segunda-feira, 21 de março de 2016

Dia Internacional da Poesia...

Dia Mundial da Poesia, 21 de março. Homenagem a Solano Trindade.Ana Marly de Oliveira Jacobino

Francisco Solano Trindade nasceu em Recife, no bairro de São José, filho do sapateiro Manuel Abílio, mestiço de negro com branca, e da quituteira Dona Emerenciana, descendente de negros e indígenas. No Recife, Solano estudou até o segundo grau e chegou a participar, por um ano, do curso de desenho do Liceu de Artes e Ofícios. Quando ainda era bastante jovem, nasceu o amor de Solano pela poesia e ele começou a compor seus primeiros poemas em meados da década de 20. No início da década seguinte, o poeta foi um dos organizadores e idealizadores do I Congresso Afro-Brasileiro, realizado em 1934 na cidade de Recife e liderado por Gilberto Freyre. Solano também participou em 1937 do segundo congresso Afro-Brasileiro, realizado em Salvador...Solano foi o grande criador da poesia “assumidamente negra”, segundo muitos críticos. Os livros lançados por ele foram: “Poemas de uma Vida Simples”, 1944, “Seis Tempos de Poesia”, 1958 e “Cantares ao meu Povo”, 1961. Como ator, participou dos filmes “Agulha no Palheiro” (1955), “Mistérios da Ilha de Vênus” (1960) e “O Santo Milagroso” (1966). Trabalhou também como artista plástico, pintando quadros a óleo, sendo que um quadro do artista hoje faz parte do acervo do Museu Afro Brasil

Neste Dia Mundial da Poesia o nosso tributo para Solano Trindade

E no Sarau Literário Piracicabano a poesia e a prosa poética acontecem...#Publicado no Caderno do Sarau Literario Piracicabano de 15/03/2016
DO QUE VOCÊ PRECISA? _Marielli Sbravatti Mari Sbravatti
De fato não preciso de mais sapatos. Preciso sim de calçadas novas para gastar as solas daqueles que habitam meu armário.
Não preciso de mais jaquetas. Preciso do vento quebrando no meu peito e desgastando o couro.
Não preciso de outros batons, por enquanto. Mas preciso movimentar os lábios. Preciso de beijos e rodas de conversa. 

Preciso usar meu vestido de poá. De preferência ao som de um bom e velho rock and roll.
Meus óculos de gatinho ainda não passearam pela Avenida Paulista.
A minha moto é o bastante se eu tiver estrada e gasolina.
Quero outras. Mas quero mais ousadia. Para ir mais longe.
Para zerar o velocímetro num final de semana.
Para tomar chuva sem medo de gripe.
Para subir a serra só para contemplar o horizonte.
Preciso "gastar" tudo o que tenho. Para começar tudo de novo.
Preciso de uma jaqueta descascada pelo sol.
Ou apenas de sol.

Retrato Inacabado _  Ana Marly De Oliveira Jacobino

No olhar triste, a vida esquecida, ou, não,
nada mais a explora!
Pincéis descolorem sem compaixão
o rosto desgostoso de Dora!

“Lembro-me... o quanto foi bela,
tinha uma covinha perto dos lábios!
Dedos entrelaçados nas mãos de Estela,
viveu feito uma luz a explorar um raio!”

No ir e vir do tempo tão fingido,
sua mão se solta da mão da sua irmã!
Óleo sobre a tela, agora, diluído,
separa as duas, num furioso afã!

Quem a viu tão linda naquele retrato,
cabelos anovelados pelo vento,
não sabe que o pintor tão insensato,
apaga sua imagem num momento! 
Único _ Angela Reyes Ramirez
Están reunidos los mas ilustre pesonajes para elegir al ganador del
premio novel en arte.
Famosos candidatos esperan ansiosos...
En el instante en que anunciarían al ganador; una voz femenina se
deeja escuchar en todo el recinto...
Es una mujer del pueblo. Simple, ignorante de la historia del arte
contemporáneo.
Silencio...todos los allí prsente se miran atónitos, nadie le conoce
ni convidó, ella sube al podio. Toma el micrófono y comienza a
hablar.: le miran mas con curiosidad que interés, algo burlonamente.
Ella dice: existe un artista al que olvidan todos los anos, es
multifacético, único, no hay otro mejor que él.
A, estas alturas todos están intrigados y le dejan libre para expresarse:
ella dice:..."mi amigo arquitectó un mundo en el cual se reunen mas
de las artes que logren imaginar.
La tersura y color a las flores, ensenó a cantar a los pájaros y a
silbar al viento, pintó crepúsculos y amenecers. Auroras boreales. Es
poeta, de allí las bellezas y grandezas de nuestro universo.
Él es rei,su túnica azul está bordada de soles, lunas y estrellas. Su
máxima creación fué el hombre y esculpe uma vida desntro de otra
vida.
Yo exijo que el premio sea dado a él.
Bajó del podio y salió calladamente..aplausos frenéticos se escucharon
a su partida y su amigo ganó el premio.

quinta-feira, 17 de março de 2016

La Negla e a sua voz...

