Você conhece... Mia Couto (1955), pseudônimo de Antônio Emílio Leite Couto, nasceu na cidade da Beira, em Moçambique, África, no dia 5 de julho de 1955. Filho de Fernando Couto, emigrante português, jornalista e poeta que pertencia aos círculos intelectuais de sua cidade. Com 14 anos, Mia Couto publicou seus primeiros poemas no jornal Notícias da Beira. Em 1971 deixou a cidade da Beira e foi para a capital Lourenço Marques, hoje Maputo, para ingressar no curso de Medicina, mas sem concluí-lo...
Mia Couto é conhecido internacionalmente por suas extraordinárias histórias. Seus contos e seus romances são lidos em todos os continentes, em línguas, culturas e credos diversificados...Como se não fosse o bastante, Mia é também autor de quatro livros de poesia: “Raiz de orvalho e outros poemas” (1999), “Idades, cidades, divindades” (2007), “Tradutor de Chuvas” (2011) e “Vagas e Lumes”, este publicado em 2014. ( Nara Rúbia Ribeiro)
Saudade _ Mia Cuuto
Que saudade
tenho de nascer.
Nostalgia
de esperar por um nome
como quem volta
à casa que nunca ninguém habitou.
Não precisas da vida, poeta.
Assim falava a avó.
Deus vive por nós, sentenciava.
E regressava às orações.
A casa voltava
ao ventre do silêncio
e dava vontade de nascer.
Que saudade
tenho de Deus.
No livro “Tradutor de Chuvas”
Que saudade
tenho de nascer.
Nostalgia
de esperar por um nome
como quem volta
à casa que nunca ninguém habitou.
Não precisas da vida, poeta.
Assim falava a avó.
Deus vive por nós, sentenciava.
E regressava às orações.
A casa voltava
ao ventre do silêncio
e dava vontade de nascer.
Que saudade
tenho de Deus.
No livro “Tradutor de Chuvas”
O Espelho _ Mia Couto
Esse que em mim envelhece
assomou ao espelho
a tentar mostrar que sou eu.
Os outros de mim,
fingindo desconhecer a imagem,
deixaram-me a sós, perplexo,
com meu súbito reflexo.
A idade é isto: o peso da luz
com que nos vemos.
No livro “Idades Cidades Divindades”
Esse que em mim envelhece
assomou ao espelho
a tentar mostrar que sou eu.
Os outros de mim,
fingindo desconhecer a imagem,
deixaram-me a sós, perplexo,
com meu súbito reflexo.
A idade é isto: o peso da luz
com que nos vemos.
No livro “Idades Cidades Divindades”
Ele é maravilhoso mesmo! Também gosto! Linda semana! bjs, chica
ResponderExcluirChica obrigada por seu comentário...Valeu!
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