quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Alexander Solzhenitsyn: o escritor perseguido pelo regime comunista...

"Escrita desafiadora! Alexander Solzhenitsyn tinha nas palavras o cerne profético do homem perseguido por um  semelhante. Vítima das maldades e artimanhas sofre a dor no corpo e na alma. O peso da sua escrita mostra; o que verdadeiramente acontecia com os prisioneiros do Partido Comunista Russo! Ele foi sem dúvida um profeta no termo amplo da palavra. Vítima que honrou o nome do escritor!"
                                              Ana Marly de Oliveira Jacobino
Aleksandr Isayevich Solzhenitsyn (11 de Dezembro de 1918 — 3 de agosto de 2008) foi um escritor e historiador russo.Nasceu em Kislovodsk, Rússia, entre o Mar Negro e o Mar Cáspio. Estudou matemática na Universidade de Rostov e tirou um curso por correspondência no Instituto de Filosofia, Literatura e História de Moscou. Participou da Segunda Guerra Mundial como comandante de uma companhia de artilharia do Exército Soviético, atingiu a patente de capitão e recebeu duas condecorações.
         Ainda jovem, quando servia no Exército durante a Segunda Guerra Mundial, Solzhenitsyn foi denunciado por suas críticas ao regime de Stalin e passou oito anos preso em um Gulag, como eram chamados os campos de trabalho forçado, antes de ser exilado no Casaquistão.
                                        Foto da sede do governo comunista
Seu primeiro romance, Um Dia na vida de Ivan Denisovich, de 1962, contava a história de um prisioneiro político e foi aclamado pela crítica.
         O livro relata a história fictícia de um russo Ivan Denisovich que foi acusado injustamente de ter espionado a favor do alemães, após a sua captura na frente de batalha. Esta história é semelhante ao que o autor Alexander Soljenítsin, passou após a guerra.

         O livro descreve as impressionante condições da prisão e do sistema prisional soviético. Na sua pena de dez anos, Ivan Denisovich tem que a cada dia trabalhar no Cazaquistão sob temperaturas baixíssimas, tendo dificuldade para se alimentar devido a péssima comida. É punido por dormir por mais de alguns minutos, tem que trabalhar fazendo o uso de finas luvas que se rasgam com facilidade. Tem que usar sapatos de número inferior ao de seu pé. Tem que dormir em camas improvisadas e coberta de cobertores sujos e rasgados. Os prisioneiros tem que torcer para que a temperatura externas seja inferior a -41ºC, para que possam ser dispensados do árduo trabalho diário.
          Um dia Solzhenitsyn após muito relutar procurou o editor-chefe da Noviy Mir, um poeta chamado Alexander Tvardóvski, com o seu manuscrito em mãos. Foi após a publicação deste livro que a sociedade soviética finalmente soube o que se passava com as pessoas que eram condenadas por crimes político.
Ainda durante a Segunda Guerra foi preso e condenado a 8 anos de prisão em um campo de trabalhos forçados, por fazer críticas a Stalin e ao regime em duas cartas que enviou a um amigo e que foram interceptadas pelos agentes da NKVD. Esteve em campos de trabalhos forçados, Gulags, na Sibéria e no Cazaquistão até ser exilado perpetuamente por traição à pátria.
"GULag" é um acrônimo em russo para o termo: "Direção Principal (ou Administração) dos Campos de Trabalho Corretivo" ("Glavnoye Upravleniye Ispravitelno-trudovykh Lagerey"), um nome burocrático para este sistema de campos de concentração.


  Prisioneiros enfrentando o inverno rigoroso com pouca roupa!
Arquipélago Gulag (em russo Архипелаг ГУЛАГ) é provavelmente a mais forte e a certamente a mais influente obra sobre como funcionavam os gulags (campos de concentração e de trabalho forçado na antiga União Soviética) nos tempos de Josef Stálin.                                     
           "DEDICO este livro a todos quantos a vida não chegou para o relatar. Que eles me perdoem não ter visto tudo, não ter recordado tudo, não me ter apercebido de tudo."


Escrito por Alexander Soljenítsin, o livro de 1 800 páginas é uma narrativa sobre factos que foram presenciados pelo autor, prisioneiro durante onze anos, em Kolima, num dos campos do arquipélago, e por duzentas e trinta e sete pessoas, que confiaram as suas cartas e relatos ao autor.
"Kolima era a maior e a mais célebre ilha, o pólo de ferocidade desse assombroso Arquipélago de GULAG, desgarrado pela geografia num arquipélago, mas psicologicamente ligado ao continente, a esse quase invisível, quase intangível país habitado pelo povo zek."
Aleksandr Solzhenitsyn em Vladivostok no verão de 1994.Escrito entre 1958 a 1967, a obra foi publicada no ocidente no ano de 1973 e circulou clandestinamente na União Soviética, numa versão minúscula, escondida, até à sua publicação oficial no ano de 1989.

Tanques nas ruas de Moscou em 1990 para conter a rebelião popular.


     Solzhenitsyn foi considerado traidor e exilado. Ele deixou a então União Soviética em 1974 e permaneceu 20 anos no exílio, nos Estados Unidos, onde completou os outros dois volumes de Arquipélago Gulag.
      Após voltar à Rússia, em 1994, Solzhenitsyn se dedicou a escrever sobre a história e a identidade russa, causando polêmica com suas críticas à corrupção política e aos valores da rússia pós-comunista.
O filho de Solzhenitsyn, Stepan, disse à Itar-Tass que seu pai morreu por volta das 23h45 de domingo, dia 03 de Agosto (16h45 em Brasília), em sua casa nos arredores de Moscou, onde vivia com a mulher, Natalya. Segundo a agência russa, Stepan disse que o pai sofreu um enfarto. No entanto, outras fontes afirmam que o escritor, que tinha pressão alta, foi vítima de um derrame cerebral.  Texto: BBC em português

"A Agenda Cultural Piracicabana outorga a rosa vermelha como homenagem a este escritor russo que não se absteve de contar os horrores do regime comunista russo. Salve Alexander Solzhenitsyn! Salve, salve!"


                              Obras
Um Dia na vida de Ivan Denisovich (1962)
O Primeiro Círculo (1968)
O Pavilhão dos Cancerosos (1968)
Arquipélago Gulag (1973–1978)
Agosto, 1914 (1984)


Perfil no sítio oficial do Nobel de Literatura 1970 (em inglês)
La mort d’Alexandre Soljenitsyne
 Alexander Solzhenitsyn: um exilado na Suíça
ObituárioYahoo! Notícias, citando a AFP
                                 fotos by google

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