América ajoelhe-se para cantar com Mercedes Sosa... leva a força do seu canto acompanhado ao som do violão de Gisele Maria Viccino dando “gracias a la vida”! Ana Marly De Oliveira Jacobino
“gracias a la vida”! Ana Marly De Oliveira Jacobino
O papel em branco na tela
regurgita na mão; imóvel
do poeta, as vozes mortas
caladas no sangue, pregam...
A morte; escarram palavras
obscenas, o estomago ronca
esvai a sonoridade; rompe
os versos, mata o monstro.
O tumor negro invade matérias
obscenas, o estomago ronca
a fome, cala a poesia, suga
consome o ar do pulmão.
O poeta delira sobre o teclado
contudo, o coração reclama
e a poesia derrama em dor
a voz retrai, morre “La Negra”...

A “voz dos que não têm voz”, assim, chamavam Mercedes, por ser defensora da independência, não apenas de sua pátria como de todos os trabalhadores. Sua voz unificava as Américas! Tinha um repertório que ia além das fronteiras da sua Argentina, reunia as principais canções de protesto do Uruguai, da Argentina e do Chile, Mercedes participou de discos em diferentes países, e consolidou sua presença na música latino-americana, como a voz mais difundida no continente ao longo dos anos 1970.
“Os poderosos podem matar uma, duas ou três flores, mas não podem impedir a chegada da primavera”.
Os poderosos podem matar um ideal, contudo, não matam a força do pensar...! Graças à vida que me deu tanto! Graças ao Sarau conheci a força de tantas mulheres... Ana, Ângela, Aurea, Benedita, Carmem, Dulce, Gisele Suzi, Esther, Ivana, Leda, Letícia, Lívia, Marina, Márcia, Mercedes ,Vera, ..., quando olho o fundo de seus olhos claros.. Gisele vejo tanta beleza..., feito primavera enfeitando os campos de flores multicolores, daquele modo, que não se podem contar... você, e, seu violão, uníssonos numa sonoridade cativante! Uma mulher de aparência tão frágil se agiganta ao sabor da vida...
Mas é preciso ter força. É preciso ter raça. É preciso ter gana sempre. Quem traz no corpo a marca... tem, também, nome de Mercedes e Gisele Maria!

## Publicado no Caderno do Sarau Literario Piracicabano de 15 de Março de 2016

quinta-feira, 10 de março de 2016

Vânia Bastos uma cantora brasileira...

Eu a conheço da época que cantava com o meu tio Maestro Marconi Campos do Trio Marayá (e também com a esposa dela a Vera Lúcia), hoje, 10 de Março de 2016 vou curti-la no SESC Piracicaba com toda a família (incluindo a minha tia Vera Lúcia) e amigos,sucesso Vània Bastos, sempre! Saravá! Ana Marly de Oliveira Jacobino
 A cantora brasileira Vânia Bastos nasceu no dia treze do mês de maio do ano de 1956 e faz parte do movimento Vanguarda Paulista cultural. No ano de 1975 foi morar na cidade de São Paulo e lá passou a cursar sociologia e também fazer aulas de canto. No ano de 1980 foi chamada para ser a vocalista da banda Sabor de Veneno que era de Arrigo Barnabé e no ano de 1986 passou a investir em sua carreira solo.
Ouça Vânia numa homenagem para São Paulo:
https://www.youtube.com/watch?v=ht4kyEaZ04I&ebc=ANyPxKqjLc5lmMHxI0DI8oqnV7nZ6d-Qq2GnhIbgnK7YO-nlSi0vhUXumj2d6ia_huTD5FU_CmctvAAZv6hw27NGNsh86fQLeg
Hoje, 10 de Março de 2016  tem Vânia Bastos no SESC_ Piracicaba (foto linda da cantora que tanto admiro na Tribuna) as 20 horas ingressos gratuitos tirar antes no SESC

Vânia Bastos ( Luzes do grande Taiguara )_ https://www.youtube.com/watch?v=kAmaoaaXvis

sexta-feira, 4 de março de 2016

E as palavras refletem o pensar do Escritor no seu tempo...


