domingo, 17 de outubro de 2010

Stefan Zweig; você o conhece?

Brasil: um País do Futuro de Stefan Zweig


“No mar, tanta tormenta e tanto dano, tantas vezes a morte apercebida; Na terra tanta guerra, tanto engano, tanta necessidade aborrecida! Onde pode acolher-se um fraco humano? Onde terá segura a curta vida, que nao se arme e se indigne o céu sereno Contra um bicho-da-terra tão pequeno?" ( Luís de Camões, Os Lusíadas, Canto Primeiro, Estrofe 116).

Zweig verteu esta estrofe para o alemão e mandou-a para os amigos no final do ano de 1941
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Stefan Zweig (Viena, 28 de Novembro de 1881 — Petrópolis, 23 de Fevereiro de 1942) foi um importante escritor austríaco de ascendência judaica. Crítico aos regimes do Nazi-fascismo, Stefan Zweig dedicou-se a quase todas as atividades literárias: foi poeta, ensaísta, dramaturgo, novelista, contista, historiador e biógrafo. Entre os romances, merecem destaque: Carta de uma Desconhecida, A novela de xadrez, Amok, Vinte quatro horas na vida de uma mulher.
Escreveu várias biografias como Maria Antonieta, Fouché, Maria Stuart, etc.
Na história, escreveu Momentos decisivos da Humanidade. Escreveu Brasil, país do futuro, que constitui não só um retrato do Brasil, como também uma interpretação do espírito brasileiro.
Zweig escreveu também uma espécie de auto-biografia, intitulada "O Mundo Que Eu Vi" (Die Welt von Gestern), na qual relata episódios de sua vida tendo como base os contextos históricos do período em que viveu (como por exemplo a Monarquia Austro-Húngara e a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais).
Suicidou-se no Brasil, em Petrópolis, onde veio a residir após ter residido na Inglaterra, depois de decidir-se pelo exílio voluntário da Áustria, então sob dominação alemã.

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Stefan Zweig faz um passeio a Petrópolis, situada a setenta quilômetros do Rio, e se mostra profundamente impressionado pela cidade, que foi fundada pelo imperador Dom Pedro II, um descendente dos habsburgos. Uma versão mirim de Viena nos trópicos. Talvez esse fato o faça lembrar a sua tão amada Viena dos tempos da monarquia austro-húngara, antes da primeira guerra mundial. A metrópole onde passou sua juventude feliz, um mundo que agora parece perdido para sempre.
A Casa Stefan Zweig em Petrópolis: http://www.casastefanzweig.org.br/
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Sigismund Schlomo Freud. 6 de maio de 185623 de setembro de 1939) foi um médico neurologista austríaco e judeu, fundador da psicanálise. Freud nasceu em Freiberg, na época pertencente ao Império Austríaco; atualmente a região é denomimada Příbor, na República Tcheca.

Stefan Zweig e o discípulo Ernest Jones foram escolhidos como os únicos oradores na cerimônia fúnebre de Freud. É uma homenagem que não deixaria ninguém sentir-se rejeitado.
foto: jpg_www. aeiou.at   Hugo Laurenz August Hofmannstahl escritor e dramaturgo austríaco
foto:jpg - www.medicina.ufmg.br/.../10/thomas-mann    
  Thomas Mann, que foi um grande romancista alemão do século XX, recebeu o Prêmio Nobel da Literatura em 1929 pelo romance “Os Buddenbrooks”
Stefan venerava grandes figuras. "O caçador de almas"; como foi chamado fascinava-se com os gigantes. E a alguns ele incomodava (cito dois: Hoffmannstahl e Thomas Mann). Mas, com Freud foi diferente, o Pai da Psicanálise - et pour cause - sabia perceber os movimentos íntimos do jovem amigo. Apreciava (ou precisava?) desta veneração. Mas entre as causas do suicídio de Zweig eu não incluiria a frustração por não ter seduzido Freud. Afinal, Zweig e o discípulo Ernest Jones foram escolhidos como os únicos oradores na cerimônia fúnebre de Freud. É uma homenagem que não deixaria ninguém sentir-se rejeitado.
Alberto Dines publicou Morte no Paraíso - a tragédia de Stefan Zweig, em 1981, pela Nova Fronteira

