sábado, 17 de dezembro de 2011

ABC em Pessoa: Sarau Literário Piracicabano em noite de gala

"Atenção... O pensar exige o equilíbrio ao rever a sua posição diante das novas idéias, e, poder deste modo, reavaliar ou não as suas certezas. Saber que tudo pode ser mudado, com um pensamento!                     Ana Marly de Oliveira Jacobino            
          Caderno do Sarau Literário Piracicabano com o tema: ABC em Pessoa
O grande Carlos ABC no momento da sua incrìvel interpretação do "Guardador de Rebanho" de Fernando Pessoa
                    O guardador de rebanhos - VIII _Fernando Pessoa (Alberto Caeiro

Num meio dia de fim de primavera
Tive um sonho como uma fotografia
Vi Jesus Cristo descer à terra,
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.
Tinha fugido do céu,
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu era tudo falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras,
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem(...)
                                                       Aniversário por Álvaro de Campos
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a.olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho... )
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje é como a humidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos ...
                  Casa cheia nesta noite em que dois grandes nomes foram homenageados pelo Sarau Literário Piracicabano.
Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935) Por ter sido educado na África do Sul, para onde foi aos seis anos em virtude do casamento de sua mãe, Pessoa aprendeu perfeitamente o inglês, língua em que escreveu poesia e prosa desde a adolescência. Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa traduziu várias obras inglesas para português e obras portuguesas para inglês. Foi também empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador político, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário, ao mesmo tempo que produzia a sua obra literária em verso e em prosa. Como poeta, desdobrou-se em múltiplas personalidades conhecidas como heterónimos.
                       Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
                           Não há nada mais simples.
                             Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
                                    Entre uma e outra todos os dias são meus.
Fernando Pessoa/Alberto Caeiro; Poemas Inconjuntos; Escrito entre 1913-15; Publicado em Atena nº 5, Fevereiro de 1925.
Ana Paterniani faz a leitura da biografia de Fernando Pessoa
                                       A Abelha _Ricardo Reis
A abelha que, voando, freme sobre
A colorida flor, e pousa, quase
Sem diferença dela
À vista que não olha,
Não mudou desde Cecrops. Só quem vive
Uma vida com ser que se conhece
Envelhece, distinto
Da espécie de que vive.
Ela é a mesma que outra que não ela.
Só nós — ó tempo, ó alma, ó vida, ó morte! —
Mortalmente compramos
Ter mais vida que a vida.
Além da leitura o Conjunto Caleidoscópio Ana, Suzi em pé, Carlos (violão) e China na percursão cantam:
A Flor E O Espinho- Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito, Alcides Caminha
                          http://youtu.be/oYiDPGy6NGw
Espere por Mim, Morena- Gonzaguinha
                          http://youtu.be/nReaiCa1T34
Um pouco mais do público no Sarau Literário Piracicabano
 CARLOS ABC - Carlos Alberto Bueno de Camargo - carlosabcpira@yahoo.com.br

