Na noite da quarta-feira (06/07) ouvimos do lado de fora da tenda do telão, o crítico Antonio Candido contar sobre Oswald de Andrade. Sentamos em cadeiras junto a uma lanchonete e nem o vento gelado do inverno rigoroso que fazia em Paraty, nos fez sair de lá. O banquete antropofágico servido por Candido nos saciou com o seu conhecimento sobre este grande modernista!" Ana Marly de Oliveira Jacobino
Painéis sobre a vida e a obra de Oswald de Andrade no caminho da tenda do telão em Paraty
E o barquinho vai... e a literatura invade a cidade de Paraty
Um pouco de sol para espantar o frio
As piracicabanas Estela, Marina, Ruth e Àurea espantam o frio com leitura!As belezas das ruas de pé-de-moleque de Paraty
Ana Marly e Àurea brigam nas ruas de Paraty pelo sedutor Oswald de Andrade!
Antonio Candido e suas experiências com Oswald de Andrade (Parte 1)
Ana Marly de Oliveira Jacobino
O crítico literário Antonio Candido, 92 anos, participou e deixou a sua marca com brilhantismo no primeiro dia da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty). Candido abriu a nona edição da festa contando casos e fatos marcantes do amigo Oswald de Andrade (1890-1954), o homenageado do encontro.
Ele não quis fazer um trabalho acadêmico sobre a obra e a bibliografia de Oswald, mas, contar fatos que presenciou in loco. Por ser da geração seguinte de Oswald, e, o último que resta desta geração ele mostra uma memória prodigiosa.
Candido usou o (o) Oswaldo no final do nome do modernista.
Antonio Candido foi generoso com o público ao revelar um fato marcante da sua vida atual.
"Escrevo ainda em máquina de escrever, não sei o que é computador. Comigo não adianta perguntar coisa moderna, sou um homem do passado. Eu sou encalhado no passado. Sou conservador. Uso bigode, ainda. Os jovens usam barba."
Ao falar sobre Oswald como se estivesse sentado ao redor de uma mesa de um café, Candido seduz a platéia e a fez rir ao comentar suas brigas com Oswald e as excentricidades do escritor.
Candido conta uma passagem em que Oswald lhe faz severa crítica e explica para o público:
“Escrevi uns artigos de que ele não gostou, ele desceu a lenha em mim, ele era terrível, me chamou de mineiro malandro. Mas não me deixei alterar, vi que tinha sido um pouco injusto nos artigos e fiz um ensaio sobre Oswaldo, que ele gostou, e ficamos muito amigos. Oswaldo me encontrou certa ocasião e falou sobre o ensaio":
“Você pode dizer de mim; o que quiser, pois eu lhe ataquei duramente por não saber da minha vida literária, mas vi que você se empenhou e respondeu com estudos e serenidade, então quero ser seu amigo!”
Por ser um grande ativista intelectual junto com Mário de Andrade a sua obra literária ficou em segundo plano. A mitologia formada em torno da sua pessoa atrapalhou a sua obra. Oswald tinha um brilho verbal (síntese verbal, humor, ironia...).Portanto, acredito que a obra literária de Oswaldo foi obscurecida pela sua personalidade!
Além do mais os escritores do início do século XX pagavam para publicar os seus livros, a obra do Oswaldo não era conhecida porque não existia para comprar. E, devido a sua personalidade forte quase ninguém escrevia sobre ele por temor, pois ele sabia deixar os críticos envergonhados (ele não tinha limites para malhar).
fotos by Ana Marly
Recebi por e-mail e estou publicando como forma de carinho e amizade:
ResponderExcluirAninha querida,
Adorei ler, ver as fotos que você registrou, relembrar os dias frios e poéticos que vivemos juntas.
Beijos,
Estela
Recebi por e-mail da escritora Elda Cobra e estou publicando:
ResponderExcluirQUERIDA INCENTIVADORA E BATALHADORA DESSA GRANDE ARTE QUE É A LITERATURA .
GRANDE ABRAÇO.