                                                       Alberto Dines conta:
"Na época de Zweig não existia o segundo andar. E nem os vidros da varanda." Alberto Dines anda pela pequena casa pintada de branco. Pela varanda entra na sala principal da casa, com talvez vinte e cinco metros quadrados".
Exatamente quatro anos depois da sua primeira chegada ao Brasil, Zweig e sua segunda esposa Lotte chegam novamente à cidade maravilhosa, a bordo do Argentina. Desta vez, seu desejo de voltar para o país das “borboletas gigantes" mostra sinais de fuga. Talvez pense que aqui, a uma distancia de dez mil quilômetros das batalhas e perseguições, eles possam estar mais seguros. Mas o Brasil de agora é diferente daquele de quatro anos atrás. Getulio Vargas tinha estabelecido o Estado Novo, e há até no governo lideres políticos favoráveis a uma entrada do Brasil na guerra. Ao lado dos alemães que, na Europa, parecem invencíveis. Oficialmente, o Brasil se declara neutro. Mais tarde, entrará na guerra, ao lado dos aliados.
Mas Zweig não tem interesse em questionar o que há em baixo da superfície aparentemente amigável da sua nova pátria temporária. Talvez sua alma aterrorizada pela perda de tantas esperanças e visões no velho continente não suportasse mais uma decepção. Mais uma esperança perdida.
Assim, ele encara o Brasil cheio de simpatia, o país que o fornece em pouco tempo visto de residência. Enquanto isso, o mesmo país nega status de exilados ao milhares de imigrantes desesperados que escapam do caos da guerra na Europa...
"Nós queremos transformar a pequena praça no outro lado da rua num parque," diz Alberto Dines. Hoje, ela não passa de algo parecido com um ferro velho onde os catadores separam o lixo reciclável. No futuro, espera Dines, turistas desembarcarão aqui para visitar a casa de Zweig".
Há anos, Dines luta para transformar a casa num centro de memória dos exilados europeus que fugiram do nazismo.
MORTE NO PARAISO - A TRAGEDIA DE STEFAN ZWEIG DINES, ALBERTOROCCO ISBN: 8532516912
          A Casa Stefan Zweig em Petrópolis: http://www.casastefanzweig.org.br/

Mundo que eu vi, O -Autor(es): Stefan Zweig  Editora: Livraria Resposta - SP  Área(s): Temas judaicos, Letras / Literatura, História

"O que para alguns é um mero exercício de vaidade, para Stefan Zweig é um legítimo exercício de reconstituição da própria identidade, abalada pela onipresente ameaça nazista e pelo exílio e viagens nem sempre voluntárias pelo mundo. "O mundo que eu vi" é o relato de um homem perplexo com tudo o que acompanhou. Foi festejado e banido, livre e não livre, rico e pobre. Este é um inventário do que o autor conseguiu reter na memória, de uma perspectiva privilegiada, pois, como Zweig diz, sempre esteve, "onde esses tremores de terra tinham os seus efeitos mais violentos"; como austríaco, judeu, escritor, humanista e pacifista. "

3 comentários:

  1. Recebi este comentário da escritora Elda N. Cobra Silveira.

    "BOM DIA QUERIDA ANA MARLY.
    ESTOU TENTANDO ENTRAR NO SEU BLOG MAS NÃO ACEITAM QUANDO FAÇO O LOGIN.SEMPRE LEIO TUDO MAS NÃO CONSIGO FAZER MEU COMENTÁRIO.
    GOSTO DE TUDO QUE V.C. ESCREVE.

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  2. Recebi este comentário da escritora nicaraguense Angela Lai:

    "Ana Marly, yo leí varias obras de este gran escritor de las que bien me recuerdo están:Impaciencia del corazón y veinticiatro horas en la vida de una mujer'. Dulce romántico encantador. Besos."

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  3. Olá ! boa madruga ! procurando escolas de curso de teatro em Piracicaba, encontrei seu blogger ! Estou indo passar ferias e pretendo fazer teatro em SP, ou em Piracicaba ! Tem ai uma sugestões???
    Meu E-mail: briantuf@hotmail.com
    com esse endereço acessa meu orkut e MSN ! bjs !

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