quinta-feira, 25 de junho de 2015

Dois escritores ...duas linguagens...

“Arco, tarco ou verva” explora Cecílio em nuances exploratórios num “caipirês” de fazer inveja a Ariano que lhe responde com o “Movimento Armorial”! Ana Marly De Oliveira Jacobino

Ficheiro:Ariano Suassuna.jpg

Cecílio e Ariano são cúmplices sem marcar ou demarcar encontro para confabular cumplicidade! Não o fizeram de fato, contudo, são cúmplices em fabricar histórias brincando com as palavras, sem cerimônias, sem complicar! Ariano e a “Corrente Armorial” vinculada à produção da literatura de cordel, à moda de viola, a instrumentos como a rabeca (a qual cria a atmosfera sonora para sustentar o canto dos músicos que levam adiante a cultura do povo nordestino), até mesmo as capas de seus trabalhos são manufaturadas com a técnica própria da xilogravura. Cecílio e o “Dicionário do Dialeto Caipiracicabano - Arco, Tarco Verva" me faz recordar da Disciplina de Lingüística em que a Professora Drª Cecília Perroni comentava que puxar o “erre” ao falar “porta” uma característica típica do interior paulista, também, foi falado pelos paulistanos..., deste modo, ela nos premiava com a história do nosso “caipirês”. Eu a ouvia atenta, mas, já sabia deste fato, graças às leituras que fiz e, ao ouvir as entrevistas do Mestre Cecílio nos meios de comunicação, resgatando com veemência a história do nosso dialeto caipira. 
Com o terrível AI-5 sendo instaurado, Cecílio era o dono do Diário de Piracicaba, pois bem, naquela sexta-feira negra para a história do Brasil, Cecílio já estava com o jornal praticamente pronto, então, ele pediu que as colunas fossem publicadas em branco. Cecílio conta que: “Foi à primeira manifestação no Brasil contra a censura”
Cecílio Elias Netto acaba de publicar o livro “Piracicaba Que Amamos Tanto” em que ele faz o resgate histórico “- em fatos e fotos – a magia e os encantos de Piracicaba, com registros a partir do século 19 até os dias atuais, com Cecílio narrando, de forma simples, mas, ao mesmo tempo opulenta; com linguagem rebuscada, porém espontânea, tudo o que o cidadão piracicabano sente, vê e ouve sobre sua terra, natal ou adotada.”
Com certeza, no futuro, o nome e as obras de Ariano Suassuna serão obrigatórios para o entendimento do Nordeste, ele, resgatou a criatividade e inovação dentro da cultura nordestina, pelo simples fato que, estava disposto a proteger estas culturas e conduzi-las para o alcance de todos os brasileiros, independente da classe social de cada um deles. Cecílio Elias Netto leva na vida a certeza de que, não se pode esquecer que Piracicaba precisa registrar sua história, e isto, ele faz com paixão na sua escrita repleta de genialidade! 

Publicado no Caderno do Sarau Literário Piracicabano de 16 de Junho de 2015

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