quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Emile Zola a coragem de um escritor extraordinário! Hoje é o dia da sua morte!

“Ele fez da sua escrita o dedo acusador das maldades e corrupções da sua época. Foi preso e pagou pela sua coragem. Viveu a podridão social do século XIX e a escreveu sem medo da censura, e com isto, pode ser denominado o “Pai do Naturalismo” ao publicar nos seus livros a realidade nua e crua. Émile Zola mostra na objetividade da escrita a sordidez da alma humana!”
                                                         Ana Marly de Oliveira Jacobino
Émile-Édouard-Charles-Antoine Zola nasceu em Paris  em 2 de abril  de 1840 e faleceu tragicamente em Paris em 29 de setembro de 1902 ). Émile f oi o fundador e o principal representante do movimento literário naturalista. Educado em Aix-en-Provence, Zola começou a trabalhar em 1862 no departamento de vendas da uma editora. Quatro anos depois decidiu dedicar-se exclusivamente à literatura.
        Muitos estudiosos afirmam que Zola foi assassinado por desconhecidos em 1902, quatro anos depois de ter publicado o famoso artigo J'accuse, em que acusa os responsáveis pelo processo fraudulento de que Alfred Dreyfus injustamente acusado de traição.

Émile Zola foi o idealizador e principal expoente do naturalismo na literatura. Seu texto conhecido como O romance experimental (1880) é o manifesto literário do movimento.
Thérèse Raquin, seu primeiro romance com larga repercussão, apresenta inúmeras inovações que permitem classificá-lo como primeira obra naturalista. Pela primeira vez, Zola combina algumas das teorias mais polêmicas de sua época, tais como darwinismo, evolucionismo e determinismo científico, compondo o primeiro romance de tese já escrito ("um grande estudo fisiológico e psicológico", segundo ele próprio).
        Inspirado pela colossal obra A Comédia Humana (constituída por 89 romances, novelas e contos) de Honoré de Balzac, um dos mestres da literatura francesa, Zola iniciou, em 1871, seu grande projeto: a série Os Rougon-Macquart (Les Rougon-Macquart) à qual deu o subtítulo de história natural e social de uma família sob o segundo império, composta por 20 romances de cunho naturalista, escritas entre 1871 e 1893. No prefácio de A Fortuna dos Rougon (La Fortune des Rougon, 1871), primeiro volume da saga dos Rougon-Macquart, Zola justifica:

"Eu desejo explicar como uma família (os Rougon-Macquart), um grupo reduzido de seres humanos, conduz a si mesma dentro de um determinado sistema social (…) dando origem a dez ou vinte membros, que, embora possam parecer, à primeira vista, profundamente divergentes uns dos outros, são, como a análise demonstra, mais intimamente ligados por meio da afinidade. Hereditariedade, como a gravidade, tem suas leis."
Inspirado na filosofia positivista e na medicina da época, Zola partia da convicção de que a conduta humana é determinada pela herança genética, pela fisiologia das paixões e pelo ambiente. Conforme afirmou no ensaio "O romance experimental" (1880), o desenvolvimento dos personagens e das situações deve ser determinado de acordo com critérios científicos similares aos empregados nas experiências de laboratório. A realidade deve ser descrita de maneira objetiva, por mais sórdidos que possam parecer alguns aspectos.
               A 29 de Setembro de 1902, morreu misteriosamente em seu apartamento da rue de Bruxelles. A causa da morte: inalação de uma quantidade letal de monóxido de carbono proveniente de uma chaminé defeituosa. Muitos estudiosos não descartam a possibilidade de Zola ter sido assassinado por inimigos políticos, entretanto, nada foi provado.
Zola disse certa vez: "Os governos suspeitam da literatura porque é uma força que lhes escapa. "



Considerada a obra máxima de Émile Zola, Germinal (1885) elevou a estética e a descrição naturalistas a um novo patamar de realismo e crueza. O romance é minucioso ao descrever as condições de vida subumanas de uma comunidade de trabalhadores de uma mina de carvão na França. Após ter contato com idéias socialistas que circulavam pela classe operária européia, os mineradores retratados na obra revoltam-se contra a opressão e organizam uma greve geral, exigindo condições de vida e trabalho mais favoráveis. A manifestação é reprimida e neutralizada, entretanto permanece viva a esperança de luta e conquista.
            Para compor Germinal, o autor passou dois meses trabalhando como mineiro na extração de carvão. Viveu com os mineiros, comeu e bebeu nas mesmas tavernas para se familiarizar com o meio. Sentiu na carne o trabalho sacrificado, a dificuldade em empurrar um vagonete cheio de carvão, o problema do calor e a umidade dentro da mina, o trabalho insano que era necessário para escavar o carvão, a promiscuidade das moradias, o baixo salário e a fome. Além do mais, acompanhou de perto a greve dos mineiros.
Seu carinho para os animais e crianças abandonadas pode ser visto em toda a sua obra:
Émile-Édouard-Charles-Antoine Zola  o Sarau Literário Piracicabano e a Agenda Cultural Piracicabana honrados por sua vida confere a "Rosácea Púrpura" e relembra para todos os leitores a sua importância na história da literatura mundial. A benção Émile-Édouard-Charles-Antoine Zola  e obrigada pela sua grandiosidade neste panteão de literatos!
Troyat,Henri - Zola - Editora Scritta, 310 páginas, 1994

Abrahão, Miguel M. - A Pele do Ogro - Ed. Shekinah, 273 páginas,1996   
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