Nesta Rua tem um Bosque"; outras têm influência africana (como "Sambalelê").
         Dentro do conjunto de conhecimentos, tradições, lendas, crenças e superstições de um povo, é importante destacar as cantigas de roda e de ninar. São verdadeiros repositórios de alegria e de sentimentos, fruto sempre da amizade. As cantigas de roda no alegre ambiente coletivo, as cantigas de ninar no sagrado convívio materno-infantil, sempre adoçadas pela maciez do berço, no conforto da rede ou no encantamento de um colo de mãe.           Wanderlino Arruda

 Livro (nanoconto) Ana Marly de Oliveira Jacobino"Um livro é a porta colorida para nos transportar ao mundo admirável da imaginação. Então, o que está esperando para abrir esta "Porta da Fantasia?"
 Cantigas de Ninar para Carla Ceres _ Ana Marly de Oliveira Jacobino

Certo dia ela apareceu no nosso sarau tão de mansinho. Trouxe suas poesias gravadas em um CD, cujo título: “Algo além do livro” obra vencedora do I Concurso Grupitrupiartes. Nele escrito em bom português:
“Sol a pino e a menina corre pela estrada em busca de um sonho...”
E, eu aqui sentada em frente a esta tela luminosa continuo a história da menina Carla cantando para ela!
“Os escravos de Jô, jogavam caxangá, tira, põem,deixa o zabelê ficar”! E a menina Carla rodando cantou comigo; “Ai, eu entrei na roda, ai, eu não sei como se dança, ai, eu entrei na “rodadança”, ai, eu não sei dançar.”
Então, uma olha nos olhos da outra e de mãos dadas sentam na poltrona do avião da imaginação e alçam vôo. Ela estava com muito medo, então, para acalmá-la resolvi cantar. “Fui no Tororó beber água não achei, achei linda Morena, que no Tororó deixei.”
De repente, um soldado daquele país que se diz “dono do mundo” passa no corredor do avião da imaginação, e, sem medo algum, cantamos para ele. “Marcha Soldado, cabeça de papel, se não marchar direito, vai preso pro quartel.”
Tenho cá dentro do peito a importância dessas cantigas durante as nossas vidas. Guardadas em uma “Caixa de Pandora” denominada memória elas nos envolvem e nos traduzem recordações inestimáveis. Quem não se lembra de ouvir e cantar: “Meu limão, meu limoeiro, Meu pé de jacarandá, Uma vez, tindolelê, Outra vez, tindolalá.”
A importância de valorizá-las é além de tudo mostrar a nossa brasilidade, a nossa raiz advinda do nosso folclore, tão rico em manifestações populares. As cantigas são democráticas, pois são transmitidas em todas as classes sociais. “Se eu fosse um peixinho. E soubesse nadar, Eu tirava a Maria. Lá do fundo do mar.”
Segurando na mão de Carla pulando pra lá e pra cá, na minha imaginação estamos brincando pelos jardins cantando aquela canção tão nossa conhecida: ”Alecrim, alecrim dourado. Que nasceu no campo Sem ser semeado. Oi, meu amor, Quem te disse assim, Que a flor do campo É o alecrim?” Neste mesmo dia encontro Carla muito triste e chorando me pergunta: “A minha gatinha parda, que em Janeiro me fugiu. Onde está minha gatinha, Você sabe, você sabe, você viu ?”
Nas nossas lembranças mais queridas as “Cantigas” exploram os recônditos do nosso “Eu”, e, com lágrimas nos olhos canto esta linda homenagem para todos que passaram pelas nossas vidas e nos deixaram tanta beleza com as suas cantigas. “Compositores Anônimos” que compuseram as nossas personalidades com obras primas inesquecíveis. E, nada melhor do que abraçar a todos com esta maravilhosa cantiga que nossos pais, avós, tias, professoras,... cantaram em algum ponto feliz da nossa meninice:

Ouça Nessa Rua Tem Um Bosque http://youtu.be/KLNiIJRerUg
                 Ser Mãe... Camila Giangrossi

Será? Mãe?
Serás capaz de amar,
De ceder, sem se importar,
De delegar todas as forças...
Todas as noites, sussurrando...
Obrigada Meu Deus pela graça concedida,
A criança adormecida pela canção de ninar...
Serás capaz de compreender aquele sorriso maroto,
Aquele chorinho, aquele mimo dengoso,
Serás capaz?
Como poderia não ser,
Até parece que somos condicionadas ao incondicional amor...
Que o sentimento é inato, mesmo sem conhecer!
Somos programadas a doar sem receber,
Desde o primeiro instante até a alma desfalecer,
É inexplicável, perturbador...
Ser mãe é se despir de pudores...
É aceitar...
É sentir arrepio...
Dá um friozinho na barriga de pensar,
Como poderia ser diferente,
Amor de Mãe para seu filho é inerente!
 A CANOA VIROU
A canoa virou
pois deixaram virar
foi por causa de [fulana]
que não soube remar.
Se eu fosse um peixinho
e soubesse nadar
eu tirava [fulana]
do fundo do mar.
Siri pra cá
siri pra lá
[fulana] é bela
e quer casar.
              Ouça: a canoa virou e cante junto:
http://youtu.be/ecoOK3Txn9M
                                  Aconteceu em Piracicaba:

                   Arte na praça: 2ª Feira de Artes aconteceu no dia 12 de junho

A Biblioteca Pública Municipal “Ricardo Ferraz de Arruda Pinto”, com o apoio da Associação Piracicabana dos Artistas Plásticos (APAP), realiza a 2ª Feira de Artes, na Praça Cacilda Cavaggioni, ao lado da nova Biblioteca.

 Ivana Altafin e Ana Marly em frente ao varal literário com as publicações dos trabalhos do Caderno Literário Piracicabano do Sarau de Maio de vários escritores de diversas partes do Brasil
 Lurdinha Sodero, Ana Marly e Isadora durante a apresentação da Orquestra de violeiras :"As Piracicabanas"
                                   Uma parte da Praça no dia da Feira de Arte e Literatura
                                                                           Convite:
Evento: Apresentação da Orquestra Filarmônica Jovem de Piracicaba

Data: dia 22 de junho, quarta-feira.
Horário: 19h.
Local: Anfiteatro “Alceu Maynard Araújo” da Biblioteca Pública Municipal “Ricardo Ferraz de Arruda Pinto” - Rua do Vergueiro, nº 145, Centro – Piracicaba, SP.
Informações: (19) 3433-3674

fotos by Paulo Pecorari
fotos by google

2 comentários:

  1. Um show de cultura, Ana.. Adorei a poesia Ser Mãe, linda, ser mãe é tudo isso. Gostei de voltar a infância com as candigas de rodas e aprender um pouco mais com elas... Abraçosss

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  2. Agradeço o carinho das suas palavras e da sua leitura, Caríssima Nice.Abraços desta CaipiracicabANA

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