Uma cartazinha para Ana Marly De Oliveira Jacobino!


Bom dia Ana Marly!Obrigado pela delicadeza de nos enviar o cartão e o delicioso pãozinho, que acabou povoando algumas lembranças da minha infância. Aos domingos, com meus pais, visitávamos os parentes nos sítios, comuns daquela saudosa época. Pois bem: o formato e o gosto lembrou um pãozinho semelhante ao seu, que minhas tias faziam, para o café da tarde.


Quantas lembranças boas dessa "gente do sítio", os autênticos homens da terra, essa raça de gigantes que risca o solo na ponta dos arados para, depois, arrancar dele a riqueza que brota da multiplicação das sementes. Homens destemidos que fazem do gesto de lançar as sementes ao seio da terra um ato de fé na bondade divina. 

Ah, saudade maldosamente amiga! Quantas histórias vivi e ouvi nesses lugares. Meus pensamentos saem em revoada...Quantas vezes, à sombra dos bambuzais, preparei anzóis pra puxar, do ribeirão piscoso, bagres, mandis e lambaris, trocando conversas com os queridos primos. Com eles aprendi a fazer incursões exploratórias para ver o que tinha sobre o fogão à lenha, passando em revista as panelas, beliscando uma coisinha aqui, outra ali. O meu mundo girava em torno dessas pessoas apaixonantes, rostos queridos, mestres na arte de desfrutar a vida, os amigos e parentes, em torno de uma mesa, só para brindar à amizade, à saúde, ao estar vivo. Como não guardar essas lembranças, meu Deus? Que tempo aquele! Tempo da inocência, da chaleira no fogão, do aroma e sabor de tantas ervas apanhadas na horta do quintal, dos bolinhos de chuva, dos cachorros que viviam espaçosos, mas não incumbidos da guarda da casa porque, todos, vivíamos em liberdade ( hoje precisamos cimentar muros altos, erguer grades nas portas, portões e janelas e, às vezes, cimentamos até o coração...). Como é bom reviver aquelas imagens. De repente, um sabor, um perfume, uma visão, provocam viagens pelas avenidas da alma, temperadas por pitadas de alegria, às vezes de tristeza, de belezas escondidas, um verdadeiro baú de relíquias que a gente vai abrindo e tudo fica tão vivo, que parece ter acontecido ontem. Também, como não ter um caso de amor com a vida, não é mesmo? É aquilo que dizem os poetas: é o amor acontecendo nas horas antigas, que insiste em ficar perto da gente. 

Em tempo: Você viu, o tema da redação da Fuvest, desse ano? Utopia!
Pois é, UTOPIA! Que feliz coincidência. O meu texto de encerramento do ano, do sarau de dezembro, enfocava exatamente o tema, que
você, carinhosamente, também publicou no jornal A Tribuna Piracicabana . Espero que algum vestibulando tenha aproveitado o texto, como inspiração. É isso Ana! Talvez todos essas coisas façam parte daquele farol referido no texto de fim de ano, capaz de tornar, claros, os caminhos por onde vão se construindo a nossa história, na teia da existência.
Abraços nossos e, mais uma vez, agradecidos. Beto e Suzi Furlan

sábado, 27 de fevereiro de 2016

"Você acredita em milagres?"

"Você acredita em milagres?", perguntei terça-feira a Ana Marly Jacobino. "Sim. Eu sou um milagre", ela me respondeu com um sorriso escancarado no rosto. Concordo com gênero, grau e número ! Marly é um exemplo de vida, sempre sorridente, carinhosa, educada e festiva ! É um milagre em pessoa que faz a cultura piracicabana brilhar com o seu Sarau Literário Piracicabano (aliás, deixe me apossar, pois o Sarau é nosso !!!) desde 2004. Na terça-feira passada, passei uma experiência super agradável ao lado dela, da família e de gente como Carmen Pilotto, Arthêmio de Lello e Daniel Ponciano, além de Márcia G Rontani e Gabriel G. Rontani. O primeiro Sarau do ano foi um exemplo. Uma força viva ! Muitas participantes com declamação de poesias, homenagens e teatro. Coisa linda ! Intitulado "De pai para filho, cada um na sua arte, orgulho do povo piracicabano", este primeiro Sarau homenageou em primeira lugar meu saudoso pai, Edson Rontani, que na próxima quarta-feira faz 19 anos que nos deixou, e em último plano me homenageou como escritor. Muito sensível, sou, confesso. Gostei muito, Aliás, adorei, obrigado pelo carinho de sempre, Sarau Literario Piracicabano. Edson Rontani Junior
Edson Rontani Junior recebe o CD de baião jazzistico , obra do saudoso  Maestro Marconi Campos do Trio Marayá
Edson Rontani Júnior meu saudoso Pai dizia ao ver alguém que trilhava com sucesso os caminhos feitos pelos Pais: "Filho de peixe...também é peixe!", com certeza, você, Edson Rontani "Filho" , se tornou exemplo, desta fala do Seu Celso , e, passou as fronteiras se tornando um vórtice nas artes e na humanidade...ah, nisso, você esta sendo um excelente Professor..." De Pai pra filho".. Ana Marly de Oliveira Jacobino

