A escritora Leda Colleti coordena a fabricação de cartões e a escrita voluntária no Terminal Urbano de Piracicaba, sempre levando alegria a população que por lá passa! As Voluntárias (voluntário) da Escrita mostram carinho e amizade dividindo momentos insólitos durante o dia de trabalho.
Meus amores Raquel Delvaje e Evair Sousa amigos na solidariedade na escrita voluntária. Bem querer pela escrita.
Testes_ Crônica de Ana Marly de Oliveira Jacobino
Elas voltaram! Armaram as mesas, as
cadeiras... canetas, cartões, colas, papéis... As “Voluntárias da
Escrita” prepararam durante um tempo para este dia, confeccionando
cartões natalinos.
“Olha! Ana, eu prometi para mim mesmo, que este
ano não vou escrever cartões para os bêbados. Em 2011 passei poucas e
boas com eles. Cruzes!”
"Promessa!? Olho para Raquel e Ana sem entender a tal promessa!"
O
senhor senta em frente à Raquel, percebo o alto teor de álcool correndo
pelas suas veias, o embaçando, embaralhando suas idéias. Raquel
solícita, nada percebe! Abre um cartão.
“Para quem o senhor vai mandar o cartão!”
O homem a olha. Balança para frente e para trás. Mareado, como navio em alto mar. Balbucia uma palavra sem sentido. “Aexila”.
“Axila!?”
“Aexila é a minha neta”
“O senhor pode repetir eu não entendi!”
Ele
a olha com um olhar de peixe morto e fala. “A senhora sabe ler e
escrever!?” Então, fala pausadamente...”A-eeee-xiiiiiiiii laaaaa!”
Raquel olha para Ana e pergunta...
“Você entendeu?!”
Três
mulheres esperam impacientes pela minha escrita, divago... tento
encontrar palavras para dar sentido aos sentimentos e valores das
pessoas que procuram a nossa escrita. Respondo para Raquel olhando para o
bêbado.
“Não seria: Ashila!?”
“Muito bem, percebo que a senhora
foi á escola!” Olhando para Raquel, ele dispara naquela voz
incompreensível para ouvidos menos atentos.
“Ela foi para a escola, e, a senhora estudou até que ano!?”
Minha amiga responde na melhor das intenções. “Faculdade!”
Ele pediu um papel e escreveu em letras garrafais e incompreensíveis para olhos menos atentos: A_ SXII_ IIla.
Enquanto,Raquel
escrevia o cartão, outro homem não menos cambaleante parou a sua
frente... vendo que ela estava entretida escrevendo, ele, me perguntou,
naquela voz de passageiro de navio numa tormenta em alto mar...
“Aqui é qui está fazendo teste de HIV!?”
Não esperou a minha resposta! Foi embora!
Raquel
já escrevia o terceiro cartão para o avô da Ashila... O terceiro
bêbado... pára, cambaleante a sua frente... Fica empinando o corpo para
frente... depois, empina o corpo para trás... Flexões de fazer inveja
ao melhor e mais preparado atleta contorcionista! Desistiu! Veio se
empinar bem a minha frente... Olhei para ele e "bebedamente", ele me
falou:
“Aqui é que faz teste para diabetis?!”
A funcionária do
terminal para quem eu escrevia o cartão, esclareceu! "Eles estão
acostumados a entrar nas filas do pessoal da saúde para fazer qualquer
tipo de teste!”
Que lindo!
ResponderExcluirAdoro cartóes artesanais. Amei todos que recebi!
E , o povo é assim mesmo: ser diferente não é ser ignorante nem engraçado.
Afinal é falando que a gente se entende...
Muitas vezes preciso pedir aos "estrangeiros" ( baianos, nordestinos, caipiras) que repitam tudo de novo , bem devagar, pra entender... Ou, que use a linguagem universal dos gestos e caretas!
É verdade e assim vamos nos compreendendo e ficando mais forte na mímica... Valeu, Caríssima Dirce. Ana Marly aqui de Piracicaba
ResponderExcluirAna minha querida... foi um prazer enorme estar com vocês nessa jornada.
ResponderExcluirEstarei repostando essa publicação no meu BLOG.
Obrigado por ser minha madrinha do Coração.
Abraços
Evair Sousa
Evair: momentos alegres tivemos juntos neste dia, não é mesmo? Obrigada por ficar junto neste dia. Valeu! CaipiracicabANA Marly de OLiveira Jacobino
ResponderExcluir