- Diretor de teatro e Produtor artístico e cultural. Atua nas artes cênicas desde 1974. Iniciou sua carreira em Piracicaba, atuando também em São Paulo, posteriormente, viajando por todo o Brasil, Argentina, Chile, Espanha e Itália, de onde partiu em turnê por vários países da Europa.
- Em festivais de teatro regionais, nacionais e internacionais, recebeu 8 prêmios de melhor ator, 22 de melhor diretor, 9 como cenógrafo e 19 como figurinista, entre outros. Recebeu também três Moções Aplauso da Câmara de Vereadores de Piracicaba.
- Trabalhou com indústrias, empresas e redes de ensino, ministrando aulas de comunicação pessoal e de expressão corporal.
- Foi Diretor do Teatro Municipal, Coordenador Municipal de Formação Artística e Secretário de Cultura de Piracicaba.
- Practitioner em Programação Neurolingüística pela Actius (Campinas).
- Trabalha com cursos e treinamentos desde 2000, com o Grupo Vision, Academia da Inteligência e no Instituto Sociedade do Ser.
- Dirigiu o espetáculo “A Paixão de Cristo”- pela Associação Cultural Guarantã nos anos de 2006, 2007 e 2008. (Projeto em espaço aberto com cerca de setecentos participantes.
- Fez figurinos, adereços e cenários para a “Non Solo Danza” –Cavalese Trento-Itália nos espetáculos dos anos 2004, 2006, 2007 e 2008.
- Trabalhou como “Operador” no Projeto “Cittá dei Ragazzi”-“Kinderstadt” em Bolzano – Itália, em 2007.
- Pela Selan (Secretaria de Esportes, Lazer e Atividades Motoras) concebeu, produziu e dirigiu o espetáculo de abertura do 72º Jogos Abertos do Interior, realizado no estádio Barão de Serra Negra – Piracicaba 2008, com cerca de 350 participantes.
                                   Carlos ABC o homenageado da noite junto a Ana Marly
             Cântico a alma _ Ana Marly de Oliveira Jacobino

Olhei na minha cálida alma
 Encurvada na minha palma
  Reflexos da sua longa idade
   Colada em mim sem piedade
    Valei-me meu deus- redentor
      Desta que me fez um infrator;
         Devolva-me a plácida calma
          Sem afugentar minha alma!
foto:google
Confraternização após o Sarau na noite do dia 13/12
                                   Reunião Intermediária do CLIP
Confecção de cartôes natalinos para o mutirão da escrita nos dias 21,22 e 23 do 12 no Terminal Intermunicipal de Piracicaba

6 comentários:

  1. Recebi do nosso querido homenageado Carlos ABC e publico aqui no comentário:

    Olá!
    Estou aqui, para, mais uma vez agradecer pelas homenagens. Foi tudo muito lindo! Uma noite de Arte pura!
    Obrigado por tudo!
    Meu irmão Fran, me presenteou com um trabalho fotográfico belíssimo feito por ele.
    Todos de minha família, querem uma cópia da poesia que a Bene fêz para minha mãe.
    Beijos!
    Carlos

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  2. Querida amiga Ana

    Hoje minha visita é para agradecer
    o presente que é para mim
    a sua amizade,
    e também desejar
    um maravilhoso Natal,
    onde possas encontrar nestes dias
    ainda mais inspiração
    para a alegria de ser feliz,
    e para o milagre de fazer
    quem passa por tua vida feliz.

    Que o teu olhar seja a mais perfeita
    luz do Natal a enfeitar o mundo.

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  3. Que linda inspiração, Caríssimo Aluisio, que festa para o nosso coração essa poesia. Obrigada, muito obrigada pelo carinho e pela amizade. Abraços POéticos desta CaipiracicabANA Marly de Oliveira Jacobino

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  4. É pura cultura, nunca havia participado de coisa parecida... Me surpreendi com todos e tudo!!! Saí com o prazer de ter tido uma verdadeira aula prática dessa rica cultura brasileira!!
    Um especial agradecimento a Bene, que guardou a sete chaves esta maravilha de poema feito com muito carinho a nossa eterna Mãe, que deixou a família toda comovida. Muito Obrigado!!!

    Arnaldo (irmão do Carlos ABC)

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  5. Arnaldo: obrigada pelo comentário e pelo incentivo ao sarau. Fico muito feliz , pois o sarau é assim mesmo uma aula de alegria e cultura. Abraços POéticos desta CaipiracicabANA Marly de Oliveira Jacobino

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  6. Aninha, foi uma tárde maravilhosa, aquela em que pude escrever algo com qualidade e prencher o vazio, do coração daquelas pessoas saudosas de alguem que ama,achei interessante um morador de rua disse... pode ficar tranquilas que eu estou aqui atrás e vou cuidar de vcs.
    E se acomodou em uma folha de papelão,eu senti grande emoção, parabéns a todas as meninas.Esther feliz 2012

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