terça-feira, 1 de novembro de 2011

No meio do caminho tinha Drummond...

Uma poesia marcada pelo ritmo de Minas Gerais, onde nasceu ouvindo o som do trem, ou, do Rio de Janeiro ouvindo a riqueza melódica da cidade. O apito do trem e o apito do samba fizeram este mineirinho-carioca reinar absoluto nos versos que fez. Ah! Você pode me lembrar que o Brasil é um celeiro de poetas por excelência, mas, hoje estamos comemorando o nascimento de Carlos Drummond! No meio do caminho tinha uma pedra/ tinha uma pedra no meio do caminho ou E agora, José?/ A festa acabou/ a luz apagou... Drummond escrevia sobre a morte como ninguém, mas não deixava de lado a sua veia humorística! Salve Poeta Carlos Drummond de Andrade! Salve! Salve!
                                              Ana Marly de Oliveira Jacobino
As portas da igreja (Monte Sião) abrem as portas para a cidade e para as montanhas mineiras.
Filho do fazendeiro Carlos de Paula Andrade e D. Julieta Augusta Drummond de Andrade, nascido em Itabira do Mato Dentro, Minas Gerais, a 31 de outubro de 1902, nunca foi dado aos cuidados da terra e desde muito cedo deu preferência às letras.
         "O hábito de sofrer, que tanto me diverte / é doce herança itabirana. "
                                   Memória_ Carlos Drummond De Andrade
Amar o perdido

deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão

Alguma Poesia, seu primeiro livro, foi editado em 1930. Foram apenas 500 exemplares. Em 1931, morre seu pai, aos 70 anos. Três anos depois transferiu-se para o Rio de Janeiro e não mais voltou a sua cidade natal: "Itabira é apenas uma foto na parede / mas como dói!" O humor sempre o acompanhou mesmo falando de assuntos sérios como a morte:
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?

Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
preferiram (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
                           Ouça Drummond contar um pouco sobre a sua poesia:
http://youtu.be/g4Zgl_Npk_4
                                                    Dados biográficos

Mas que dizer do poeta
Numa prova escolar?
Que ele é meio pateta
E não sabe rimar ?
Que veio de Itabira,
Terra longe e ferrosa ?
E que seu verso vira,
De vez em quando, prosa ?
Que é magro, calvo, sério
(na aparência ) e calado,
com algo de minério
não de todo britado?
Que encontrou no caminho
Uma pedra e, estacando,
Muito riso escarninho
O foi logo cercando?
Que apesar dos pesares
Conserva o bom-humor
Caça nuvens nos ares,
Crê no bem e no amor ?
Mas que dizer do poeta
Numa prova escolar
Em linguagem discreta
Que lhe saiba agradar?
                  Maria Julieta a filha amada, sua esposa Dolores e Carlos em foto de família
Em 1928 publica na Revista Antropofagia, de São Paulo, o poema No meio do caminho, que se torna um verdadeiro escândalo literário. No mesmo ano nasce sua filha Maria Julieta. Filha única e sua grande paixão, Maria Julieta seria sua eterna musa, um verso meu, iluminando o meu nada, diria no poema A mesa. A cumplicidade entre os dois existia no mais singelo olhar e também na vocação. Escritora, Julieta jamais conseguiria destaque, pois o sobrenome famoso do pai a deixou em segundo plano.
Um pouco mais da sua poesia na voz de Tom Jobin:
http://youtu.be/1PoU8aVRRAI
Memorial para Drummond em Itabira
Em 1982, Drummond completa 80 anos. Poucos são os poetas brasileiros igualmente longevos. Nenhum mais festejado. Pedro Nava, seu companheiro de geração, e poeta bissexto, o saúda: ”O nosso poeta Drummond foi e é senhor de escolher os seus caminhos”. Ele presenciou muitas homenagens nos seus 80 anos.  Mas, algumas perdas o fizeram sofrer muito. Como a do próprio Nava e, sobretudo, a da filha única, Maria Julieta, que falece a 5 de agosto de 1987. E as 20 horas e quarenta e cinco minutos. O dia, 17 de agosto de 1987, uma segunda-feira. Na Unidade de Terapia Intensiva do segundo andar do ProCardíaco, no bairro carioca de Botafogo, na rua Mariana, Drummond morre, de mãos dadas com Lígia Fernandes, sua namorada de há longos anos.  
Carlos Drummond de Andrade - Biografia. Página visitada em 29/09/2008.                                    
http://www.casadobruxo.com.br/poesia/c/carlos.htm
Palavra puxa palavra em C. D. de Andrade - Garcia, Othon Moacyr (1955), RJ.
A rima na poesia de C. D. Andrade - Martins, Hélcio (1968) - RJ.
Drummond: a estilística da repetição - Teles, Gilberto M. (1970) - RJ.
Drummond rima Itabira mundo - Moraes, Emanuel de (1971) - RJ.
                                                 Eles estiveram no Brasil e o sucesso foi comprovado
Pela primeira vez no Brasil, a Sinfonia Rotterdam, uma das melhores orquestras da Holanda, fez uma apresentação em Valinhos. O concerto foi realizado no 15 de outubro, no Auditório Municipal (antigo cinema), com entrada gratuita. A iniciativa é da empresa Eaton e conta com apoio da prefeitura da cidade.
Com uma hora de duração, a apresentação fez parte da celebração do ano da Holanda no Brasil e integra o projeto “Concertos 100 anos Eaton”, lançado este ano para comemorar o centenário da empresa que tem negócios em mais de 150 países.
A Sinfonia Rotterdam, fundada em 2000, destaca-se no cenário da música erudita europeia. Anualmente realiza a própria série de concertos em Rotterdam e recebe convites para tocar nos principais espaços holandeses e em outros países, como a Eslovênia, Alemanha, Bélgica, Inglaterra e México. No Brasil, a formação clássica do grupo conta com 21 músicos, além do maestro.
Pedro Visockas Costa (piracicabano, músico da Orquestra, residente na Holanda) no centro é abraçado por familiares e músicos da orquestra em uma das  noites de gala dos músicos no Brasil.
                  O competente maestro Conrad van Alphen e Ana Marly Jacobino
Sob a regência do sul-africano Conrad van Alphen, de 48 anos, o trabalho dos músicos ganhou maior projeção na Europa.
                                                        E a poesia está no ar
Luzia, Madalena, Raquel e Ana Marly em encontro marcado pela poesia.
                                                                Convite:
O Teatro Popular do SESI Piracicaba apresenta nesta quinta, dia 03 de novembro às 20h, Marcos Moraes Trio no show Sarava Baden. A entrada é franca.
                                         REPERTÓRIO BÁSICO DO SHOW :

CANÇÃO / MUSICA e AUTORIA
Canto de Ossanha – Baden Powell
Cai Dentro – Baden Powell
Vou Deitar e Rolar - Baden Powell
Choro para Metrônomo - Baden Powell
Samba Novo - Baden Powell
Berimbau - Baden Powell
Deixa - Baden Powell
Valsa Numero Um - Baden Powell
Valsa para Eurídice - Baden Powell
Jongo – João Pernambuco
SERVIÇO:
SESI Arte Local – Saravá Baden com Marcos Moraes Trio
Local: SESI Piracicaba - Av. Luiz Ralph Benatti, 600 - Vila Industrial
Data e horário: dia 03/11 (quinta feira).
Capacidade: 320 lugares
Informações: (19) 3403-5928 Duração: 90 min. Recomendação etária: LIVRE fotos google e Ana Marly

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