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Conheça um pouco mais dos Poetas de Bragança Paulista

Juraci, Ondina Toricelli e Ana Marly

Trabalhos publicados no Caderno so Sarau Literário Piracicabano de 14 de Setembro (parte 4)

TANGO, SOMENTE TANGO (Juraci Toricelli)

Foram surpreendidos pela melancolia dos acordes do velho bandoneon.
Um olhar sedutor, um abraço que culmina na dança.
Criatividade e sensibilidade pactuam-se na alma rude e romântica do tango que trás uma sensação, um movimento frenético, compassado, que une corpo e alma.
Não, eles não se olham nem se falam.
A milonga tem sua lei - ele segura-a firmemente em seus braços, conduzindo-a, num ritmo em que a respiração também participa.
E assim, no deslizar ora rápido, ora apressado do tango, onde a emoção e a sedução orientam suas vivencias, a cidade de Buenos Aires, - bela, romântica e cúmplice das noites cinzas, emerge serenamente como num passo de mágica, abrindo a noite para os cabarés, as milongas e no indefinível mundo da boemia.
E o casal, a deslizar pelo salão, ora lento, ora rápido, ora suave, sempre na orbita sonhadora do bandoneon, do violino e sob o canto nostálgico a lançar fragmentos inspiradores aos que se entregam nessa celebração.
E assim, a orquestra numa melodia evocativa, participa da linguagem dos dois corpos a latejar como o borbulhar crescente de uma champanhe.
TANGO, - riqueza de estilo, peculiar, nuances imprevisíveis.
Casais juntinhos, afastados, não casais, lançam-se num redemoinho de emoções e projetam seus corpos com um só objetivo:
O TANGO - num banquete primoroso de afinidades.

Ouça a voz de Juraci Toricelli (no fundo o acordeon de Cláudio Costa) clicando no endereço a seguir:

http://www.youtube.com/watch?v=fsFnyI3c9e8

                                             Livre como um Pássaro (Ondina Toricelli)

Voa, voa pássaro de asas rendadas
Risque este céu azul margeie os prados
Vai buscar sua liberdade nos confins
Deixe suas peias aqui, pássaro dourado.
Voa que o infinito é azul e é todo seu
não como eu,que tanto anseio os ares
não gorjeio, penas não tenho para voar
leva-me pássaro cruzar outros mares.
Pássaro douro de plumas rendilhadas.
Teu vôo será longo como o meu suspirar
furta a tristeza dos meus olhos vazios
Leva-me pro infinito, contigo habitar.
O sol se deita: vejo-me sumindo no horizonte
resvalando minhas plumas na espessa neblina
abro minhas asas e brinco com as nuvens rosadas
como águia num vôo majestoso subo ainda mais pro alto
muito alem das montanhas, voa livre, esta alma pequenina

Ouça a voz de Ondina Toricelli clicando no endereço a seguir:
http://www.youtube.com/watch?v=wHe2DWwq6hA

foto:jpg - arhcoelho.files.wordpress.com/O Tango – de Canaro a Piazzolla (Cornélio T. L. Carvalho)

O tango, música nacional da Argentina, desenvolveu-se às margens do Rio da Prata, entre Buenos Aires e Montevidéu.

Sua raiz africana é o Tangano, uma dança dos escravos da América Central que mais tarde alcançou o Sul. O tango é, portanto, o produto da fusão dos tambores africanos com a milonga, um canto e dança da Andaluzia que se popularizou na região platina.

O vocábulo “tango” significava lugar fechado ou esconderijo no dialeto do Congo, golfo da Guiné e Sudão. Para os escravagistas da América, o termo se referia à reunião de escravos e de danças.

Devido à sua origem e sua dança sensual, o tango não foi aceito pelas elites da cidade, porque era música de arrabalde e dançada no cais portenho por marinheiros, aventureiros e barregãs.

Na primeira década do século passado, os instrumentos do tango eram o violino, vilão e flauta. A introdução do bandonion trouxe ao tango a cadência que caracteriza a música portenha.

Os trios e conjuntos (bandonion, piano, violino e contrabaixo) evoluíram para a formação das orquestras típicas no decorrer dos anos.

Francisco Canaro (26/11/1888- 14/12/1964), violinista e compositor foi um dos pioneiros na formação da orquestra típica de tango argentino.

À frente de sua orquestra apresentou-se em Paris (1925), Estados Unidos (1935), no Japão e em toda América do Sul.

E por que não dizer que, em meados de 1950, apresentou-se em Piracicaba, no teatro São José.

Carlos Gardel (1890-1935), o mais famoso cantor argentino e compositor de renome gravou mais de 900 músicas entre tango, fox-trot, fados e pasodobles. Fez sucesso em Paris, contribuindo para a divulgação do tango na Europa. Como ator realizou filmes em Buenos Aires, Paris e na Broadway.

Seu lugar de nascimento é controverso. Diz-se que nasceu na França, em Toulouse, filho de Betha Gardés e pai ignorado. Outros afirmam que Gardel nasceu no Uruguai, filho de um líder político com Leila Oliva. Quando perguntado sobre sua origem Gardel respondia que nascera em Buenos Aires aos dois anos e meio, sua idade quando aportou na Argentina. Faleceu na Colômbia em desastre aéreo.

Compôs com Alfredo Le Pêra (compositor brasileiro) uma das músicas mais belas do cancioneiro argentino: “El Dia En Que Me Quieras”.

