Sarau Literário Piracicabano fazendo a Festa em Poços de Caldas

Para os "Toricelii" nossos anfitriões em Poços de Caldas fica a certeza que o Sarau Literário está esbanjando arte, amizade, alegria e muito charme. A festa Lítero-Musical  está ficando cada dia melhor! Vamos então festejar um pouco do que foi o sarau, aqui no blog da Agenda Cultural Piracicabana.


Sarau Literário Piracicabano propicia encontro dos amigos... em Poços de Caldas
                                                Foto montagem by Ivana Marisa

SEXTO SARAU NO PÉ DA MANTIQUEIRA_   Carlos Roberto Furlan

A   manhã é um poema e tudo em derredor transcende à poesia.O vento soprava mansamente, trazendo na aragem o suave perfume das florestas próximas.E lá chegamos uma vez mais. Poços de Caldas já estava banhada de sol; os canteiros sorriam agradecidos ao orvalho da madrugada.A cidade já despertava alegre, naquele começo de dia. Os nossos anfitriões – a família Toricelli – com o peculiar carinho de sempre, a postos com o costumeiro e delicioso café de recepção, regado por abraços que confirmavam o início do 6º encontro dos amigos do Sarau Literário Piracicabano (mineiro-piracicabano), na bucólica estância de Minas Gerais, um dos mais lindos trechos da Serra da Mantiqueira.Estômagos fartamente saciados, todos seguimos para os passeios pela praça, pelo mercado, pelo recanto japonês, pela casa da cultura, pelas thermas, pelas feiras, pelas fontes...A colorida tarde de junho ia-se, aos poucos, espichando-se lentamente em poentes de amarelo com labaredas de vermelho. Pôr-de-sol que demora, tentando paralisar-se, fixar-se na constelação das estrelas, como quem quer guardar os mínimos detalhes do final do dia mineiro.

E a noite de gala se inicia. O céu seco e estrelado caprichava, banhando-se nas águas da piscina. Ali nada acontece homeopaticamente: tudo é motivo para festa, tudo vira alegria em borbulhão porque todos sabem que   “uma pitada de poesia é suficiente para perfumar um século inteiro”. E mais uma pitada de mágica aqui, outra piada ali, o teatro se faz na penumbra da criatividade, a música e os textos tentam sussurrar ao pé do ouvido buscando um ninho lá no coração. Os olhos, atentos, acompanhavam cada movimento, porque aprenderam com Angelus Silesius que, com um dos olhos vemos as coisas que o tempo leva; com o outro, as coisas que permanecem eternas. Pela lente da poesia o nosso sarau prossegue como quem procura  enxergar um mundo repleto de possibilidades, farto de beleza, que enleva o coração, sacudindo dos ombros o peso das preocupações do cotidiano.

Por tudo isso, cada sarau é único; como uma foto que registra um momento, singular e indelével. E cada um nós é um fotógrafo, fotografando tudo com palavras que  encontram eco nesse espaço lúdico por onde trilhamos, esmiuçando o código que desvenda o mistério das afinidades pessoais: se é genético ou não, pouco importa. O que se sabe é que essa química descontraída esteve ao centro do nosso encontro e, no imenso cadinho poético, que é a casa dos queridos amigos Juracy e Ondina, foram acrescentados, cuidadosamente, todos os ingredientes que, catalisados pelo carinho e a delicadeza dos anfitriões,  encontraram guarida em cada conto, em cada canto. Assim, mergulhados nas asas da noite que se derramava mineiramente, o nosso quilombo cultural, com seus temperos caipiracicabanos exalou, uma vez mais, o perfume das poesias, paralisando o tempo num momento que já faz morada em nossos corações, que já batem saudosos, guardando um gostinho de quero mais, porque afinal de contas todos nós somos aquilo que amamos, lição aprendida com Pablo Neruda : “Si nada nos salva de la muerte,  al menos que el amor nos salve de la vida”.

                         E os participantes aplaudiram a cada apresentação...

Um sarau é sempre motivo de surpresas... Carmelina Toledo Piza contando história...

Os anfitriões Ondina Bueno Toricelli  e Juraci Toricelli os nossos agradecimentos... a noite foi um sucesso, parabéns e obrigada pela hospitalidade.