Na foto as escritoras: Luzia Stocco, Raquel Delvaje, Madalena Tricanico, Lídia Sendin, Leda Coletti, Ana Marly de Oliveira Jacobino
O objetivo do livro é envolver a criança na
leitura da poesia para torná-lo um adulto leitor. A poesia vai além de,
trabalhar o lado lúdico da criança, a poesia vai propiciar com a sua
musicalidade as brincadeiras infantis, o mundo animal, o
mundo familiar, e tantos outros mundos..., levando-os a explorar a
imaginação. Sempre é bom lembrar: poesia boa para a criança é boa para o
adulto, também.(Ana Marly)
Homenagem das "Mulheres Poetas" para todas as "Mulheres"com a arte de Carmelina Toledo Piza _ Parte3QUE SE MUDE A ALMA ENQUANTO VENTA_ Raquel Delvaje
Ao passo em que me tenho esse semblante
(Que outrora se formou por entre o ventre)
Que se mude o semblante, conforme a alma.
E que se mude a alma enquanto vente.
E se o vento ventar em meu espírito
Que venha transformar meu pensamento
Bem antes que se faça em mim um mito
(Bem antes que se passe em mim o tempo)
( Bem antes que meu sonho se torne pouco)
Bem antes que transforme em mim um ópio
E faz de um sonho doce um sonho louco
E bem antes que a paz transforme em ódio.
Bem antes que meus olhos tristes cerrem
Aflitos na agonia de um vazio,
Em que nada se fez pra transformar
E ancorou como um náufrago navio.
“Evoluir somente é o que me basta”
Digo à minha alma que está tão sedenta...
Que se mude o semblante, conforme a alma.
E que se mude a alma enquanto venta.
Corpo _ Marisa Bueloni
Meu corpo se toca como harpa
As cordas tocadas num harpejo
Puxando da ponta espinho e farpa
Soprando nas chagas com um beijo
Meu corpo na pauta da agonia
Compasso binário de solfejo
Meu corpo lutando noite e dia
A luta da cura que ensejo
O bálsamo do spray nas minhas costas
É cânfora no vale e nas encostas
Perfume da nota em pentagrama
A música é dor regida ao estro
É látego na palma de um maestro
É corpo que vive, sofre e ama
EDUARDA, MINHA MÃE. _ Elda Nympha Cobra Silveira
Estarrecida, olhava à minha volta
E sentia a sua presença,
Isso sempre senti
Desde a nascença.
A senhora, minha mãe
Era o calor, a compreensão
O porto na chegada
E a benção na partida.
Com seu sorriso complacente
E seu olhar admirador
Me envolvia, sempre
Na doçura do seu amor.
Ninguém mais me vê
Desse seu jeito amigo
Valorizando cada gesto meu,
O seu amor de mãe
Não foi desfeito, está comigo
Nem a morte o levou,
Pois sinto que ainda estou
Nos braços seus.
Arte de Carmelina Toledo Piza
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