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Um pouco do Sarau Literário Piracicabano

Homenagem deliciosa ! Músicas selecionadas com o mais fino bom gosto e executada com toda maestria possível. Parabéns Suzi, Carlos Roberto e Ana Lúcia ! por Edson Rontani Junior

Ana Marly (Coordenadora do Sarau Literário Piracicabano), Edson Rontani Junior (um dos homenageados), Carlos Roberto Furlan (violão e voz) e Suzi Christophe Furlan (voz e timba) Benedita Giangrosso (Cia Pimenta de Teatr) ;Ana Lúcia Paterniani (flauta e voz) 
Ouça as belas músicas escolhidas e executas pelo: 

Grupo Caleidoscópio: Carlos Roberto Furlan (violão e voz) e Suzi Christophe Furlan (voz e timba);Ana Lúcia Paterniani (flauta e voz) no Sarau LiterárioSarau Literario Piracicabano na Esalq Piracicaba em 16/02/2016 nas homenagens para Edson Rontani e Edson Rontani Júnior
Você Vai Ver - Tom Jobim _ https://www.youtube.com/watch?v=NlzS3WrCbOw&feature=youtu.be
Eu Não Existo Sem Você - Antonio Carlos Jobim / Vinicius de Moraes _https://www.youtube.com/watch?v=7fB0pq0aLw0&feature=youtu.be

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Morre Umberto Eco neste 19 de Fevereiro de 2016

Umberto Eco o escritor e pensador italiano de "O Nome da Rosa" deixa-nos órfãos dos seu conhecimento! Um Sol se apaga... vence a escuridão... a imbecilidade de muitos vai se perpetuar... sem o Mestre para demarcá-la...!Ana Marly De Oliveira Jacobino


"Só posso dar uma resposta polêmica sobre o que eu faria se governasse o mundo porque não há nenhuma chance de isso acontecer. Na medida em que envelheci, comecei a odiar a humanidade. Portanto, se eu tivesse um poder absoluto, deixaria que ela continuasse em seu caminho de autodestruição. Ela seria destruída e eu  ficaria mais feliz." ...Umberto Eco
Umberto Eco
Os homens são animais religiosos. Os cães não são religiosos. É verdade que eles latem para a lua, mas provavelmente não é por motivos religiosos. Os seres humanos têm a tendência de procurar uma razão em suas situações. Há uma bela frase atribuída a G.K. Chesterton: "Quando os homens não acreditam mais em Deus, não significa que eles não acreditam em nada, eles acreditam em tudo". O governante do mundo não pode eliminar a religião. Você pode ser ateu ou descrente, mas você tem que reconhecer que a grande maioria dos seres humanos precisa de algumas crenças religiosas.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Sarau Literário Piracicabano


Sarau Literario Piracicabano começa 2016,com duas celebridades piracicabanas...
Homenageados: Edson Rontani e seu filho Edson Rontani Júnior
Local: Anfiteatro do Departamento de Ciências Florestais da ESALQ, final da Alameda Principal da Esalq Piracicaba

16 deFevereiro (terça-feira) _ 19h30

Participação do Conjunto Caleidoscópio com Suzi Christophe Furlan Carlos Roberto FurlanAna Lúcia Paterniani

Companhia Pimenta de Teatro com Benedita Giangrossi e Lívia Foltran Spada
Declamação, dança, esquete teatral e muito mais nesta noite de festa literária

Entrada Gratuita
Edson Rontani

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Elizabeth Bishop...Poeta.

