terça-feira, 6 de setembro de 2011

Independência! Os escritores e poetas estiveram na vanguarda....

"Idéias nacionalistas já existiam, mas, com a falta da imprensa a dificuldade da divulgação da idéia nacionalista não se propaga. Com a vinda da corte portuguesa ao Brasil a liberdade de expressão aumenta. É criada a imprensa nacional e deste modo o ideal romântico escrito por Victor Hugo: "Nem regra , nem modelos ", se estabelece. Grandes poetas desenvolvem a poesia romântica  teor patriótico, de afirmação nacional, de compreensão do que era ser brasileiro. O Brasil de fato começa aqui!""                                      Ana Marly de Oliveira Jacobino
Três escritores brasileiros que propagaram a idéia do nacionalismo no ínicio do século XIX. Da esquerda para direita: Gonçalves Dias, Manuel de Araújo Porto-alegre e Gonçalves de Magalhães (1858).
História da Independência do Brasil - pintura, quadro de Pedro Américo_ Independência ou Morte : 7 de setembro de 1822 - quadro de Pedro Américo
         Após 1822, cresce no Brasil independente o sentimento de nacionalismo, busca-se o passado histórico, exalta-se a natureza da pátria; na realidade, características já cultivadas na Europa e que se encaixavam perfeitamente à necessidade brasileira de ofuscar profundas crises sociais, financeiras e econômicas. De 1823 a 1831, o Brasil viveu um período conturbado como reflexo do autoritarismo de D. Pedro I: a dissolução da Assembléia Constituinte ; a Constituição outorgada; a Confederação do Equador; a luta pelo trono português contra seu irmão D. Miguel; a acusação de ter mandado assassinar Líbero Badaró e, finalmente, a abdicação. Segue-se o período regencial e a maioridade prematura de Pedro II. É neste ambiente confuso e inseguro que surge o Romantismo brasileiro, carregado de lusofobia e, principalmente, de nacionalismo.
                                 Ouça a boa  música instrumental brasileira:
                                       http://youtu.be/iWUD-jJjtLs
                                                 Quadro retratando Gonçalves Dias
Os primeiros românticos são conhecidos como nativistas, pois seus romances retratam índios vivendo livremente na natureza, numa representação idealizada. O índio é transformado no símbolo do homem livre e incorruptível.
Nosso Romantismo apresenta como traço essencial o nacionalismo, destacando o indianismo, o regionalismo, a pesquisa histórica, folclórica e lingüística, e a crítica aos problemas nacionais.
No Brasil, a poesia romântica é marcada, num primeiro momento, pelo teor patriótico, de afirmação nacional, de compreensão do que era ser brasileiro, ou pela expressão do eu, isto é, pela expressão dos sentimentos mais íntimos, dos desejos mais pessoais, diferente do ideal de imitação da natureza presente na poesia árcade. Isto tudo seguido de uma revolução na linguagem poética, que passou a buscar uma proximidade com o cotidiano das pessoas, com a linguagem do dia-a-dia. No poema "Invocação do Anjo da Poesia", Gonçalves de Magalhães diz que vai abandonar as convenções clássicas (como a da cultura grega) em favor do sentimento pessoal e do sentimento patriótico.
                               Um pouco mais da nossa música:
                                       http://youtu.be/v06goDMXUcE
                                                               Gonçalves de Magalhães
O Romantismo no Brasil teve como marco fundador a publicação do livro "Suspiros poéticos e saudades", de Gonçalves de Magalhães, em 1836, e durou cerca de 45 anos terminando na década de 1880 com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, por Machado de Assis. O Romantismo foi sucedido pelo Realismo.
Apesar de servir como marco de início do romantismo no Brasil, a obra "Suspiros Poéticos e Saudades" não apresenta grande notoriedade ou importância no cenário artístico poético do romantismo brasileiro assim como as outras obras de Gonçalves de Magalhães.
Vocabulário mais brasileiro - Como um meio de criar uma cultura brasileira original os artistas buscavam inspiração nas raízes pré-coloniais utilizando-se de vocábulos indígenas e regionalismos brasileiros para criar uma língua que tivesse a cara do Brasil.
             Milton Nascimento - Canção da América: http://youtu.be/OlcQE4NeXow

                                                           Canção de Exílio (Gonçalves Dias)


Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.


ABRAMS, M. H. The Mirror and the Lamp; Romantic Theory and the Critical Tradition. London / Oxford / New York: Oxford University Press, 1977.

ALMEIDA, Pires de. A escola byroniana no Brasil. São Paulo: Conselho Estadual de Cultura / Comissão de Literatura, 1962. (Textos e Documentos, 5).
AMORA, Antônio Soares. O romantismo. 5. ed. São Paulo: Cultrix, 1976. (Literatura brasileira, 2).
                                                                       Convite
Raquel de Queiróz, a "Dama da Ficção Social Nordestina" convida para o "Sarau das Flores" que vai acontecer no dia 13 de Setembro (19h30)no Teatro Municipal de Piracicaba na sala 2.

Convidada local homenageada pelo Sarau Literário Piracicabano: a escritora, poeta piracicabana das crônicas e poemas fortes (muitos deles de cunho social) a "Dama da Ficção Social Piracicabana": Dirce Ramos de Lima.

       "O Sarau mais charmoso da cidade”

             Teatro Municipal Drº Losso Netto em Piracicaba

                     Venha ouvir Poesia, Música, Teatro...
Entrada Franca (lotação 100 lugares retirar na bilheteria do Teatro Municipal


                              fotos by google

2 comentários:

  1. Anônimo6/9/11 12:03

    Gonçalves Dias é o poeta de meu coração! Numa antologia poética ,antiga e enorme de paginas, que havia em minha casa (herança de meu avô?)lia e relia seus poemas desde os 7 anos de idade.
    Minha preferida: Não chores,meu filho, não chores que a vida é luta remida , viver é lutar....È luta é combate que os fracos abate, aos fortes e valentes ssssó sabe axaltar!
    Ai!Que saudades de minha antologia que nem sei onde e quando perdemos! Sempre fomos pobres e vivemos até hoje mudando de casa. Em cada mudança tanta coisa abandonamos!
    Várias vezes pedi aos responsáveis por divulgação de literatura na imprensa escrita e falada que colocassem poesias de nossos primeiros poetaS ( para conhecimento de jovens e crianças) mas nunca fui atendida.
    Coisas lindas assim, hoje, só nas Faculdades.

    Dirce Ramos de Lima

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  2. Que história linda você nos premiou por aqui. Que alegria em saber um pouquinho das suas leituras e dos poetas que ama e que também amamos e andam tão esquecidos, mas fique certa querida amiga e poeta, enquanto eu viver e tiver saúde vou relembrando-os como já foi feito no sarau e aqui neste blog. Também tive a chance de espalhar as suas biografias e poesias em sala de aula durante anos a fio. Beijos e até o sarau do dia 13 /09 em que você será homenageada junto a Raquel de Queirós. Abraços Poéticos desta CaipiracicabANA Marly de Oliveira Jacobino

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