Narcisa Amália de Campos - poeta, republicana, abolicionista e feminista do século XIX. Aos 20 anos, escreve “Nebulosas”, poemas de exaltação à natureza, à pátria e de lembranças da infância da “jovem e bela poetisa”, como definiu Machado de Assis.
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Narcisa Amália foi à primeira mulher no Brasil a se profissionalizar como jornalista, alcançando projeção em todo o país com artigos em favor da Abolição da Escravatura, defensora da mulher e dos oprimidos em geral.
Narcisa faleceu no dia 24 de junho de 1924 aos 72 anos, pobre, cega e paralítica, sendo seu corpo sepultado no cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro. Antes de sua morte, deixou um apelo:
“Eu diria à mulher inteligente [...] molha a pena no sangue do teu coração e insufla nas tuas criações a alma enamorada que te anima. Assim deixarás como vestígio ressonância em todos os sentidos.”
:: Fonte: Fio Cruz
Narcisa faleceu no dia 24 de junho de 1924 aos 72 anos, pobre, cega e paralítica, sendo seu corpo sepultado no cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro. Antes de sua morte, deixou um apelo:
“Eu diria à mulher inteligente [...] molha a pena no sangue do teu coração e insufla nas tuas criações a alma enamorada que te anima. Assim deixarás como vestígio ressonância em todos os sentidos.”
:: Fonte: Fio Cruz
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Perfil de escrava
Quando os olhos entreabro à luz que avança,
Batendo a sombra e pérfida indolência,
Vejo além da discreta transparência
Do alvo cortinando uma criança.
Pupila de gazela - viva e mansa,
Com sereno temor colhendo a ardência
Fronte imersa em palor...Rir de inocência,
Rir que trai ora angústia, ora esperança...
Eis o esboço fugaz da estátua viva,
Que - de braços em cruz - na sombra avulta
Silenciosa, atenta, pensativa!
Estátua? Não, que essa cadeia estulta
Há de quebrar-se, mísera, cativa,
Este afeto de mãe, que a dona oculta!
- Narcisa Amália, em "Nebulosas". 1872.
Quando os olhos entreabro à luz que avança,
Batendo a sombra e pérfida indolência,
Vejo além da discreta transparência
Do alvo cortinando uma criança.
Pupila de gazela - viva e mansa,
Com sereno temor colhendo a ardência
Fronte imersa em palor...Rir de inocência,
Rir que trai ora angústia, ora esperança...
Eis o esboço fugaz da estátua viva,
Que - de braços em cruz - na sombra avulta
Silenciosa, atenta, pensativa!
Estátua? Não, que essa cadeia estulta
Há de quebrar-se, mísera, cativa,
Este afeto de mãe, que a dona oculta!
- Narcisa Amália, em "Nebulosas". 1872.