domingo, 2 de novembro de 2014

Dia de Lembranças...santas lembranças!


Em cada gota do nosso sangue percorrem glóbulos sagrados dos nossos antepassados neste Dia de Finados, aqui estou reverenciando as belas lembranças que, tivemos juntos...inesquecíveis, elas são o bálsamo para levar em frente a nossa história e de cada uma para a posteridade. Obrigada queridos, que, marcaram com suór e vida este lindo caminhar da humanidade ( os erros, sequelas da desumanidade deixamos como pedras no caminho do nosso crescer). Estejam guardados como tesouros nos seus filhos, netos, bisnetos ... na hereditariedade de cada um! 
                                                 Ana Marly de Oliveira Jacobino


"Um conto no Dia de Finados", conta a história de um personagem no caos do trânsito e de uma bicicleta fantasma

Um conto no Dia de Finados _ Ana Marly de Oliveira Jacobino
Pela sombra na calçada pôde ver a morte subir no seu corpo..., seu corpo não sente mais nada, enquanto, a sua alma pode sentir tudo! Muita gente conhecida se acotovela, empurra uns aos outros, ao redor do seu corpo inerte, quebrado, exaurindo os últimos vestígios da vida.
Um homem grita ao telefone para o resgate, não o conheço! Só pode ser algum transeunte solícito, popularmente conhecido, como bom samaritano! A cidade está enlouquecida. Motos circulam pelas calçadas, a tal da mobilidade urbana não é posta em pratica!
Justo neste dia isto foi acontecer comigo? O aniversário do meu amigo vai ter que esperar! Como, isto foi acontecer comigo? Sou um pedestre precavido, estou sempre de olhos bem abertos. Penso que, o trânsito caótico das nossas cidades consegue transformar as pessoas saudáveis em doentes! Ali, confinadas em seus carros deixam à ansiedade e o mau humor se instalar. A má qualidade do transporte público faz as pessoas andarem de carros gerando a solidão, com isso, a falta de convivência no espaço urbano, e, a violência no trânsito, aumenta!
O SAMU chega para fazer o resgate, o médico é um velho conhecido da minha família, seu rosto demonstra amizade, compaixão, tristeza. Pela abertura da perna da mulher a minha frente, posso ver a bicicleta seguir pela rua, não consigo acenar, meu corpo está imóvel! Andar de bicicleta foi a minha paixão, desde sempre, pedalando, ganhei resistência física. No ritmo das pedaladas, a paisagem passa pelos meus olhos, devagar, aceno para os conhecidos num largo sorriso! Juro, andar de bicicleta alivia o estresse.
Uma vez estive bem doente, a bicicleta me salvou! Pedalar estimula o sistema imunológico, aumenta o número de glóbulos brancos, assim, o meu organismo se defende do vírus e das bactérias, logo, fiquei curado.
Dois jovens vestidos a caráter estão me olhando! Percebo que são policiais! Fazem perguntas para as pessoas que, se prontificam a falar, deste modo, consegui descobrir o que houve!
“Um Fiorino branco não respeita a sinalização, em alta velocidade entra na contramão passa por cima desta criatura!” A voz emocionada se cala, após, o relato, muitas outras vozes falam ao mesmo tempo... A placa do carro foi fotografada por um transeunte, antes de o motorista fugir.
“A criatura sou eu!”
Dia de Finados! No local do atropelamento, seguido de morte, uma bicicleta branca é fixada ao poste! Mais uma bicicleta fantasma para marcar mais uma vítima da imprudência no trânsito! Na bicicleta um aviso:
Correr para quê? Para ficar mais perto da morte!”
 
## Publicado na Gazeta de Piracicaba em 02/11/201 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário