Dialeto Caipira um falar do interior do Brasil _ Ana Marly de Oliveira Jacobino
O caipira usa um falar, o dialeto caipira que, muitas vezes, preserva
elementos do falar do português arcaico (como dizer
"pregunta" e não "pergunta") e, principalmente, do tupi e do nheengatu .
Nestas duas línguas indígenas não há certos fonemas como o "lh" (ex:
palha) e o "l" gutural (ex: animal). Por este motivo, na fala do
caipira, a palavra "palha" vira "paia" e "animal"
vira algo como "animar". Este modo de falar, o dialeto caipira, é
também conhecido como tupinizado
ou acaipirado.
O núcleo original do
caipira foi formado pela região do Médio Tietê, estão entre as primeiras vilas
fundadas no Estado de São Paulo durante oBrasil (colonial) ,
e de onde partiram algumas das importantes bandeiras no desbravamento do
interior brasileiro. Os bandeirantes partiam da Vila de São Paulo de Piratininga e
desta região do Médio Tietê, nas chamadas monções,
embarcando em canoas, no atual município de Porto Feliz,
para desbravarem o interior do Brasil.
No quadrilátero formado
pelas cidades de Piracicaba,Campinas, Sorocaba e Botucatu, no médio rio Tiête,
ainda se preservam a cultura e o sotaque caipiras. Nesta região, o caipira sofreu
muitas transformações, influenciado que foi pela maciça imigração italiana para as fazendas de plantações de café.
Cornélio Pires foi
quem melhor definiu o jeito caipira de ser. Levando em conta as origens, como o
indígena brasileiro, a contribuição do negro trazido da África, a combinação
com a cultura européia, especialmente a portuguesa e depois a italiana, tudo
isso acabou por formar o cerne cultural específico do povo brasileiro: na
culinária, na arte, na dança, na música e claro, no vocabulário rico e
despojado à margem da língua oficial, a portuguesa.
A marca do caipira é
sua capacidade para simplificar. São os tar “ataios”, ou mió, soluções
indispensáveis para a conservação de seu bem-estar, especialmente quanto à
linguagem. Para quê gastar tanto esforço em
pronunciar “eucalipto”, se é mais fácil dizer: “calipe, acalipe,
calipar”?
O falar caipira
revela, a despeito dos justos argumentos dos defensores da língua pura (os tar
dos purista), apenas e tão somente o jeito mais fácil de comunicar.
Comunicação, por sinal, direta, objetiva e pessoal, porque certamente não
existe um meio melhor para se transmitir uma mensagem, e isto o caipira sabe
muito bem fazer.
No
hino do XV de Novembro de Piracicaba existe muito folclore. A região tem uma
alta produção de cana de açúcar e com isso havia uma enormidade de pessoas
simples, que viviam do corte da cana, os famosos "pé vermeio" em
alusão aos pés sujos da terra vermelho vivo que é característica da região.
Hino
Popular do XV de Piracicaba
cuspere de grilo
bicaro de pato
asara de barata
nhéque de portera
já que tá que fique
viemo numa combi véia
sem óio de breque
de orc de raibã
GOOOOOOOOOOOOR
carcanhá de bode
tocera de grama
já que tá que fique
GOOOOOOOOOOOOR
trei veiz cinco é XV
Agora vibre com o
Bibliografia:
RIBEIRO, José H. Música
Caipira: da roça ao rodeio . São Paulo: Editora 34 Ltda, 1999.
AMARAL, Amadeu. O dialeto caipira.
São Paulo: HUCITEC, 1976.
http://agendaculturalpiracicabana.blogspot.com/2009/05/o-hino-mais-caipira-do-planeta-e-o-time.htmlhttp://www.estadao.com.br/noticias/impresso,sotaque-caipira-saiu-da-capital-diz-estudo,643088,0.htm
google yotube
Querida amiga
ResponderExcluirComo diz
Rolando Boldrin:
"-É preciso tirar
o Brasil da gaveta..."
Que todos os dias
os sonhos nasçam em ti,
como nasce o sol pela manhã...
Verdade, professor Aluísio... e como a cultura brasileira é diversificada e bela. CaipiracicabANA Marly de OLiveira Jacobino
ResponderExcluirAna Marly, acabo de postar seu poema em SEM OLHARES CRÍTICOS!!!
ResponderExcluirEspero que goste, pois para nós é um prazer ter uma obra sua por lá.
Grande abraço e lindo sábado!!!
Acho muito dificil entender essa linguagem caipira..
ResponderExcluirMas, neste mundo de Deus, tudo se aceita e se respeita, só não vale ensinar novos alunos escrever errado, pra não aumentar os erros do ENEM...
Gostaria de ler seu poema citado acima, mas, onde está?
Agradeço o envio do calendário do Sarau 2013. Tomara que Deus permita que eu esteja por lá
participando , aplaudindo e me enriquecendo com tão nobres companhias!
Pois é, o "dialeto caipira" como podemos perceber não está errado, é um falar do século XIX, muitas palavras do nheengatu, O caipira usa um falar, o dialeto caipira que, muitas vezes, preserva elementos do falar do português arcaico (como dizer "pregunta" e não "pergunta") e, principalmente, do tupi e do nheengatu . Nestas duas línguas indígenas não há certos fonemas como o "lh" (ex: palha) e o "l" gutural (ex: animal). Por este motivo, na fala do caipira, a palavra "palha" vira "paia" e "animal" vira algo como "animar". Este modo de falar, o dialeto caipira, é também conhecido como tupinizado ou acaipirado.infelizmente o que eles fazem no ENEM não chega nem perto do dialeto caipira...é burrice, mesmo...CaipiracicabANA
ResponderExcluirCaríssima Malu uma surpresa maravilhosa ver meu trabalho aqui nos Sem Olhares Críticos... fiquei muito feliz e agradecida... me surprendi com a sua publicação. Obrigada. Abraços POéticos desta CaipíracicabANA Marly de Oliveira Jacobino
ResponderExcluirObrigada pela explicação do dialeto acaipirado.
ResponderExcluirNunca é tarde p'ra aprender!
Agora, os brancos deviam usar costumes mais civilizados, e seguir as maneiras dos indios, de se tatuar com tintas laváveis (lindos desenhos pelo corpo, no rosto) e não se marcarem como os judeus do holocausto ou os presidiários! Credo! Longe de mim!
Fale mais dos indios: são nossos irmãos ingenuos e,,,,talentosos!
Cultura, aqui!!!!