O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é
dor A dor que deveras sente... O
desdobramento do “eu”, a multiplicação de identidades e a sinceridade do
fingimento, uma condição que firmou na criação literária de Fernando Pessoa, com personalidades poéticas independentes.
Um dos homenageados do Sarau Literário Piracicabano de 18 de Junho de 2013 foi Fernando Antônio Nogueira Pessoa
Tabacaria _ Álvaro de Campos
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. (...)
A segunda homenageada do Sarau Literário Piracicabano foi a Josiane Maria de Souza
formada em Letras Português/Inglês pela Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras da Fundação Dom Aguirre, mestrado em Teoria Literária
pela PUCCAMP, doutorado em Teoria
Literária pela Unicamp. Trabalha há 27 anos na Unimep lecionando Teoria
Literária, Literatura Portuguesa, Leitura e Produção de Textos. Ama
literatura, sobretudo, a portuguesa, a paixão de sempre: Fernando
Pessoa. Ela crê que isso basta, pois: “Ama os mundos imaginários,
portanto, prefere não ter biografia”.
Conjunto Caleidoscópio - Carlos
Roberto Furlan (violão e voz) e Suzi Furlan (flauta e voz): Ana
Paterniani (flauta e voz), China na voz e percussão , Marcos
Dellamatrice contrabaixo e voz no Sarau Literário Piracicabano de 18 de
Junho de 2013
http://www.youtube.com/watch?v=5x_ruCPAoO0&feature=share
Sarau Literário Aberto para quem enviou trabalho :
INSENSATEZ - Elda Nympha Silveira
Terra! Estamos ouvindo teu lamento.
Sugamos teus seios fartos com ganância.
Agora estás sofrendo sem guarida.
Usufruímos de tudo com constância.
Numa velocidade jamais assistida.
**Nada foi poupado, nada mais existe!
A lava avança, geleiras derretem,
Os mares insanos embrutecem,
não têm mais a mansidão de ontem,
Rebentam em vagas que entretecem,
¨¨Em enchentes que levam coisas e gente...
Os animais também desaparecem
quando o sol inclemente torra e greta
as belezas desta terra que parecem
paisagens pintadas por infernal esteta!
¨¨Se a terra já foi nossa, não será mais,
Nossa insensatez torna irreversíveis
problemas que não sabemos resolver!
Nós humanos somos todos insensíveis,
pois sem a terra como iremos viver?
INSENSATEZ - Elda Nympha Silveira
Terra! Estamos ouvindo teu lamento.
Sugamos teus seios fartos com ganância.
Agora estás sofrendo sem guarida.
Usufruímos de tudo com constância.
Numa velocidade jamais assistida.
**Nada foi poupado, nada mais existe!
A lava avança, geleiras derretem,
Os mares insanos embrutecem,
não têm mais a mansidão de ontem,
Rebentam em vagas que entretecem,
¨¨Em enchentes que levam coisas e gente...
Os animais também desaparecem
quando o sol inclemente torra e greta
as belezas desta terra que parecem
paisagens pintadas por infernal esteta!
¨¨Se a terra já foi nossa, não será mais,
Nossa insensatez torna irreversíveis
problemas que não sabemos resolver!
Nós humanos somos todos insensíveis,
pois sem a terra como iremos viver?
FLUI A ALMA NO IR E VIR DO AMOR - Ana Marly de Oliveira Jacobino
Pressinto que na minha vida,
algo inexplorado flui de mim,
silêncio, deixo-me envolver,
desejo alado de um serafim,
dono da minha alma ferida,
dono do meu último poetar,
marcado pela dor do desafio,
falar para quê?, ouvir o quê?,
a dor que espalha os gemidos,
pelas esquinas num esgueirar,
invisível de um olhar perdido,
falar para quê?, ouvir o quê?,
já não tenho vontade de falar,
tudo flui no ir e vir, no ir e vir,
feito o oceano feliz e comovido
a espera de um novo ressurgir.
Qual é o motivo deste ir e vir?
É um desejo de amar de colorir,
os amantes no papel, tolos, a sorrir.
Desejos fortes, desejos carnais,
deflorados pelas maledicências,
das camufladas e falsas alegrias!
Pressinto que na minha vida,
algo inexplorado flui de mim,
silêncio, deixo-me envolver,
desejo alado de um serafim,
dono da minha alma ferida,
dono do meu último poetar,
marcado pela dor do desafio,
falar para quê?, ouvir o quê?,
a dor que espalha os gemidos,
pelas esquinas num esgueirar,
invisível de um olhar perdido,
falar para quê?, ouvir o quê?,
já não tenho vontade de falar,
tudo flui no ir e vir, no ir e vir,
feito o oceano feliz e comovido
a espera de um novo ressurgir.
Qual é o motivo deste ir e vir?
É um desejo de amar de colorir,
os amantes no papel, tolos, a sorrir.
Desejos fortes, desejos carnais,
deflorados pelas maledicências,
das camufladas e falsas alegrias!
Sarau vai acontecer em 16 de Julho de 2013 na Biblioteca Municipal, as 19h30, com o Tema: “Na outra margem do rio, Opus 4 um encontro inusitado com Rosa, rio abaixo, rio afora, rio adentro em um Sarau !”
Homenageados_ João Guimarães Rosa e Quarteto de Cordas OPUS 4
fotos google e Ana Marly
O evento sobre Pessoa(s) deve ter sido lindo e o próximo marcado, o será também! beijos,chica
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