Hoje, Agenda Cultural Piracicabanal faz homenagem a poeta norte -americana Elizabeth Bishop...Foi no Brasil que Elizabeth viveu dois momentos cruciais, costumeiramente os mais lembrados quando se trata da biografia da poetisa: o anúncio de que ela tinha ganhado o Prêmio Pulitzer, em 1956, e o seu intenso relacionamento amoroso com a arquiteta carioca, embora nascida em Paris, Maria Carlota de Macedo Soares (1910-67), entre 1951 e 1967, quando Lota, como era chamada, cometeu suicídio. O romance deu origem ao livro Flores Raras e Banalíssimas da escritora Carmen Oliveira.
CADELA ROSADA _ Elizabeth Bishop
[Rio de Janeiro]
Sol forte, céu azul. O Rio sua.
Praia apinhada de barracas. Nua,
passo apressado, você cruza a rua.
Nunca vi um cão tão nu, tão sem nada,
sem pêlo, pele tão avermelhada...
Quem a vê até troca de calçada.
Têm medo da raiva. Mas isso não
é hidrofobia — é sarna. O olhar é são
e esperto. E os seus filhotes, onde estão?
(Tetas cheias de leite.) Em que favela
você os escondeu, em que ruela,
pra viver sua vida de cadela?
Você não sabia? Deu no jornal:
pra resolver o problema social,
estão jogando os mendigos num canal.
E não são só pedintes os lançados
no rio da Guarda: idiotas, aleijados,
vagabundos, alcoólatras, drogados.
Se fazem isso com gente, os estúpidos,
com pernetas ou bípedes, sem escrúpulos,
o que não fariam com um quadrúpede?
A piada mais contada hoje em dia
é que os mendigos, em vez de comida,
andam comprando bóias salva-vidas.
Você, no estado em que está, com esses peitos,
jogada no rio, afundava feito
parafuso. Falando sério, o jeito
mesmo é vestir alguma fantasia.
Não dá pra você ficar por aí à
toa com essa cara. Você devia
pôr uma máscara qualquer. Que tal?
Até a quarta-feira, é Carnaval!
Dance um samba! Abaixo o baixo-astral!
Dizem que o Carnaval está acabando,
culpa do rádio, dos americanos...
Dizem a mesma bobagem todo ano.
O Carnaval está cada vez melhor!
Agora, um cão pelado é mesmo um horror...
Vamos, se fantasie! A-lá-lá-ô...!
1979
"Cadela Rosada" (Pink Dog) é um dos últimos poemas de Elizabeth Bishop (1911-1979), uma americana com fortes ligações com o Brasil. Viveu aqui, no Rio de Janeiro e em Ouro Preto, e traduziu para o inglês poemas de Carlos Drummond, João Cabral e Vinícius de Moraes. Bishop é, também, um dos nomes mais importantes da moderna poesia americana.
Embora concluído em 1979, "Cadela Rosada" começou a ser escrito muitos anos antes. Refere-se a um episódio famoso, de 1962, quando se denunciou que mendigos cariocas estariam sendo assassinados pelo Esquadrão da Morte, que lançava os cadáveres no rio da Guarda. 
Elizabeth Bishop identifica a cadela rosada com um mendigo. E pergunta: se estão fazendo isso com seres humanos, o que não farão com uma pobre cadela sarnenta?

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

LUTO!

Aprendi a ser quinzista Esporte Clube XV de Novembro de Piracicaba , com meu saudoso pai o Celso (torcedor fiél). na alegria e na tristeza, hoje, estamos de luto pela perda do nosso "Menino_ Jogador" o "CANAVARROS"... seu sorriso enfeita a saudade de todos que o conheceram e estiveram com você. Estamos de Luto. Ana Marly De Oliveira Jacobino e Sarau Literario Piracicabano

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Luciana Rabello

Hoje (25 de janeiro de 20160 é o Aniversário de Luciana Rabello e o Sarau Literario Piracicabanotem a honra de homenagear esta grande musicista e cantora brasileira.
"Meus avós, tanto paternos quanto maternos, eram violonistas. Não conheci meu avô paterno, mas fui criada na mesma casa em que morava o meu avô materno, José de Queiroz Baptista. Os Baptista são uma tradicional família de cantadores, poetas e repentistas nordestinos. Entre os mais conhecidos estão nomes como Otacílio, Dimas e Francisco Baptista, todos primos do meu avô. Esse avô era professor de música e compositor. Ele ensinou música a todos os nove netos, incluindo a mim."
Samba Prá Amélia (Caetano Veloso) - Raphael Rabello + Amelia + Luciana Rabello https://www.youtube.com/watch?v=RNJOjBsAeMQ

Luciana Rabello cantando https://www.youtube.com/watch?v=Rbg12av0yIA

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Viva intensamente...

