sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Apenas pensando um pouco sobre a Consciência Negra! Agend@!

                                 Caros amigos,
Estou encaminhando o cartaz de divulgação do dia da Consciência Negra de 2010. Este ano o evento retorna para a Estação da Paulista.
Esperamos a sua presença neste dia de celebrações e reflexões tão pertinentes para o fortalecimento da cidadania.
Até mais, Antonio Filogenio de Paula Junior - CDCPN

Caros amigos, 
Estou encaminhando o cartaz de divulgação do dia da Consciência Negra de 2010. Este ano o evento retorna para a Estação da Paulista.
 Esperamos a sua presença neste dia de celebrações e reflexões tão pertinentes para o fortalecimento da cidadania.
 Até mais,
 Junior - CDCP

 Apenas pensando um pouco (Antonio F. de Paula Junior)

O mês da consciência negra, como passou a ser conhecido o mês de novembro em todo o Brasil, é um momento de reflexão celebrativa a partir da experiência dos africanos e afrodescendentes em nosso país.
Este mês evoca a lembrança de Zumbi dos Palmares, líder que acabou por ser reconhecido como o referencial da luta pela liberdade dos negros. Através da sua busca e meta, notabilizou-se não somente uma perspectiva de liberdade para os negros, mas também uma possibilidade de reinvenção das relações humanas em pleno regime escravista. Dizemos isto em face a presença não somente de negros no quilombo, mas também de indígenas e brancos, vivendo em harmonia.
Esta forma de organização social antecipa toda a discussão que hoje se faz sobre a diversidade e a necessidade da inclusão.
Esta celebração no mês de novembro tem como ápice o dia 20 de novembro, data na qual o líder Zumbi foi morto, mais especificamente em 20 de novembro de 1695. Portanto, não é somente uma data a ser lembrada pelos negros, mas, sim, por todas as pessoas, independente da sua origem, pois é também um chamado para uma sociedade mais humana e fraterna. A consciência negra neste aspecto é na realidade uma consciência humana, que neste caso é conclamada a partir da experiência histórica dos negros. Mas que muito bem esta irmanada a luta das mulheres, dos miseráveis, e de todos aqueles que foram ou estão excluídos, ou seja, os “ Condenados da Terra” como diria Frantz Fanon.
É, contudo, a partir deste oprimido que se procura uma consciência ética, capaz de reorientar o pensamento e a conduta do homem sobre a terra, que este respeite-se em sua diversidade, e também respeite o meio em que está, a mesma terra que abriga a todos nós. A percepção desta interdependência e desta complexidade complementadora é primordial para que possamos manter viva a esperança de um mundo melhor, em que a plenitude do divino possa ser refeita na práxis do homem. Sendo assim, a consciência que hoje somos convidados a ter é a do negro quando por alteridade me coloco em seu lugar, e sinto ainda a chibata social da discriminação e do preconceito; é a da mulher, quando ainda se vê vítima de uma máquina mercantilista que insiste em projetá-la como objeto de prazer; é a do indígena quando ainda é alijado do seu direito a terra, simplesmente porque não opera diante da lógica capitalista de produção e consumo, e é a consciência de cada um de nós, quando verdadeiramente nos colocamos no lugar do outro que sofre, que é julgado e punido simplesmente por ser diferente. Esta forma de organizar que separa e classifica as pessoas é cruel, injusta e diabólica ( diabolo = o que divide ), ela age contra o simbólico ( símbolo = o um, a unidade ) e consequentemente nos destitui a capacidade da realização humana em todas as dimensões, incluindo a espiritual.
A diferença não deve ser uma barreira, e sim um canal para a comunhão, para o encontro e para o aprendizado. O teólogo Leonardo Boff, nos disse que deveríamos com a diferença construir pontes para o diálogo e não muros de separação. É deste modo, que devemos educar as crianças de todas as etnias e de culturas diversas, a amar.
O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, iluminou o mundo com suas sábias palavras quando falava sobre o regime do apartheid e a possibilidade de uma nova África do Sul.
Dizia ele,
”“Se podemos ensinar as crianças a odiar, podemos ensiná-las a amar”.
Sem dúvida, esta era a chave de um novo tempo.
Ainda lembrando outro grande pensador/filósofo do Mali, Amadou Hampaté Ba, que dizia que peregrinava pelo mundo com sede de aprender, bebendo nas mais variadas fontes, e saboreando aquilo de melhor que cada povo e cultura pudesse oferecer, sem contudo, perder a sua própria cultura, mas melhorando-a a partir da cultura do outro, e assim procurando ser uma pessoa melhor a cada dia.
Assim, devemos oferecer de maneira cortês e generosa aquilo que melhor possuímos a nossa experiência de vida, para que também sirva de algum modo ao bem comum. Nesta troca não há valor absoluto de verdade, mas pequenas experiências individuais que se colocam humildemente na mesa da comunhão, de onde talvez um dia tenhamos verdadeiramente celebrado e consumido o pão da vida.
Enfim, que saibamos a cada dia aprender com o outro, e se neste mês temos a oportunidade de encontrar-se um pouco mais com o negro e sua cultura, sejamos todos convidados a participar deste momento, revendo nossos conceitos e ampliando nossa capacidade de compreensão humana. Muita luz sempre!


