terça-feira, 25 de outubro de 2011

Elas deixarão sua poesia para a posteridade...

"A fragilidade da alma não demonstra a força que imperava nas suas palavras, através dos fatos trágicos que ceifou a razão e a dor, que matou sua alma. Mulher de sangue latino, vigoroso,  escreveu sobre o bem e o mal. que desencadeia o amor e a dor evidenciando o passo lento da humanidade na sua história. Alfonsina, se suicida em 25 de Outubro nos braços das ondas do mar. Já, Mary McCarthy, escritora e crítica americana, morta também em 25 de Outubro,  gostava de enfatizar que: escrever bons personagens é "colocar ameixas reais em um bolo imaginário" a verdade nua e crua que a perda trágica dos seus pais a levaria para uma rebeldia interminável com a vida!  Suas vidas foram marcadas tragicamente,  portadoras que foram de câncer de mama !
                                                   Ana Marly de Oliveira Jacobino
 Mary foi uma adolescente rebelde que tinha poucas amigas, o que não é de admirar, uma vez que fazia troça de quem não soubesse responder nas aulas e mantinha sempre um ar de inequívoca superioridade. Mais tarde, quando mudou para a escola pública, perdeu a fé e decidiu-se por uma "vida livre" e pela viagem para leste, para o muito sofisticado e "moderno" Vassar College, onde a nata das mulheres americanas aprendia a pensar pela própria cabeça.

No início dos anos sessenta, Mary conheceu o seu quarto e ultimo marido, James West, um diplomata americano que a acompanhou para o resto da vida e manteve um fascínio absoluto pelo "glamour" que parecia segui-la por todo o lado. Finalmente livre de preocupações financeiras, Mary dedicou-se de alma e coração à escrita e a uma vida bem sucedida, a que não faltavam jantares, recepções e inúmeras intervenções em debates, colóquios e conferências.
Mary morreu no dia 25 de Outubro de 1989 depois de um mês no hospital, durante o qual foi mantida viva artificialmente. O cancro da mama que a devorava tinha alastrado para os pulmões. Quando, em 1979, numa entrevista lhe perguntaram se a escrita tinha sido, para ela, uma compensação pelas múltiplas perdas, ao longo da sua vida, ela respondeu: "Essa espécie de material psicoanalítico não me diz nada e serve apenas para retirar todo o mistério das nossas experiências e para subentender que possuímos um tipo de conhecimento que na realidade não temos". Por detrás de uma atitude considerada por muitos como desapiedada e fria, escondia-se um conhecimento profundo, irónico e lúcido de si própria e do mundo.
Bibliografia: "SEING MARY PLAIN. A LIFE OF MARY McCARTHY" , Frances Kiernan, W.W. Norton & Company, New York. London, 2000
Nota do EditorTexto gentilmente cedido pela autora. Publicado originalmente na Revista Storm, editada por Helena Vasconcelos em Portugal. (Foi mantida intacta também a grafia original.)
Alfonsina Storni é Filha de pais argentinos, nascida na Suíça, imigrou com os seus pais para a província de San Juan na Argentina em 1896. Em 1901, muda-se para Rosario, (Santa Fé), onde tem uma vida com muitas dificuldades financeiras. Trabalhou para o sustento da família como costureira, operária, atriz e professora.

Descobre-se portadora de câncer de mama em 1935. O suicídio de um amigo, o também escritor Horacio Quiroga, em 1937, abala-a profundamente.
Em 1938, três dias antes de se suicidar, envia de um hotel de Mar del Plata para um jornal, o soneto “Voy a Dormir”.
                                            Tomado del Proyecto Cervantes

Morir como tú, Horacio, en tus cabales,
Y así como en tus cuentos, no está mal;
Un rayo a tiempo y se acabó la feria…
Allá dirán.
Más pudre el miedo, Horacio, que la muerte
Que a las espaldas va.
Bebiste bien, que luego sonreías…
Allá dirán.
Consta que suicidou-se andando para dentro do mar — o que foi poeticamente registrado na canção "Alfonsina y el mar", gravada por Mercedes Sosa.

Ouça Mercedes Soza em bela homenagem feita pela Argentina a Afonsina
http://youtu.be/fpQvuquMhNY
                                                         Premio Escriba de Contos 2011
Lucila (diretora da Biblioteca, lado direito) ao lado do jurado Joaquim Maria
                                                    Junior ao lado de convidados na noite do dia 22 de Outubro
Ivana Negri recebe o seu Prêmio Escriba (escritores piracicabanos) em 2011, aqui na foto ao lado de Ana Marly
foto google, Biblioteca Municipal e Ana Marly
As duas mulheres ( Alfonsina e Mary) que ergueram da sua fragilidade monumentos com suas palavras entrego-lhes a Rosa Púrpura da Agenda Cultural Piracicabana

Vamos mandar um abraço apertado para ela ,que cuida da nossa alma neste dia do seu aniversário:
Dr Ana Lucia Stipp Paterniani
O Sarau Literário Piracicabano lhe envia muita paz recheada com muita música

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