"Publicados no Caderno do Sarau Literário Piracicabano de 15 de Dezembro de 2015"

MEU SÁBADO _ Carmelina Toledo Piza

Amanheceu
Fui para o ensaio
Toquei pandeiro
Mas no momento do tocando em frente
A emoção. O choro. As lembranças.
A vida passada a limpo.
De um lugar para outro
Lugar encantado
Encontrei. Homens. Mulheres. Crianças. Bichos.
Queria ir embora
Os livros me tolhiam
Ficava, olhava e desejava mais e mais livros
O lugar encantado
Onde homens. Mulheres e
Crianças se encontram para organizarem
Livros e Revistas
CDs. Discos e Vídeos
Esse é o canto
Do encanto
Que essas pessoas se encontram
Todos os sábados
E viajam com as histórias dos livros e mais livros
No recanto dos livros
Do Lar dos Velhinhos
É esse o lugar encantado

FIM DE ANO _ Esther Vacchi 
A noite chega de mansinho, a lua cheia cintila no céu estrelado trazendo paz e saudade.
Nesta época de fim de ano, com o canto das cigarras incessantes e o perfume das flores, vem as lembranças que ficam guardadas com muito carinho em nosso coração.
Temos algumas semanas ainda, para colocarmos as coisas em dia, vamos limpar gavetas, doar roupas, sapatos, alimentos e montar uma arvore de Natal, e se puder também um presépio simbolizando o nascimento de Jesus. Visitar doentes e levar uma palavra de conforto também é essencial, pois por mais simples que pareça ser é muito gratificante.
Vamos nos preparar, pois esta época é propícia para refletir e nos traz prazer em reunir a família com alegria para comemorar o Natal.

Medíocre _Geraldo Silva
Andei por caminhos vários, na procura de tudo.
Hoje compreendo, que tudo era quase nada.
Desejo apenas sorrir, que nada é praticamente, diante da imensidão do tudo que nos atormenta.
Que desejos que me corroem e acolhem almas envelhecidas. 
Descobri na caminhada, que temos menos passos a dar.
Acordo assustado, em meio a vida, que passou sem eu perceber.
Não digo que seja tarde, mas tenho que correr de pressa
Atrás dos anos que ainda me faltam. Talvez!

Vejo humanos e não humanos, que colhem o que plantam,
E sem saber se atropelam nas mortes.
É a colheita dos seus frutos amargos e doces como fel.
- É o lamento dos fracos e dos fortes se misturando na mesmice
Da vida valiosa que não se soube aproveitar, igual a mim!
Não adianta entristecer, pois o importante é saber quem somos:
Identidade, fotografia do presente que é resto do que fora.
E o início do futuro incerto ainda por vir, pois onde está o agora?
Busque ser melhor do que fora ontem, sem ser medíocre,
Compreendendo que o tudo é nada do que fora tudo.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Poesias para iniciar em 2016

#‪#‎Publicado‬ no Caderno do Sarau Literário Piracicabano de Dezembro de 2015

Coletivos contemporâneos _ Carmen M.S.F.Carmen Pilotto

Novos tempos se anunciam enigmáticos... Observo a solitude voluntária de alguns e o temor da solidão de outros que se juntam em bandos nas situações pontuais: casamentos, velórios,eventos festivos, cerimônias civis, redes sociais entre outras. E se aquietam com seus pares na esperança de dias melhores



É sempre muito bom viajar no tempo e lançar olhares de uma saudade gostosa, vivida com intensidade, deixando-se levar por uma correnteza deliciosa, que se opõe ao mesquinho formigar do mundo e, navegar, navegar e navegar só por puro prazer, "vendo um mundo num grão de areia, um céu numa flor silvestre e, ao ter o infinito na palma da mão, o tempo se eterniza nesses minutos."Carlos Roberto Furlan

ENVOLVENTE RELICÁRIO _ Dulce A.S.Fernandez (Carmen Pilotto
Oh! sol! que no tear dos dias
Eclodes a repartir calor, claridade...
Mandaste um de teus ramos
Tão acariciante! Solto e alegre,
Entrou pela antiga janela da sala
E, docemente, amenizou as dores
Da idosa e sonhadora senhora.
E de dourado ia se pintando a tarde.