Astor Piazzolla (11/03/1921- 04/07/1992), compositor e bandonionista notável, nasceu em Mar Del Plata, Argentina. Durante os anos da Depressão sua família mudou-se para Nova Iorque onde estudou piano, mas encantou-se com o bandonion (concertina), instrumento típico na execução do tango.

De volta a Buenos Aires, fundou um quinteto (bandonion, piano, violino, guitarra elétrica e baixo) que executava o tango com roupagem de jazz e de música erudita. Era o chamado Tango Novo, apreciado pelos jovens e pouco aceito pelos músicos tradicionais.

Segundo Ettore Estratto, traduzido do livreto que acompanha o CD “Los Tangueros”, da Sony, “Seu tango era sofisticado, dramático e cheio de paixão. Não era para ser dançado, mas ouvido como se fosse um quarteto de Beethoven ou Bartok. A paixão de Piazzolla por Bach estava presente em suas composições (fuga, canone e contraponto que ele aprendeu em Paris com Nádia Boulanger). O ritmo de seu quinteto pulsava com o coração da cidade e suas suaves melodias “milongas” refletiam a tristeza e a alma de Buenos Aires e de seu povo”.

Em 20 de Setembro de 2009, a UNESCO reconheceu o Tango como patrimônio musical da humanidade.

Referencio-me, finalmente, a alguns compositores, cantores e regentes de orquestas típicas que encantaram e difundiram o tango em todos os continentes: Carlos Gardell, Hugo Del Carril, Libertad De La Marque, Mercedes Simoni, Elvira de Grey´s, Ada Falcon (cantores); Francisco Canaro, Carlo di Sarli, Juan D´Arienzo, Aníbal Troilo, Roberto Firpo, Matos Rodriguez, Osvaldo Fresedo, Osvaldo Puglieso (regentes).

foto:jpg - 3.bp.blogspot.com/       TANGO CALIENTE (Elda Nympha Cobra Silveira)

A rua escura iluminada

Corpos colados voluteiam
Ao som de um Bandoneon.
É o tango dolente e fogoso.
Batendo os pés no asfalto negro
Como um toureiro destemido
Ele enlaça a dama em revolteios
E os corpos se aquecem
Ritmando passos marcados.
A platéia se enternece
Despertando muitas emoções.
De staccato em staccato
O fole do acordeon abre e fecha
Como pernas de bailarinos em transe


Acróstico para os homenageados do Sarau de 14 de Setembro:Ondina e Juraci

                                                    Esther Vacchi


O ndina estrela cadente entre a gente
N ove anos de namoro com abraços calientes
D edicada esposa, mãe, três filhos e neto
I nspirada e elegante, faz versos ardentes
N o sarau traz alegria e a todos contagia
A ssim feliz com as Bodas de Esmeralda se faz presente


J uraci poeta apaixonado e bem amado
U m dia encontrou este amor abrasador
R omântico e saudoso esteve emocionado
A tento a poemas e piadas de sua amada
C omparece de Bragança e renova aliança
I nquieto e feliz comemora como outrora

 foto: www.paipo.com         Versos à Domitila (Richard Mathenhauer)

O mar de Santos
Na tarde chuvosa
Tem o sal de tuas lágrimas;
Domitila, chora, alivia tua Alma.
A lágrima de saudade
Correndo na face pálida
É como a onda que se quebra na praia.
Teu suspiro é o som
De águas violentas que
Se jogam nas areias.
Domitila, chora, alivia a tua Alma.
Quem de sua terra partiu
No bojo do peito carregando lembranças
Tem também na Alma um mar...
Tem maresias, tem ressacas,
Tem o revolutear de ondas
E a imensidão do Sem Fim.
Chora... chora, Domitila,
As lágrimas que nascem de teus olhos
São ondas, são o mar de Santos
Numa tarde chuvosa de outubro.

Sonho de Criança (Dione E. Mendes Rossatte)

É ter um lar aconchegante
Com amor e compreensão
Uma família feliz
Onde a paz invade o coração
O pai bom; amigo
A mãe uma boa inspiração
Onde se educa com amor,
Respeito e admiração.
Assim, as crianças vão crescendo
Na santa paz do senhor
E preciso sempre ir à igreja
Pra louvar nosso senhor
Que nos deu sua vida
Pela remissão do pecador.
Criança; ser inocente e cativante
De uma beleza interior
Elas serão o futuro
De um mundo promissor
Por isso, eu as amo
De todo meu coração!

Ouça a homenagem da Escritora e Poeta Nicaraguense Minia de Los Angelas Reyes Lai  aos poetas de Bragança Paulista:

http://www.youtube.com/watch?v=aW6d94YNNpQ

                                                                         Teatro:

Temos a satisfação de convidá-lo(a) para apreciar o espetáculo teatral "DE BOBO, ARTISTA E LOUCO, TODO MUNDO TEM UM POUCO", com a Cia. Sé de Teatro.

Dia: 30/09/2010
Local: Sala 2 do Teatro Municipal
Hora: 20h30
Duração: 45 minutos
Classificação: 12 anos
Ingressos gratuitos deverão ser trocados por 1 litro de leite longa vida, uma hora antes do início do espetáculo na bilheteria do Teatro.
Atenciosamente,

                              Bêne Giangrossi
                                                               Diretora