domingo, 23 de outubro de 2011

Edgar Allan Poe o homem que poetou o medo...

“O negror marcou sua vida. A bebida sua constante amiga! Os delírios versejavam em suas palavras propiciando versos em que a morte se esconde atrás da porta em busca dos seus amigos, parentes e amores. Viveu sempre no limite da razão e da insanidade. Morreu solitário ao lado da sua loucura! Edgar Allan Poe um poeta maldito que carregou a sua maldição durante a sua vida e a sua morte. Aqui jaz o poeta dos infortúnios! Amém!            
                                              Ana Marly de Oliveira Jacobino
"Durante mais de dez dias estive totalmente transtornado, fora de mim, ainda que não tenha bebido uma só gota (de álcool); durante esse lapso, imaginei as calamidades mais atrozes. Foram somente alucinações, consequência de um ataque como jamais havia experimentado em minhas carnes, um ataque de mania-à-potu [delirium tremens."  Edgar Allan Poe
         A morte de Edgar Allan Poe ocorreu no dia 7 de outubro de 1849, quando o escritor tinha quarenta anos de idade. Cercada de mistério, sua causa ainda é discutida. Quatro dias antes de falecer, Poe foi encontrado nas ruas de Baltimore, Maryland, em um estado delirante.
                                       Boston em meados do século XIX _ Edgar Allan Poe nasceu em Boston, 19 de janeiro de 1809 e faleceu em  Baltimore, 7 de outubro de 1849
          Grande parte da informação existente sobre os últimos dias de sua vida provém do médico John Joseph Moran, que o tratou no hospital.
           Poe escreveu uma carta a sua noiva Annie Richmond (abril ou maio de 1849).
"Tais considerações meramente mundanas carecem do poder de me deprimir... Não, minha tristeza é inexplicável, e isto me entristece mais ainda. Estou repleto de tenebrosos pressentimentos. Nada me anima, nada me consola. Minha vida parece feita para se perder; o futuro me parece um terreno baldio pavoroso, mas penso em seguir lutando por ter 'esperança contra toda esperança'."
Virginia Clemm, prima e esposa de Poe, morta em 30 de janeiro de 1847 por causa de tuberculose.
           Poe se refugiou do público, junto a sua esposa que então estava doente, Virginia, em busca de ar puro em um chalé (o famoso cottage) situado na seção Fordham do Bronx, Nova Iorque. Lá, em 30 de janeiro de 1847, Virgínia faleceu em decorrência de uma tuberculose que perdurava por cinco anos. Seus biógrafos e críticos sugerem que o assunto, frequente na obra de Poe, da "morte de uma bela mulher" tem origem na repetida perda de suas mulheres ao longo de sua vida, incluindo a sua esposa
O chalé onde morreu Virginia e onde Poe passou seus últimos meses, recluso            
           Morte! (in memorian para Edgar Allna Poe)- Ana Marly de OliveiraJacobino
Desvanece o desejo!
Escapa feito o aroma
Outrora; olor perfume
Rouba do meu rosto
Riso frouxo incólume.

Boca repleta de estrume!
Devora alma em réquiem
Ronca o ventre inchado
Negror roto sem o lume
Podre; fungo esverdeado.
             As obras mais conhecidas de Poe são Góticas, um gênero que ele seguiu para satisfazer o gosto do público. Seus temas mais recorrentes lidam com questões da morte, incluindo sinais físicos dela, os efeitos da decomposição, interesses por tapocrifação, a reanimação dos mortos e o luto. Muitas das suas obras são geralmente consideradas partes do gênero do romantismo negro, uma reação literária ao transcendentalismo, do qual Poe fortemente não gostava.
           Além do horror, Poe também escreveu sátiras, contos de humor e hoaxes. Para efeito cômico, ele usou a ironia e a extravagância do rídiculo, muitas vezes na tentativa de liberar o leitor da inércia cultural.
               O CORVO *(de Edgar Allan Poe) traduç: Fernando Pessoa
Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de algúem que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais." (...)
                                     Ouça o poema "O Corvo":
                                 http://youtu.be/zX8RlEzZGt0
Em 17 de novembro de 1875, Poe foi enterrado com um novo monumento. Os restos mortais de sua esposa Virginia e os de sua sogra Maria, também se encontram lá.

                                    Intimidade poética_Ana Marly de Oliveira Jacobino

No negror da noite tão perfeita
Onde meu corpo vê a claridade...
Em seu ventre expande a seita
Que carrega toda a divindade.


Neste verso mostro intimidade
Alma velada que me espreita,
Boca que vomita sua vontade
Alimenta esta carne já desfeita.


Sonho estar num vazio profundo,
Dores marcadas pelo submundo
Corro... ali parada como aleijada!


E no meu viver navego vou fundo,
Não pretendo carregar o mundo
Apenas... ser poeta e mais nada!

                                                         Annabel Lee

Foi há muitos e muitos anos já,
Num reino ao pé do mar.
Como sabeis todos, vivia lá
Aquela que eu soube amar;
E vivia sem outro pensamento
Que amar-me e eu a adorar.
Eu era criança e ela era criança,
Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor --
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.
E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.
E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar...
Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.
Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.
Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.                                  Edgar Allan Poe

Edgar Allan Poe: Obras em prosa. 2da ed. ed. San Juan: Universidad de Puerto Rico.

Hennequin, Emile. "Vida de Poe" en Edgar Allan Poe, poesía completa. quinta edição ed. Barcelona: Ediciones 29. ISBN 84-7175-071-6
Krutch, Joseph Wood. Edgar Allan Poe: A Study in Genius. Nova York: Alfred A. Knopf.
Poe, Edgar Allan. Cartas de um poeta (1826-1849). Barcelona: Grijalbo Mondadori. Julio Cortezar
fotos by google

4 comentários:

  1. Ana,que fantástica sua biografia sobre Edgar Alan Poe!Adorei saber sobre sua vida e ver suas poesias tb!Obrigada pelo seu carinho em meu niver,amiga!Bjs,

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  2. Aqui vai meu agradecimento pelas suas palavras tão incentivadoras. Abraços Poéticos desta CaipiracicabANA Marly de Oliveira Jacobino

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  3. Lindas e sempre bem escolhidas poesias e adorei aprender mais aqui... beijos, obrigado pela linda interação,está lá! chica

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  4. Chica minha querida Chica obrigada pela visita tão alegre.Abraços Poéticos desta CaipiracicabANA Marly de Oliveira Jacobino

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