Curioso, cheio de feixes de ouro
Inundou a sala de luz.
- Mas que lindo! Disse ela
Olhando as flores iluminadas
No jarro de violetas sobre o linho
Bordado delicadamente de fios de seda.

O envelhecer deu-lhe tanta formosura:
No vestido de chita estampadinha;
No alto da cabeça, um birote;
Olhos cor- de- rosa teciam lembranças.
Naquele aposento, vestido de silêncios,
Brotaram recordações de tempo tão distante...

Na arca dessas recordações
Mil cancelas foram abertas.
E, o raio de sol, admirado, envolvente,
Ouviu histórias mirabolantes:
Festa de tempos dourados;
Grinalda banhada de perfume
Matizada com explosões de amor.
E o coração grisalho foi cantando
Sonhos, verdade, morte,
Que, se juntaram, se entrelaçaram
Na misteriosa beleza da vida.

Na poltrona, a boneca de feltro
De olhos de contas sorri;
No quadro da janela aberta,
Visão do belo jardim,
Nas roseiras, brilha um novo rocio;
E numa nesga do céu,
Súbito, passam aves
Formando um bando triangular.
Emocionado, o ramo de sol, em despedida,
Oscula a face da encantadora senhora.

sábado, 9 de janeiro de 2016

Ele esta a solta! Cuidado!

Ele esta a solta! Cuidado! Ana Marly De Oliveira Jacobino


Levo a sério a prescrição da minha médica para fazer exercícios físicos, entre eles: o de caminhar todos os dias. O meu bairro como escrevi anteriormente neste matutino, possui amplos espaços para uma boa caminhada. Vez, ou, outra, um passarinho canta e a natureza a cada estação do ano mostra a sua força!
Já, havia contado para vocês do transtorno que é andar pelo bairro, ou, na sua área de lazer, primeiro pelas fezes dos cães que pululam por todos os lados, principalmente, pelas calçadas, contudo, a maior preocupação são os cachorros andando sem a guia ao lado do dono, ou, até mesmo soltos, sem o dono para contê-los.
Vocês se recordam que escrevi que: “um anjo vestido de humano passando com o seu “Fiat Uno” me salvou de um pitbull branco, outro dia, pois bem, hoje, os anjos estavam vestidos, como: senhoras da limpeza pública!” O mesmo pitbull branco veio em minha direção... saiu do interior de um terreno, aonde o mato cresce alto neste período de chuvas benfazejas, o medo cresceu dentro de mim, procurei guarida com as mulheres da varrição. Espanto! Medo! Ao lado delas fomos seguindo o cão com os olhos, fingindo indiferença..., uma das mulheres me falou:”Não olhe para ele, muito menos nos olhos dele!” 
Ele veio em nossa direção..., andou..., e, seguiu andando! Qual não foi à surpresa ao vê-lo entrar na casa do Senhor Prefeito! O cão solto de fato possui dono!
Você vai me falar: “Ah! Ele é manso! Não tenha medo”! É um cão forte, penso que, os seus proprietários, o sociabilizaram, mas, eu não gostaria de encontrá-lo, novamente, nas minhas caminhadas, solto pelas ruas do meu bairro!
Deixo aqui nesta carta um pedido feito pelas mulheres da limpeza pública (a quem agradeço a gentileza da companhia num momento de grande temeridade para mim, nesta manhã de quinta-feira), sobre os perigos encontrados por elas, todos os dias, ao depararem com os cães (muitos deles, de fato, não vivem nas ruas), vagando pelas ruas da cidade. Os cuidados que, os donos devem ter com seus cães, qualquer que seja a raça deles! As raças de grande porte (não descarto as de médio e pequeno porte); doberman, pitbull, pastor alemão, rottweiler..., sobressaem se pela coragem, vigor, agilidade, persistência, alta tolerância à dor, extrema resistência física..., a agilidade de algumas destas raças, torna-as num dos mais capazes cães de guarda, portanto, um muro alto é necessário para contê-los, e, nunca, deixá-los soltos para evitar problemas sérios!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Eterno...um ano sem sua voz!

Um ano de saudade das suas belas interpretações...Demis "ETERNO" Roussos ..Ana Marly de Oliveira Jacobino

Ao longo da carreira terá vendido cerca de 60 milhões de álbuns. Bem-humorado, comentava da seguinte forma à Paris Match o seu sucesso, no ano da celebração dos 40 anos de carreira: “Já vendi milhões desta porcaria… Não me arrependo de nada. Sempre soube adaptar-me, fazendo com que a tua mãe adore [a música] mesmo quando lhe junto sons rock”. 
O cantor grego Demis Roussos morreu na noite de sábado (24 de Janeiro de 2015), aos 68 anos, em Atenas, na Grécia

Demis Roussos - Goodbye My Love (Moscow, 1tv, 24-11-2012)_ https://www.youtube.com/watch?v=dxaSPW1MN5I

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Falando aos peixes...

