Querido Pai....
"Um autodita que mostrou uma genialidade desde a meninice e suscitou uma paixão incontrolável pelo chorinho a ponto de resgatar partituras históricas dos genisais Eenesto Nazareth, Candinho do Trombone, Jõao Pernambuco. como podemos ver Jacob do Bandolim não era egocêntrico ele não deixava cair no esquecimento o trabalho dos grandes mestres!" Ana Marly de Oliveira Jacobino
JACOB PICK BITTENCOURT, nasceu em 14/02/1918, no Rio de Janeiro. Filho único, do capixaba Francisco Gomes Bittencourt e da polonesa Raquel Pick, morava na casa de n° 97, da Rua Joaquim Silva, na Lapa, onde, sem ter muitos amigos e com restrições para ir brincar na rua, costumava ouvir um vizinho francês cego tocar um violino.
Para o meu pai deixo aqui as fotos do rio de Piracicaba que ele tanto amava. Foto tirada pela Ivana Altafin sua amiga do peito
Em 13 de agosto de 1969, um domingo, voltando de uma visita ao seu ídolo e amigo Pixinguinha, Jacob teve na varanda de sua casa um segundo e fatal enfarte. Seu legado musical depois de 40 anos ainda vibra e se faz marcante na musica brasileira.
"Um autodita que mostrou uma genialidade desde a meninice e suscitou uma paixão incontrolável pelo chorinho a ponto de resgatar partituras históricas dos genisais Eenesto Nazareth, Candinho do Trombone, Jõao Pernambuco. como podemos ver Jacob do Bandolim não era egocêntrico ele não deixava cair no esquecimento o trabalho dos grandes mestres!" Ana Marly de Oliveira Jacobino
JACOB PICK BITTENCOURT, nasceu em 14/02/1918, no Rio de Janeiro. Filho único, do capixaba Francisco Gomes Bittencourt e da polonesa Raquel Pick, morava na casa de n° 97, da Rua Joaquim Silva, na Lapa, onde, sem ter muitos amigos e com restrições para ir brincar na rua, costumava ouvir um vizinho francês cego tocar um violino.
Aos sete anos ganhou um violino da mãe, porem abandonou o arco e sem muito sucesso tentava dedilhar as cordas do instrumento. De tanta persistência com o violino a família decidiu lhe dar um bandolim italiano que Jacob aprendeu a tocar sozinho. Narra o compositor que aos 12 anos de idade ouviu numa das ruas das Lapa, bairro onde vivia no Rio de Janeiro, a execução de “É o que Há”(Luis Americano) e desde então nasceu sua paixão pelo Choro que jamais acabou durante sua, relativamente, curta existência.
Ouça sua genialidade:
http://youtu.be/GyZ1Hek5fV
Ouça sua genialidade:
http://youtu.be/GyZ1Hek5fV
Em 20.12.33, se apresentou pela primeira vez, ainda como amador, na Rádio Guanabara, com um grupo formado por amigos, o Conjunto SERENO. Apresentou o choro "Aguenta Calunga", de autoria de Atilio Grany, flautista paulista, gravado pelo autor naquele mesmo ano. Jacob não gostou do seu desempenho e resolveu praticar mais. Nessa época, ainda tocava de ouvido
Aos quinze anos Jacob começou a tocar em rádios, organizou por um curto período o Grupo do Sereno e depois o Jacob e Sua Gente (com Valério Farias e Osmar Menezes nos violões, Carlos Gil no cavaquinho, Manuel Gil no pandeiro e Natalino Gil na percussão). Com este grupo o nome de Jacob começou a se consolidar como o de um promissor instrumentista no início dos anos 30.
Ouça mais um pouco e vibre com Jaco e o seu bandolim:
Juntamente com a musica Jacob exerceu a atividade de farmacêutico, vendedor de material elétrico; foi dono de duas farmácias e um laboratório. No inicio dos anos 40 conheceu o violinista Benedito Cesar Ramos de Faria com quem passaria a tocar horas a fio e teriam até o fim da vida uma intensa amizade tocando juntos no grupo de Jacob o Época de Ouro. Benedito Cesar Ramos de Faria , pai de Paulinho da Viola.
Jacob do Pandolim na comemoração dos 70 anos de Pixinguinha
Ao tomar a decisão que o bandolim "era o seu negócio" e nele se concentrar, Jacob, nesse momento, iniciava a sua carreira radiofônica. Segundo ele, sem pretensões profissionais, se inscreveu e venceu, em 27.05.34, o Programa dos Novos, na Rádio GUANABARA, organizado pelo Jornal O Radical, derrotando 28 concorrentes e recebendo nota máxima de um júri composto, dentre outros, por Orestes Barbosa, Francisco Alves e Benedito Lacerda.
