"Sophia de Mello Breyner Andresen descobriu a poesia sem ainda saber, o que era Literatura...Mulher que fez dos versos uma catarse da sua vida!"
Ana marly de Oliveira Jacobino
A Hora da Partida _ Sophia de Mello Breyner Andresen A hora da partida soa quando Escurecem o jardim e o vento passa, Estala o chão e as portas batem, quando A noite cada nó em si deslaça. A hora da partida soa quando As árvores parecem inspiradas Como se tudo nelas germinasse. Soa quando no fundo dos espelhos Me é estranha e longínqua a minha face E de mim se desprende a minha vida.Da sua infância e juventude, a autora recorda sobretudo a importância das casas, lembrança que terá grande impacto na sua obra, ao descrever as casas e os objectos dentro delas, dos quais se lembra. Explica isso do seguinte modo: "Tenho muita memória visual e lembro-me sempre das casas, quarto por quarto, móvel por móvel e lembro-me de muitas casas que desapareceram da minha vida (…). Eu tento «representar», quer dizer, «voltar a tornar presentes» as coisas de que gostei e é isso o que se passa com as casas: quero que a memória delas não vá à deriva, não se perca". Está presente em Sophia também uma ideia da poesia como valor transformador fundamental. A sua produção corresponde a ciclos específicos, com a culminação da actividade da escrita durante a noite: "não consigo escrever de manhã, (…) preciso daquela concentração especial que se vai criando pela noite fora."Porque (1996)_ Sophia de Mello Breyner Andresen Porque os outros se mascaram mas tu não Porque os outros usam a virtude Para comprar o que não tem perdão Porque os outros têm medo mas tu não ## Porque os outros são os túmulos caiados Onde germina calada a podridão. Porque os outros se calam mas tu não. ## Porque os outros se compram e se vendem E os seus gestos dão sempre dividendo. Porque os outros são hábeis mas tu não. ## Porque os outros vão à sombra dos abrigos E tu vais de mãos dadas com os perigos. Porque os outros calculam mas tu nãoConvite:Sophia de Mello Breyner Andresen foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999.Liberdade _ Sophia de Mello Breyner Andresen Aqui nesta praia onde Não há nenhum vestígio de impureza, Aqui onde há somente Ondas tombando ininterruptamente, Puro espaço e lúcida unidade, Aqui o tempo apaixonadamente Encontra a própria liberdade.
Terça – 21/05/2013 – 19 horas e 30 minutosSARAU LITERÁRIOPIRACICABANOna
Biblioteca Publica Municipal de Piracicaba_
Entrada Gratuita_Tema: Na Travessia da vida um Sol Maior naPoesiaHomenageados:Regina Gomes - autora de diversos projetos culturais: Por Trás da Canção...fotos google
LInda homenagem à Sophia com a publicação de suas poesias! E o sarau será mais um ,com sucesso, que desejo desde agora! beijos,chica
ResponderExcluirValeu! Chica uma alegria constante saber que você apareceu para visitar a Agenda. Ana Marly
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