No murmúrio... Ele estava! Ana
Marly de Oliveira Jacobino
“Ouviu-se o murmúrio de
uma brisa ligeira, então, Elias cobriu o rosto e escutou a voz de Deus”
Choramos a perda de um homem integro inteligente, amoroso, humilde...
Dedicou a sua vida para a Arte e o estudo da Genética... Amável e abnegado...,
um anjo vestido de humano, que, passou a vida semeando o bem!
Desde a minha infância aprendi a ter uma grande admiração por Cláudio
Visockas Costa, seu rosto sempre iluminado por um sorriso largo,
transpunha as barreiras impostas a cada novo dia! Tinha pelos livros e pela
música uma paixão, arrebatadora! A vida o colocou várias vezes preso ao labirinto do Minotauro para ser
devorado pelo monstro, porém, antes de ser fechado na escuridão para lutar com
a fera, ele, tinha nas mãos o presente conquistado por sua bondade e
inteligência, um rolo de fio que, uma
vez desfiado pelo percurso em direção ao Minotauro, depois de ganhar a luta, poderia
conduzi-lo pelo caminho de volta... Deste
modo, Cláudio Costa foi galgando os
mais significados postos acadêmicos, suas pesquisas por um longo tempo, dentro
e fora do Brasil na área da Genética, o premiou como: Chefe de Departamento da Genética da Unesp!
Incansável fez da “Arte” seu vício! Foi Diretor do Teatro Municipal Dr. Losso Netto (de
outubro de 99 a dezembro de 2000) dedicando todos os seus momentos para os acontecimentos voltados a
direção do mesmo, reconfigurando a tessitura da
sua vida, a de vidas presentes encontradas pelo seu caminho!
Presenciei sua devota admiração, como, fiel escudeiro, a Cultura Artística de Piracicaba, na sua direção de 1999-2005! Fui sua
aluna em diversos momentos da vida, em disciplinas diversas: Matemática,
História da Música... Muitas vezes, adoentada, andava mais de quatro
quilômetros naquele horário do sol causticante até a ESALQ para ouvi-lo! O
presente maior era tê-lo ao meu lado no retorno para casa, embevecida por sua
sapiência franciscana! Doava parte do seu tempo acompanhando estrangeiros de
passagem por Piracicaba! Nunca vangloriou o dom que tinha por aprender línguas!
Cláudio foi instrumento de alegria, amor, esperança, união, e luz!
Piracicaba perde um grande intelectual... O mundo perde um grande cientista!
Que a sua bondade abrace a dor que sentimos pela sua perda... A falta de ouvir
suas histórias nos faz mais pobres... A falta de ouvir sua voz de barítono nos
corais e madrigais leva-me a confabular com você, leitor: a voz de Cláudio
Visockas Costa, sempre foi uma brisa ligeira configurada a voz etérea!
“A Arte existe porque a vida não basta!" Ferreira Gullar.
Ana Marly de Oliveira Jacobino
Coordenadora do Sarau Literário Piracicabano,
prima de Cláudio Visockas Costa
Que linda homenagem. Me fez voltar à memória justamente a admiração e contentamento que eu sentia no convívio com o meu querido ex-professor Cláudio Costa, lá na Unesp em Botucatu. Até hoje tenho uma fita cassete que ganhei dele quando ele em viagem à Inglaterra, ouvindo a BBC em Londres, lembrou de mim, então uma estudante de inglês e gravou um trecho enorme e delicioso da programação da BBC e trouxe pra mim! Hoje mesmo eu estava ouvindo a composição Young Persons guide to the orchestra de Benjamin Britten e com muita saudade do Cláudio resolvi procurar na internet. Infelizmente agora só na minha memória. Beatriz
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