domingo, 7 de abril de 2013

O "Boca do Inferno"

"Conhecido por sua lingua e sua escrita maldita, ele não temia em escrever sobre a podridão nefasta que assolava  as pessoas na sua Bahia de meados da metade do século XVIII . Ele escreveu: "
A cada canto um grande conselheiro,
 que nos quer governar cabana, 
e vinha, não sabem governar sua cozinha, 
e podem governar o mundo inteiro.(...) 
                                                 Ana Marly de Oliveira Jacobino
FotoGregório de Matos e Guerra (Boca do Inferno) foi um importante poeta colonial brasileiro do século XVII. Nasceu em 7 de abril de 1633, na cidade de Salvador (Bahia).
                      Senhora Dona Bahia _ Gregório de Matos e Guerra
Ninguém vê, ninguém fala, nem impugna,
e é que, quem o dinheiro nos arranca,
nos arranca as mãos, a língua, os olhos."

“Esta mãe universal,
esta célebre Bahia,
que a seus peitos toma, e cria,
os que enjeita Portugal"

"Cansado de vos pregar
cultíssimas profecias,
quero das culteranias
hoje o hábito enforcar:
de que serve arrebentar
por quem de mim não tem mágoa?
verdades direi como água
porque todos entendais,
os ladinos e os boçais,
a Musa praguejadora.
Entendeis-me agora?"

Foto 
 Gregório de Matos fez também um trágico retrato da vida e da cultura baiana do século XVII. Como não havia imprensa no Brasil Colônia, seus poemas tiveram circulação escrita e oral. Sua produção poética pode ser dividida em três linhas: satírica, lírica e religiosa. Seus poemas líricos e religiosos revelam influência do barroco espanhol. Sua poesia satírica é do tipo que ataca sem compostura, toda a sociedade baiana, da qual ele se sentia um censor e uma vítima. Por suas críticas ferinas, recebeu o apelido de "Boca do Inferno".
poemas de Gregorio de Matos _ http://www.youtube.com/watch?v=vh9NbeW36GY
 
            Segunda Impaciência do Poeta _  Gregório de Matos
Cresce o desejo, falta o sofrimento, Sofrendo morro, morro desejando, Por uma, e outra parte estou penando Sem poder dar alívio a meu tormento.
 Se quero declarar meu pensamento, Está-me um gesto grave acobardando, E tenho por melhor morrer calando, Que fiar-me de um néscio atrevimento. 
 Quem pretende alcançar, espera, e cala, Porque quem temerário se abalança, Muitas vezes o amor o desiguala. 
Pois se aquele, que espera se alcança, Quero ter por melhor morrer sem fala, Que falando, perder toda esperança.
Foto: Gregório de Matos e Guerra (Boca do Inferno) foi um importante poeta colonial brasileiro do século XVII. Nasceu em 7 de abril de 1633, na cidade de Salvador (Bahia). 
Senhora Dona Bahia _ Gregório de Matos e Guerra 

Ninguém vê, ninguém fala, nem impugna,
e é que, quem o dinheiro nos arranca,
nos arranca as mãos, a língua, os olhos."

“Esta mãe universal,
esta célebre Bahia,
que a seus peitos toma, e cria,
os que enjeita Portugal"

"Cansado de vos pregar
cultíssimas profecias,
quero das culteranias
hoje o hábito enforcar:
de que serve arrebentar
por quem de mim não tem mágoa?
verdades direi como água
porque todos entendais,
os ladinos e os boçais,
a Musa praguejadora.
Entendeis-me agora?"

 Gregório de Matos em 1694, por suas críticas violentas e debochadas às autoridades da Bahia, é degredado para Angola. Em 1695 recebe permissão para voltar ao Brasil, mas não para a Bahia. Vai viver na cidade do Recife.
Gregório de Matos Guerra morreu no Recife, no dia 26 de novembro de 1696.

                                      Convite 
Dia 10 de Abril vá visitar a exposição escrita e ilustrada por mãos de mulheres... tudo muito marcante.
Sar@u Literário Piracicabano e Recriando Vínculos Psicoterapia
apresentam a exposição dos poemas ilustrados por
 
Carmelina de Toledo Piza
 
Mulher: imagens e cores
 
Abertura: 10/04, quarta-feira, 19:30h
 
Local: Recriando Vínculos Psicoterapia
Rua Aquilino Pacheco, 1517
Bairro Alto – Piracicaba/SP
 
www.recriandovinculos.blogspot.com
Recriando Vínculos Psicoterapia - Piracicaba, Brazil

 
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                                                         google e youtube

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