O sucesso foi tanto que Jacob foi contratado pela Rádio, passando a se revezar com o já famoso grupo de Benedito Lacerda, o Gente do Morro, no acompanhamento dos principais artistas da época, dentre eles, Noel Rosa, Augusto Calheiros, Ataulfo Alves, Carlos Galhardo, Lamartine Babo. Em conseqüência, seu grupo, que era formado por Osmar Menezes e Valério Farias "Roxinho" nos violões, Carlos Gil no cavaquinho, Manoel Gil no pandeiro e Natalino Gil no ritmo, passou a se chamar “Jacob e sua gente”.
Conheça neste resgate histórico o único video com Jacob do Bandolim
Conheça neste resgate histórico o único video com Jacob do Bandolim
Casado e pai de dos filhos, sendo que um deles se tornaria um polêmico jornalista nos anos 60/70 (Sergio Bittencourt), Jacob buscou num emprego publico, como escrevião de justiça, a solidez econômica que a musica não lhe dava. Mas jamais abandonou a musica, mesmo num período em que o choro se tornou pouco atraente para o mercado fonográfico e para a mídia em geral, Jacob não abandonou o gênero e ainda, deixou um repertório precioso e peculiar por seu estilo lírico e requintado, onde o virtuosismo instrumental tem uma suprema importância e imponência.
Escute a bela Flor Amorosa(choro) com Jacob do Bandolin autores e compositores:Catulo da Paixão Cearense e Joaquim Antonio Calado Uma das obras-primas do choro, é considerado como a primeira música popular urbana do Brasil
http://youtu.be/O1yRUMyFwfg
http://youtu.be/O1yRUMyFwfg
Os Saraus de Jacob do Bandolim
Em 1949, já residindo em Jacarepaguá, na Rua Comandante Rubens Silva, 62, Freguesia, Jacob passou a realizar grandes saraus que contatavam na platéia com a presença de grandes nomes da política, artes e jornalistas que lá iam ouvir nomes como Dorival Caymmi, Elizeth Cardoso, Serguei Dorenski, Ataulfo Alves, Paulinho da Viola, Hermínio Bello de Carvalho, Canhoto da Paraíba, Maestro Gaya, Darci Villa-Verde, Turíbio Santos e Oscar Cáceres (violonista uruguaio).
Segundo Hermínio Bello de Carvalho, assíduo participante dessas reuniões musicais :
"..... quem participou de seus célebres saraus, tornou-se não apenas um ouvinte privilegiado das noites mais cariocas que esta cidade já conheceu, mas um discípulo sem carteira de um Mestre que não sonegava lições, que fazia questão de repassá-las nas inúmeras atividades que exercia - inclusive como radialista.
Proclamava não ser professor e, por isso, não ter formado alunos. Ignorava que, ao morrer, deixaria não apenas uma escola, mas uma universidade aberta a todos que um dia iriam estudar o gênero a que se dedicou com rara e profícua eficiência. Sua casa em Jacarepaguá era uma permanente oficina musical, onde reunia a nata dos chorões cariocas, proporcionando a eles o convívio com músicos de outros Estados, de quem fazia questão de registrar as obras para posterior divulgação. Canhoto da Paraíba, Rossini Ferreira, Zé do Carmo, Dona Ceça e outros autores-instrumentistas eram recepcionados e hospedados em sua casa, num gesto de ampla generosidade por quase todos, reconhecido.
Nos seus últimos cinco anos de vida, de 1965 até seu falecimento, em 1969, no auge de sua carreira, Jacob gravou em estúdio apenas um LP - Vibrações - , considerado por unanimidade o seu principal disco e um dos melhores discos instrumentais de todos os tempos. Após seu falecimento, até hoje, foram lançados cerca de 10 Lp's e 15 Cd's com o mestre do bandolim.
Jacob do Bandolim / Ermelinda de Azevedo Paz , Rio, Funarte, 1997,
O Choro: do Quintal ao Municipal / Henrique Cazes, São Paulo, Editora 34, 1998.
A Agenda Cultural Piracicabana e o Sarau Literário Piracicabano com orgulho outorga a "Rosácea Púrpura" a um dos grandes instrumentistas brasileiros que fez dos SARAUS motivo de alegria para autores, compositores, músicos e instrumentistas. A sua benção Jacob do Bandolim, salve, salve!
Não fique sem ouvir:
Convite:
Lili uma das grandes incentivadoras do Grupo da Poesia da Casa do Amor Fraterno convida para o :
Sarau faz homenagens para o Grupo de Poesias da Casa do Amor Fraterno e o Profeta Gentileza
Dia 16 de Agosto (terça) - Às 19h30
"O Sarau mais charmoso da cidade”
Teatro Municipal Drº Losso Netto em Piracicaba
Venha ouvir Poesia, Música, Teatro...
Entrada Franca (lotação 100 lugares retirar na bilheteria do Teatro Municipal).
fotos by google
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