#‪#‎Publicado‬ no Caderno do Sarau Literario Piracicabano de 15/12/2015

Falando aos peixes... _ Ana Marly De Oliveira Jacobino
No Sermão de Santo António aos Peixes, António Vieira faz uma critica contundente, através da alegoria dos peixes, a sociedade brasileira (na época, ele, morava no Maranhão) do seu tempo. Critica, além da vaidade desmedida, a ambição, a traição, e, a exploração do homem pelo homem que acontecia aos seus olhos. Sem dúvida, as criticas de Padre Antonio Vieira no seu tempo, deve ser vista como: atemporal, por estar vinculadaao nosso tempo, a corrupção desenfreada assusta e corrompe os brasileiros, agora!

Vieira seguindo as palavras de Cristo propagava uma civilização do amor, onde o respeito e a fraternidade para com os outros, para com o diferente, assim como, a relação harmônica com a natureza fossem as formas de viver o cotidiano. A sua utopia cristã de reunião de todos os homens num abraço universal de paz é considerada a mais generosa utopia sonhada na Europa do seu tempo!
Penso que, Romualdo Sarcedo daria pujança ao Padre Antonio Vieira, ao construir um personagem complexo e apaixonante, através de um dos seus sermões! O dinamismo, das palavras do sacerdote e a sua retórica encontrariam solo fértil nas falas de Roma. Sem dúvida, seu personagem estaria envolvido como: um grande crítico da sociedade contemporânea!
Roma conta com uma bagagem teatral de fazer inveja e tiraria de letra esta empreitada cênica!
Recordo de uma frase de Antonio Vieira que lia para os meus alunos e que deixo para vocês levarem adiante num moto-perpétuo,
“Às vezes a paz e a felicidade estão mesmo debaixo do nosso nariz, e nós teimamos em procurar o descanso onde este não está, seguindo as vozes da multidão em vez de nos ouvirmos melhor a nós próprios.”


Agradecendo:
A alegria de conseguir terminar 2015 compartilhando a arte lítero-musical e a vida dos homenageados, que, tanto fazem e fizeram pela história da Cultura no Sarau Literario Piracicabano!                             Ana Marly De Oliveira Jacobino

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Surpresas...

Sarau Literario Piracicabano na última edição da ano de 2015 leva com brilhantismo as participações de todos. Ana Marly De Oliveira Jacobino

Um dos Homenageados da noite do dia 15 de Dezembro de 2015 foi Romualdo Sarcedo o Roma ator, diretor, produtor...

A Dança da Serpente com Josiany Longatto

Conjunto Caleidoscópio com voluntários do Sarau Literário Piracicabano

Grupo Caleidoscópio — com Ana Lúcia Paterniani,Suzi Christophe Furlan e Carlos Roberto Furlan.

Grupo Allecro Vocalle sobre a regência de Lucas Lopes

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Mais um ano em atividades...

Vamos fechar este ano de 2015 (repleto de tribulações para o Sarau, que, ficou literalmente sem casa...conseguindo as duras penas terminar o calendário do ano) com chave de ouro, com dois dignos representantes das Artes: Antonio Vieira mostra a sua força na Literatura e Romualdo Sarcedo (Roma) no Teatro. Ana Marly de Oliveira Jacobino

Sarau Literario Piracicabano no dia 15 de Dezembro finaliza mais um ano de belas homenagens, poesias, músicas, esquetes teatrais... com *Romualdo Sarcedo (Roma) ator, diretor, produtor teatral e o escritor * Antonio Vieira (um dos maiores literatos da Língua Portuguesa).


*Local: Anfiteatro da Engenharia Esalq Piracicaba Piracicaba (em frente ao Lago dos Patos)


*Data: 15 de Dezembro de 2015 (terça-feira) _19 h 30


*Entrada Gratuita


## Acompanhamento musical do Caleidoscópio com Maestro Carlos Roberto Furlan : vocais e instrumentação Ana Lúcia Paterniani e Suzi Christophe Furlan

*Coordenação: Ana Marly De Oliveira Jacobino


Romualdo Sarcedo o Roma

Antonio Vieira