Dia da Consciência Negra: 20 de Novembro por Cornélio T. L. Carvalho
No período de 31 de Agosto a 08 de Setembro de 2001, realizou-se em Dubam, África do Sul, a Conferência das Nações Unidas contra o Racismo, Discriminação, Xenofobia e a Intolerância Correlata.
Ao final do conclave, entre os acordos, estabeleceu-se que o Holocausto, na Alemanha Hitlerista e a escravidão negra no mundo ocidental foram crimes contra a humanidade. Foi sugerido aos países envolvidos que oferecessem algum tipo de reparação a esses crimes.
Os sobreviventes do Holocausto foram ressarcidos com um salário simbólico, válido até aos nossos dias.
Foram trazidos para o Brasil cerca de quatro milhões de negros. Libertos pela Lei Áurea em 1888, não tiveram casa para morar nem qualquer oferta de trabalho remunerado. Como sobreviver, soltos nas matas ou perambulando pela cidade?
Não bastassem o trabalho árduo, as chibatas, o estupro e as humilhações, os libertos sempre tiveram as portas fechadas pelo preconceito. Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) entre os 80% da população pobre no Brasil, 73% são Afro-descendentes.
Esses fatos são suficientes para se entender à saga dos negros no Brasil.
A luta contra o preconceito racial sempre fez parte das entidades negras e a Conferência Mundial em Dubam incentivou os ativistas a buscar melhorias através de leis mais abrangentes. Daí o incremento das medidas para diminuir a desigualdade social através das ações afirmativas. As discutidas cotas para acesso às Universidades, agora abolidas pelo Estatuto da Igualdade Racial nasceram desse movimento, assim como as cotas pelo trabalho nas empresas.
A comemoração de 20 de Novembro como Dia da Consciência Negra está aí para a sociedade não esquecer e não discriminar aqueles cujas forças do trabalho muito fizeram pela construção desse país.
 O Dia da Consciência Negra, Feriado em muitos municípios, comemorado no dia 20 de novembro remete-nos a Zumbi dos Palmares, o maior ícone da resistência negra ao escravismo no Brasil. Data marcada país afora por manifestações, passeatas e seminários em várias cidades brasileiras, em cerca de 225 municípios trata-se de feriado, tamanha a importância do evento. O estado onde mais cidades decretaram feriado é o Rio de Janeiro.
fotos3 ,4,5 : http://topicos.estadao.com.br/fotos-sobre-consciencia-negra

Interpretação de Antonio F. de Paula Junior  acompanhados do Sr. Vanderlei Bastos e do Sr. Vanderlei Gilberto de Barros para o poema de CARLOS DE ASSUMPÇÃO (nasceu em 23 de maio de 1927 em Tietê/SP).
Veja o Video feito no Sarau Literário Piracicabano:
                       http://www.youtube.com/watch?v=QntZZH5_91I

Convites:




3 comentários:

  1. Querida amiga.

    Penso que toda forma
    que possibilite o crescimento humano
    é bem vida.
    Mandela. Zumbi. Gil...
    Tantos e tantos.
    Representantes do que
    de melhor existe
    dos valores humanos.

    Sua amizade é preciosa para mim.

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  2. Obrigada Aluisio pelo comentário e pela visita. Achei sua falta. Um grande e poético abraço

    Ana Marly de Oliveira Jacobino

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  3. CARA ANA MARLY
    CADA VEZ QUE LEIO ESSE SEU BLOG, MAIS FICO ADMIRADA PELA AMPLITUDE DO SEU INTERESSE PELAS CAUSAS JUSTAS E PELO VALOR QUE É DADO A TODOS QUE SE DESTACAM OU SE DESTACARAM NESSE PALCO QUE É NOSSA VIDA.

    ELDA NYMPHA

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